Os sacerdotes da diocese de Leiria-Fátima estiveram presentes na catedral da cidade do lis para participarem na Missa que celebra especialmente o sacerdócio ministerial. A habitualmente conhecida por Missa crismal, que ocorre todos os anos na manhã de Quinta-feira Santa e que este ano ocorreu no dia 6 de abril, foi pela segunda vez presidida por D. José Ornelas, que deu as boas vinnas a todos os presentes: “nesta manhã a celebração junta particularmente o Bispo que preside à Diocese, com os presbíteros que nela trabalham”.
No início, como também é costume nesta cerimónia, foram lembrados os padres diocesanos que, durante o ano, celebram o seu Jubileu de ordenação sacerdotal: o padre David Barreirinhas faz 25 anos de ordenação, e os padre Joaquim Batista e José Luís Ferreira, celebram as suas bodas de ouro. Também foram os que faleceram desde a última celebração crismal: os padres Raúl Carnide e Américo Ferreira, falecidos a 11 de novembro e 17 de janeiro, respectivamente. Na sua saudação, o bispo diocesano fez ainda questão de referir o padre Luciano Cristino que se encontra hospitalizado.
A sinodalidade e o repúdio dos escândalos
Na homilia, D. José Ornelas referiu o processo sinodal em que se encontra a Igreja universal para explicar que “a celebração de hoje, faz-nos entender a origem de todos esses dons e a sua unidade, na celebração da Eucaristia, ligando assim todas as comunidades e todos os irmãos e irmãs da nossa Igreja de Leiria-Fátima”. Para o prelado faz todo o sentido que os sacerdotes celebrem juntos este dia, pois, desta forma “podemos também entender e viver melhor o dom especial que é, para a Igreja, o sacramento da Ordem, que recebem os Bispos, os Presbíteros e os Diáconos, para o serviço dos irmãos e para a edificação da Igreja”.
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Enquanto sacerdotes, o bispo de Leiria-Fátima entende que “devemos enfrentar também os desafios importantes, a nível geral do planeta e no interior da Igreja que têm marcado a nossa existência, particularmente desde há um ano a estes nossos dias”. Por isso, não pôde deixar de referir a questão do “escândalo de abusos de menores”. A esse nível “foram dados passos significativos para conhecer a realidade, em atitude de quem não se resigna nem fecha os olhos diante dos problemas”. Acrescentou ainda que “é preciso que prossigamos o caminho iniciado” para lembrar que “juntamente com o mais claro e decidido repúdio e responsabilização de atitudes que nos envergonham e contradizem o nosso ser, tenhamos a coerente atitude de justiça, de apoio e da reparação possível de quem foi vítima daquilo que nunca deveria ter acontecido, especialmente no interior da Igreja”.
Neste contexto, o prelado admite que não têm sido tempos fáceis, “mas não tememos a verdade que permite identificar e tratar com determinação o que foi condenável, e endireitar o que não está direito, mas sem nunca confundir a floresta com a árvore nem deixar-se levar por frequentes generalizações mediáticas e injustas e sem consistência”.
Após a homilia, os padres fizeram a renovação das suas promessas sacerdotais, que substitui a normal recitação do credo, que se conclui com uma oração em que o bispo pede para rezarem por ele para que seja fiel ao ministério apostólico. Após a renovação das promessas sacerdotais, os óleos são levados em procissão ao altar, onde são abençoados.