“A Lista do Padre Carreira: A História Desconhecida do Português Que Escondeu Refugiados durante a Segunda Guerra Mundial”. Diz tudo, o título do livro de António Marujo que será apresentado no Museu de Leiria, no próximo dia 24 de junho, às 21h30.
A história do
padre leiriense
que salvou judeus
e antifascistas
em Roma
Decorrerá no próximo dia 24 de junho, às 21h30, no Museu de Leiria, junto à igreja de Santo Agostinho, a apresentação da obra “A Lista do Padre Carreira”, do jornalista António Marujo. Numa sessão que contará com a presença do Bispo diocesano, D. António Marto, a apresentação será feita por Joaquim Ruivo, diretor do Mosteiro da Batalha, e pelo padre João Carreira Mónico, sobrinho e biógrafo do monsenhor Joaquim Carreira. Editado pela Vogais, o livro resume-se no subtítulo “A História Desconhecida do Português Que Escondeu Refugiados durante a Segunda Guerra Mundial”.
Nascido no lugar do Souto de Cima, paróquia da Caranguejeira, a 8 de setembro de 1908, este sacerdote leiriense viveu grande parte da sua vida em Roma, onde desempenhou diversos cargos na Igreja, um dos quais o de reitor do Colégio Pontifício Português, a partir de 1941. Foi nessa condição que ali acolheu dezenas de perseguidos pelo nazismo, alguns deles judeus, salvando-os da morte certa. Esse seria, aliás, também o seu destino, caso essa situação fosse descoberta.
António Marujo, duas vezes vencedor do Prémio Europeu de Jornalismo Religioso na Imprensa Não-Confessional, oferece-nos uma visão pormenorizada do homem e do momento histórico em que viveu, resultado de uma longa investigação iniciada em 2012 para o Público – e graças à qual foi «descoberta» esta notável figura portuguesa. Apoiado por documentação inédita do próprio Colégio Português, o autor apresenta-nos um dos homens que, em conjunto com figuras como Aristides de Sousa Mendes, Oskar Schindler ou Irene Sendler, foi responsável pelo salvamento de centenas de vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Pelos seus feitos e coragem, a 15 de abril de 2015, 70 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, Joaquim Carreira foi tornado «Justo entre as Nações» pelo Yad Vashem, o Memorial do Holocausto de Jerusalém. Esta é a maior distinção para não-judeus que pode ser emitida em nome do Estado de Israel e do povo judeu, sendo uma honra atribuída apenas a heróis. Um destes heróis é o padre Joaquim Carreira, e esta é a sua biografia definitiva.
O autor
António Marujo é licenciado em Comunicação Social e exerce jornalismo desde 1985. Colaborou nos programas “Toda a Gente É Pessoa” (Antena 1) e “Setenta Vezes Sete” (RTP), e ainda no semanário Expresso. Foi jornalista da revista Cáritas (1986-89), do Diário de Lisboa (1989) e do Público, cuja redação integrou desde a fundação, em setembro de 1989, até janeiro de 2013, acompanhando a informação religiosa. Foi distinguido, em 1995 e 2006, com o Prémio Europeu de Jornalismo na Imprensa Não-Confessional, instituído pela Conferência das Igrejas Europeias e pela Fundação Templeton. Participou em diversas publicações e obras coletivas. Publicou vários livros, entre os quais “Vidas de Deus na Terra dos Homens”, “Um Papa (in)Esperado”, “Quando a Igreja Desceu à Terra”, “Francisco – Pastor Para Uma Nova Época”, “O Coração da Igreja Tem de Bater”, “Lugares do Infinito (guia de mosteiros com hospedaria)” e “Deus Vem a Público”, que recolhe um conjunto de entrevistas a pensadores e líderes religiosos estrangeiros.