Bispo de Leiria-Fátima presidiu à missa da Solenidade da Imaculada Conceição no Santuário e desafiou os milhares de peregrinos a não baixarem os braços na luta contra a corrupção que é “uma chaga social, um cancro difícil de extirpar”.
O cardeal D. António Marto afirmou na manhã de 8 de dezembro, na Missa da Solenidade da Imaculada Conceição, em Fátima, que é necessário que os cristãos promovam uma “cultura de honestidade” contra a corrupção que é uma “chaga social, um cancro difícil de extirpar”.
A partir do exemplo de Maria de Nazaré, o bispo de Leiria-Fátima convidou os milhares de peregrinos a viverem a santidade na vida quotidiana.
“Maria ajuda-nos a cultivar em nós a alegria da presença de Deus e convida-nos a fazer das nossas vidas, moradas dignas do filho de Deus”, disse ao frisar, por outro lado, que Ela “encoraja-nos a viver a santidade da vida quotidiana, dos pequenos gestos, simples, que não dão nas vistas, não dão espetáculo”, mas que são importantes. E, concretizou: “um gesto de ternura, uma ajuda generosa, um tempo dispensado a alguém que precisa de companhia, uma visita a quem está só, triste ou abandonado, uma palavra boa de conforto a quem anda abatido, um afeto, um carinho que faz sentir ao outro que nos é querido, uma partilha…Podem parecer gestos insignificantes mas aos olhos do Deus são gestos santos e eternos, porque só o amor é eterno”.
E, prosseguiu: “A santidade no mundo concreto do dia- a dia é o melhor e o mais forte antídoto contra a corrupção, que é uma chaga social difícil de curar, um cancro difícil de extirpar até às suas raízes” afirmou o prelado ao lembrar que a santidade de vida fomenta e promove “a cultura da honestidade, tão necessária na nossa sociedade”.
“Amanhã comemora-se o Dia Internacional contra a corrupção: não nos esqueçamos disso”, alertou. Lutar contra a corrupção “é um desafio e um grito” permanentes, afirmou ainda ao sublinhar que a santidade “convida-nos a ser honestos: primeiro com Deus; depois consigo mesmo e com a própria consciência; e, finalmente com os outros, na atividade económica, na atividade política, em toda a atividade social”.
“Recusemos toda a e qualquer colaboração com a corrupção” e “não deixemos corromper a nossa consciência, que é aquilo que é mais sagrado, pois é o lugar sagrado onde Deus nos fala e nos interpela”, exortou D. António Marto.
O Cardeal português explicou o sentido da solenidade litúrgica deste dia, que celebra um dos dogmas católicos e convidou os peregrinos a imitar a atitude espiritual da mãe de Jesus, que soube colocar-se à escuta da Palavra de Deus, confiando totalmente na sua vontade para a acolher sem reservas na sua própria vida.
“Esta festa lembra-nos a colaboração de Maria Santíssima no mistério redentor de Deus, que a envolveu a Ela e que nela brilha para nós hoje” disse D. António Marto.
No final da celebração, e depois de uma despedida em várias línguas, D. António Marto recordou o 50º aniversário de ordenação sacerdotal do Papa Francisco, que se assinala no próximo dia 13 de dezembro, e pediu aos peregrinos que rezassem uma avé-maria para “que tenha força, saúde e coragem no seu ministério e na prossecução da renovação da Igreja”.
Desde 1854
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original. É uma das festas mais importantes e participadas pelos peregrinos em Fátima, tendo-se feito anunciar na celebração deste ano grupos de Itália, Espanha, Irlanda e Filipinas, mas na qual os portugueses voltaram a ser a esmagadora maioria dos mais de cem mil peregrinos presentes nesta missa dominical.