Missionando o Oriente no século XVI (continuação)

Nota de registo é um certo desdém por parte do governador da Índia Martim Afonso de Sousa (1542 a 1545) face aos franciscanos, depois da ocorrência de litígios que dividiam a Índia lusa a nível político e administrativo entre os seus dirigentes (Lopo Vaz versus Pero de Mascarenhas), embrenhando inevitavelmente o clero.

Também os Dominicanos, embora sem convento ou casa organizada na Índia, evangelizaram o Oriente: três deles seguiram viagem com Afonso de Albuquerque. Frei Domingos de Sousa (futuro vigário geral já mencionado), Frei Rodrigo, incumbido da cristandade do Coulão, e Frei João do Rosário, que chegaria até Ormuz. Outros mais lhes seguiram para desbravar a fé cristã até aquelas paragens.

RETRATO DE MARTIM AFONSO DE SOUSA

O já referido Martim Afonso de Sousa simpatizava mais com a congregação dominicana do que com os franciscanos «por pregarem e fazer muito fruto».

«Logo no início da arrancada missionária, em 1500, o Papa Alexandre VI concedeu aos reis de Portugal o poder de apresentar à nomeação pontifícia missionários apostólicos que fossem até à Índia, acabada de descobrir, e superintendessem na instrução e conversão dos fiéis.» (1)

Portanto, os serviços estritamente episcopais ficavam a cargo dos bispos de anel enquanto os vigários gerais assumiam as questões da jurisdição eclesiástica. O ordinário do lugar continuava a ser o vigário-geral, apesar da presença dos bispos de anel (a partir de 1514 até 1534). Estes eram enviados pelo rei português, depois da concordância com o bispo do Funchal, mandatado pela Santa Sé para se responsabilizar pelas missões ultramarinas.

Goa foi a capital dos domínios orientais lusos, a diocese mais remota de Roma em toda a Cristandade e rapidamente se converteu quase na íntegra à nova fé.

Em Portugal a formação eclesiástica estava a cargo da Faculdade de Teologia de Coimbra e do ensino nas escolas das catedrais e dos conventos.

Antes do Concílio de Trento estipular a abertura de seminários diocesanos para instruir os candidatos ao sacerdócio, já Goa tinha fundado a sua escola de seminaristas em 1541.

«Pode, em resumo, afirmar-se que o clero português oriental, em matéria de costumes, era superior ao metropolitano. Assim o exigiam a honra da Igreja, o bem da Religião e o prestígio do Portugal missionário.» (2)

Bibliografia:

(1) REGO, António da Silva, História das Missões do Padroado Português do Oriente Índia, 1.º Volume (1500-1542), Lisboa, 1949, p. 294.

(2) REGO, António da Silva, História das Missões do Padroado Português do Oriente Índia, 1.º Volume (1500-1542), Lisboa, 1949, p. 515.

Formação para catequistas sobre ambientes seguros
25 de Janeiro
, às 09:30
Domingo da Palavra de Deus
26 de Janeiro
Retiro 24, para jovens
1 de Fevereiro
Partilhar

Leia esta e outras notícias na...

Receba as notícias no seu email
em tempo real

Pode escolher quais as notícias que quer receber: destaques, da sua paróquia

plugins premium WordPress