“Uma vez que, este ano, devido à pandemia, não foi possível receber a Luz da Paz que foi acesa em Belém, iremos acolher a Luz da Paz de Belém que se manteve permanentemente acesa na paróquia de Mateus, na diocese de Vila Real.” Foi desta maneira que o animador contextualizou a celebração que se realizou no dia 14 de dezembro na Sé de Leiria.

Não bastavam todos os constrangimentos provocados pela pandemia que obrigaram a limitar a participação na já tradicional cerimónia de distribuição da Luz da Paz pelas paróquias, também a ausência do bispo diocesano, D. António Marto, se fez notar. Dada o seu atual estado de saúde e a proibição feita pelos médicos de sair de casa, a presidência da cerimónia foi atribuída ao vigário geral, o padre Jorge Guarda.
Às paróquias foi pedido que enviassem representantes e estes, munidos de lampadários de todas as formas e feitios, “encheram” a Catedral com as devidas distâncias. A celebração foi simples, como é habitual, seguindo o esquema que já era familiar e cujo momento central é a distribuição da chama que iam iluminando o templo quase todo ele na penumbra. Foi esse gesto que serviu de mote à reflexão feita pelo vigário geral.
Numa breve alusão ao significado da luz, o padre Jorge Guarda referiu que “a luz ilumina, dá energia e aquece” e que, simultaneamente “fé, conhecimento e espiritualidade”. Deixou ainda o convite expresso nas leituras proferidas que “convidam-nos a acender ou a reacender em nós a luz da fé, para que a nossa vida seja mais imbuída da luz de Deus”.
Já no final da celebração, foi dada a palavra aos responsáveis pelas duas organizações do serão: a Junta Regional do Escutismo de Leiria-Fátima e a Cáritas Diocesana.
José Marques de Sousa, presidente da Cáritas de Leiria também fez referência à luz como sendo indispensável na vida das pessoas: “através dela, tudo é diferente, tudo é belo”. Mas “a verdadeira luz que estamos aqui a evocar, é aquela pequenina luz que se encontra na gruta de Belém, excepcional lugar onde Deus se encontrou com os homens, fazendo-se um de nós”, acrescentou aquele dirigente, para quem aquela celebração faz com que os presentes sejam portadores da luz de Cristo e que, por isso, são desfiados a levá-la para o meu da sociedade.
Vítor Faria, chefe regional do escutismo de Leiria-Fátima afinou pelo mesmo tom no contexto da pandemia, já que houve necessidade de fazer as devidas adaptações. Também fez uma referência à encíclica Fratelli Tutti, onde o Papa convida-nos “a descobrir no amor uma força de transformação da humanidade nas áreas das relações internacionais, políticas, económicas e culturais”.