Missionando o Oriente no século XVI (continuação)

João de Albuquerque foi indigitado como o primeiro Bispo de Goa em 1539 e frei Vicente de Lagos assumiu em 1541 a fundação do Colégio da cidade da Índia denominada Cranganore. Este dominicano ganhou fama em território indiano, como cultor de reconhecido ardor apostólico.

Em 1500 e integrados na armada de Pedro Álvares Cabral, chegaram ao Oriente os primeiros missionários, encarregados de assistir espiritualmente os homens das fortalezas e das feitorias da área. Nestes tempos primordiais destacou-se o eminente patriarca franciscano frei António Louro, que solicitou autorização para a fundação duma casa de conversão e doutrina dos nativos, mesmo pelo uso da força. Embarcou para a Índia em janeiro de 1510 e viria a ser vítima dum naufrágio e duma subsequente ordem de prisão por parte do rei de Cambaia. Sensibilizado, este monarca foi recetivo ao resgate dos portugueses sobreviventes daquele infortúnio, destacando-se António Louro como mediador. Voltou a Portugal em 1512 e regressou à Índia em 1517, por ordem do rei D. Manuel, na companhia de mais oito franciscanos e arrastou consigo a conversão de 800 almas, para além de fundar o Comissariado. Tem simbolicamente aqui o início da evangelização dos franciscanos no Oriente. Se inicialmente estava destinado a superior do posto missionário de Socotorá (ilha eleita para sede duma fortaleza), foi aí que teve início a sua missionação.

Catedral de Goa

A vontade inicial era dar vida a uma custódia (convento franciscano), por entre alguns pregadores e confessores. Juntamente com três confrades, radicou-se em Cochim, irmanados no propósito de abrir um convento. A vontade de el-rei D. Manuel I de Portugal era de construir três mosteiros no Oriente: em Goa, Cochim (em honra de S. António) e noutro espaço considerado apropriado, com as estatísticas a enumerarem a existência de 16 frades na Índia (catorze em Goa e dois em Cochim).

O sustento dos dois conventos suprarreferidos fundava-se na fazenda real e esmolas dos fiéis, a par do vinho e azeite fornecidos pela feitoria. Todavia era escassa a mão-de-obra espiritual mesmo só para os portugueses: alguns consagrados voltaram à metrópole e outros faleceram por influência fatal do clima. Das armadas lusas desembarcavam somente um ou dois anualmente. Era necessário seduzir os indígenas a acolherem a vida devota.

A António Louro, que cultivava amizade com Afonso de Albuquerque, também se deve a criação duma biblioteca em 1518. Faleceu por volta de 1522.

Portanto, aquando do desembarque do jesuíta S. Francisco Xavier em Goa, a 6 de maio de 1542, já os Franciscanos contavam com onze conventos, três colégios de órfãos e oitenta residências missionárias.

(CONTINUA)


Bibliografia:
REGO, António da Silva, História das Missões do Padroado Português do Oriente Índia, 1.º Volume (1500-1542), Lisboa, 1949

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