Natal com as cores da Misericórdia

 

Mensagem de Natal 2016

 

Natal com as cores da Misericórdia

 

Leiria, 13 de dezembro de 2016

Refª: CE2016B-014

À medida que se aproxima o Natal gera-se uma onda de festa, de movimentação, de alegria, de solidariedade. Parece que tudo se passa à superfície, sobretudo se fixamos o olhar nas grandes superfícies que se tornam nos “novos templos do consumo”. É caso para nos interrogarmos: onde está a “graça” própria do Natal cristão?

Este ano celebramos a festa do Natal num contexto eclesial muito significativo, precisamente na encruzilhada entre dois jubileus: no final do Ano Jubilar da Misericórdia e na abertura do Ano Jubilar Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima como Mãe de ternura e misericórdia. Estes dois acontecimentos convidam-nos a dar à vivência deste Natal a tonalidade da beleza das cores da misericórdia divina que o acontecimento natalício repercute em todo o mundo.

A Beleza da Graça do Natal

O presépio é o símbolo que mais visualiza plasticamente este aspeto. Contemplemo-lo nuns instantes com o encanto da mãe, Maria de Nazaré, que meditava tudo em seu coração. De facto, no presépio sorri-nos um menino recém-nascido, sinal da infinita ternura de Deus pelo nosso mundo sofredor, pela humanidade ferida, por cada um de nós. Não vem com ares de triunfo, mas na humildade desarmada e desarmante de um pequenino pobre e indefeso. Estende-nos as suas pequeninas mãos e espera que o tomemos nos braços e o acolhamos na nossa vida, no coração de cada um. O verdadeiro presépio que ele ama é o coração de cada um e o mundo imenso à medida da sua ternura!

Este Jesus é “o rosto da Misericórdia de Deus”, que vem ao nosso encontro para comunicar ao mundo o amor entranhado de Deus que é ternura e misericórdia. Nele se realiza o encontro de dois corações: o de Deus que vem ao encontro do coração do homem para o aquecer e o dilatar na sua capacidade de amor universal.

As Cores da Misericórdia

Ninguém é alheio à proximidade de Deus e à força da sua ternura. Por isso, o meu pensamento e a minha oração estendem-se e abraçam a todos, crentes ou não, e a todas as famílias, particularmente aos que vivem a provação da pobreza, da solidão, do abandono, da doença, do luto, da separação, do desemprego, da prisão… A todos e a cada um desejo que as festas natalícias tenham a marca da ternura, da misericórdia e da paz. Desejo-lhes pois:

– Um Natal de fé viva para acolher a visita de Deus com a sua ternura na oração familiar e na celebração da eucaristia;

– Um Natal de fraternidade para aquecer o coração dos que estão tristes e reacender neles a pequena chama da esperança;

– Um Natal de diálogo para quebrar as cadeias do individualismo e os medos que nos impedem de ir ao encontro dos outros;

– Um Natal de partilha para acabar com o escândalo da pobreza e converter os nossos hábitos de excesso de consumo e desperdício em modos de vida mais simples e mais sóbrios;

– Um Natal de reconciliação e de paz para superar os conflitos que dividem as nossas famílias e as nossas comunidades.

O Valor de um Gesto

Celebrar o mistério do Natal de Cristo com as cores da misericórdia exige realizar atitudes ou gestos concretos de proximidade, de ternura e de solidariedade para levar esperança a quantos estão no sofrimento e na aflição. À luz das diversas dimensões do Natal acabadas de referir, cada um deverá interrogar-se como concretizar uma delas. Não bastam as palavras belas e vãs, as aparências sem conteúdo. Interroguemo-nos: onde está o amor fraterno, o espírito de paz, de perdão e reconciliação, o sentido de partilha e solidariedade?

Apelo vivamente à participação de todos na iniciativa de solidariedade de Natal promovida pela Caritas Internacional e levada a cabo pela nossa Caritas Diocesana “10 milhões de estrelas” pela paz. Cada vela custa 1 euro. As verbas resultantes desta campanha revertem para a Caritas Diocesana no apoio às famílias locais e para a Caritas da Grécia a fim de dar resposta às necessidades de várias famílias vulneráveis de refugiados.

“Sobre nós permanecem poisados os olhos misericordiosos da Santa Mãe de Deus. Ela é a primeira que abre a procissão e nos acompanha no testemunho do amor” (Papa Francisco): Confiemo-nos a Ela neste Natal com as nossas famílias e todos os que estão no sofrimento e na aflição.

Desejo a todos Santo e Alegre Natal e apresento os meus melhores votos de Feliz Ano de 2017!

† António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

 

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