“E o espírito voltará a Deus”, projeto que conta com a colaboração de D. António Marto, chega ao Mosteiro da Batalha no dia 24 de setembro e prolonga-se por quatro outras datas, até 22 de outubro. São cinco fins de semana imbuídos da Palavra, num lugar que faz apelo ainda à vivência da espiritualidade e à interrogação sobre o acreditar, o crer e o ter Fé.
Um monumento que foi convento até 1834, lugar de peregrinação e também de estudos teológicos e que ainda é lugar de culto e oração, é, também, naturalmente, um espaço que faz apelo a uma reflexão sobre a Fé e a Palavra que a sustenta. Dar lugar à Palavra foi, então, o desafio proposto aos grupos de teatro da região e também a Luís Miguel Cintra.
Tudo começou com um pedido: a frei Joaquim Carreira das Neves, teólogo e biblista, a D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, a António Marujo, investigador e jornalista, e a Luís Miguel Cintra, que escolhessem um texto da espiritualidade cristã que ocupasse um lugar central na sua crença e na sua mundivisão. A todos também foi pedido que escrevessem um pequeno comentário, justificando a sua escolha.
Frei Carreira das Neves indicou imediatamente o Hino ao Amor, da 1.ª Epístola de S. Paulo aos Coríntios; D. António Marto, as Obras de Misericórdia, de S. Mateus; António Marujo, o Cântico dos Cânticos e as Bem-Aventuranças (de S. Lucas e S. Mateus), Luís Miguel Cintra escolheu o texto do Eclesiastes (versão de Damião de Góis), por sugestão de Tolentino de Mendonça. Finalmente, Joaquim Ruivo, diretor do Mosteiro, propôs o Apocalipse, de S. João.
Em declarações ao jornal Presente, o Bispo de Leiria-Fátima justificou assim a sua escolha: “É uma das páginas mais fascinantes da literatura universal, um texto grandioso e vibrante no plano religioso, espiritual e ético. Não se pode ler ou escutar sem permanecer com a respiração suspensa e com alma inquieta”.
Paralelamente, foi feito o convite ao próprio Luís Miguel Cintra, a João Lázaro e ao Te-Ato, a Pedro Oliveira e ao Nariz, a Frédéric Cruz e ao Leirena, a Tobias Monteiro e à Kind of Black Box, para apresentarem nas Capelas Imperfeitas a sua visão cénica a partir de cada um desses textos.
Este projeto é iniciativa do Mosteiro da Batalha/DGPC e conta com o apoio da Câmara Municipal da Batalha, da Paróquia da Batalha, da Caixa de Crédito Agrícola da Batalha e do Jornal de Leiria.