Contemplar e calar
Já em terceiro domingo de Advento impõe-se-me uma reflexão. Ser mãe, quando se é realmente mãe, é supremo momento de felicidade, tão alto que só quem o vive o pode dizer, se for capaz. A Mãe gera em seu ventre um novo ser, uma vida nova a que que, se realmente é Mãe, se dedicará de corpo e alma. Se assim acontece com qualquer comum mãe, elevemos o nosso pensamento para Maria, a Mãe do próprio Amor, a Mãe perfeita, aquela que ama e se entrega sem limites. Porque Nela não há pecado, tudo faz sem os seus limites. O filho que traz em seu ventre é Ele mesmo intensa explosão do amor de Deus. Ela é Mãe de Deus. A vida que está em Si, que em Si foi gerada é o próprio Deus. Quem dera que ao menos de olhos fechados a tudo o mais pudéssemos entrar em tal mistério de alegria, mas não… somos limitadíssimos. Maria estaria no Céu. Ela era o próprio Céu, a Arca da Aliança portadora do Verbo de Deus. Era sem limite a alegria que a inundava. Tentemos adentrar-nos mais ainda no mistério da alegria de Maria. Basta, para isso, pensar que a fonte da sua alegria estava mais na realização da promessa de salvação feita por Deus, que no facto de ser escolhida para ser Mãe do Salvador. A sua existência pautava-se por duas linhas: glorificar Deus e “arrancar” Dele a tão esperada salvação da humanidade, que Ela, por ser dfe amor perfeito, tanto amava. E a felicidade de Maria acontece de modo extremo para o que de humano se pode dizer. Era tal a intensidade da comunhão que acontecia entre Ela e a Eterna Trindade, que, ouso dizer, a sua felicidade raiaria a do próprio Deus. Ela era a Mãe de Deus, mas, mais que isso, o Salvador havia-se feito homem, a salvação estava a acontecer. Acredito que, se em Deus houvesse momentos e tempo, como havia em Maria e há em qualquer um de nós, a Encarnação, a união hipostática entre a natureza divina e a humana, seria o da mais explosiva felicidade de Deus, tão intenso é o seu Amor com que se dá e noa ama! As nossas palavras são menos que pó para falar da grandeza de Maria. Até dói quando A reduzimos a uma comum e simples mulher da Galileia, como se Nela o ser e o agir não fossem perfeitos. Que atitude senão contemplá-lA, amá-lA e… silenciar?!