Mensagem do cardeal D. António Marto para o Natal de 2021

Versão reduzida e em áudio da Mensagem do cardeal D. António Marto para o Natal de 2021.

Versão reduzida e em áudio da Mensagem do cardeal D. António Marto para o Natal de 2021. A versão completa pode ser lida AQUI.

Também está disponível a versão em vídeo:

VÍDEO
https://youtu.be/Nu5VR0X4wQc

O tempo do Advento e Natal convida-nos a voltar o nosso olhar para a humilde gruta de Belém, onde nasceu Jesus. À luz da fé, somos chamados a contemplá-Lo e a celebrá-Lo juntos, cheios de alegria, como Deus connosco.

Celebramos este Natal ainda em tempo difícil. Esta é a ocasião para redescobrir a esperança cristã a partir da dura experiência da pandemia. Esperança que ajude a construir uma vida nova e melhor.

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O Natal lembra-nos que o Filho de Deus veio ao mundo, assumindo uma condição de grande fragilidade. Necessita de José e Maria para ser cuidado, protegido, acompanhado no seu crescimento. Também hoje, Deus vem a nós e pede-nos que cuidemos uns dos outros.

Esperança quer dizer cuidar uns dos outros, levar carinho, calor e consolo a tantas solidões dos que sofrem. A esperança cristã abre caminho onde um ser humano se faz próximo gratuitamente num gesto de amor, ternura e compaixão, alimentando assim a cultura do cuidado.

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A crise provocada pela pandemia despertou em muitos a interrogação sobre o sentido da vida, a busca de espiritualidade e a abertura ou mesmo a necessidade de Deus. O Deus cujo rosto Jesus nos revela e o Natal nos leva a redescobrir: próximo, compassivo e terno, que abraça a todos com a sua paternidade e misericórdia, o Deus connosco que nunca abandona os seus filhos. A quem o invoca com fé, dá a ajuda necessária para viver com dignidade e amor a própria vida e enfrentar com esperança a doença e a morte. Quem tem fé, nunca está só nem na vida, nem na morte.

Esperar quer dizer fazer exercícios de fé e de oração confiante, colocar-nos a nós, os que nos são caros e a humanidade inteira nos braços amorosos de Deus Pai.

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A pandemia também aumentou muito as pobrezas e desigualdades sociais. A todos é pedida a coragem de sair das lógicas dos interesses próprios, do mercado e do lucro a todo o custo, para nos abrirmos a uma solidariedade mais vasta. Cristo nasceu e veio para todos. Não permite que deixemos alguém para trás, marginalizado, abandonado, descartado.

Cada um de nós pode praticar a solidariedade para ajudar quem se encontra em dificuldade e vive o peso da solidão. Esperar quer dizer, hoje mais que nunca, realizar gestos de caridade fraterna, atenta e concreta, de proximidade e partilha, pondo à disposição o que temos para o bem dos outros.

Quem se prepara para celebrar o Natal de Jesus, não se pode limitar a uma devoção sentimental com algumas orações. A vivência autêntica do Natal requer gestos concretos. Interroguemo-nos: Sou capaz de partilhar com quem tem menos, de parar e olhar a necessidade do outro, esteja ele perto ou longe?

A todos, desejo Santo e Alegre Natal e Abençoado Ano de 2022!

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