No próximo dia 26 de maio, pelas 20h45, na Escola Básica de Santa Catarina da Serra (EBSCS), será evocada a ação humanitária de monsenhor Joaquim Carreira, natural do Souto de Cima, Caranguejeira, que salvou perto de duas centenas de pessoas, incluindo vários judeus, das perseguições nazis.
A sessão contará com a presença do padre João Mónico, sobrinho do homenageado e autor de uma sua biografia, António Marujo, jornalista e autor da obra “A Lista do Padre Carreira”, António Sousa Mendes, neto do cônsul Aristides de Sousa Mendes, e António Caria, presidente da Associação de Amizade Portugal-Israel.
Esta homenagem, levada a cabo com os alunos do 9.º ano e alunos do Clube UNESCO da EBSCS, culminará com a inauguração, no jardim exterior da escola, de um pequeno monumento evocativo de monsenhor Joaquim Carreira, enquadrando, assim, outras duas figuras já ali homenageadas: Aristides de Sousa Mendes e Humberto Delgado.
O padre Joaquim Carreira foi reitor do Colégio Pontifício Português, de Roma, uma instituição onde residem padres portugueses que estudam na capital italiana. Entre setembro de 1943 e junho de 1944, coincidindo com a ocupação nazi da cidade de Roma, deu abrigo a dezenas de refugiados, acolhendo-os no Colégio ou levando-os para outras casas religiosas. A lista dos nomes das pessoas que foram recebidas no Colégio consta de um relatório que ele escreveu depois do final da ocupação nazi. Em Setembro de 2014, o Yad Vashem, o Memorial do Holocausto, de Jerusalém, atribuiu ao padre Carreira o título de “Justo Entre as Nações”, fundamentado no testemunho de Elio Cittone, que esteve refugiado no Colégio, no final de 1943, com o pai e o tio. Em 15 de Abril de 2015, na Sinagoga de Lisboa, o padre João Carreira Mónico recebeu, em nome da família, a medalha e o certificado de “Justo Entre as Nações”, atribuídos ao padre Joaquim Carreira.
No próximo dia 30, em Roma, a Fundação Raoul Wallenberg, que se dedica à difusão dos valores da solidariedade e coragem cívica de pessoas e instituições que salvaram judeus do Holocausto, atribuirá, numa cerimónia em Roma, o título de Casa da Vida ao Colégio Pontifício Português, precisamente por causa da ação do padre Carreira.
Fernanda Ruivo, professora