Lectio divina para o VII Domingo de Páscoa (Ascensão)

Neste domingo, celebramos a Ascensão do Senhor. Noutros países, esta solenidade continua a celebrar-se na quinta-feira anterior como feriado e dia santo. Em Portugal, a sua comemoração foi transferida para o domingo seguinte.

Agora é a minha vez!

Lectio Divina para o VII Domingo da Páscoa (Ano B) – Domingo da Ascensão

Breve introdução

Neste domingo, celebramos a Ascensão do Senhor. Noutros países, esta solenidade continua a celebrar-se na quinta-feira anterior como feriado e dia santo. Em Portugal, a sua comemoração foi transferida para o domingo seguinte. Tradicionalmente, a quinta-feira da Ascensão é designada também como “Dia da Espiga”, ligado ao florescer dos campos, dando sinais de alegria e esperança da natureza.

Para celebrar esta solenidade, a liturgia oferece-nos a última página do evangelho de Marcos: o encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos num monte da Galileia, de quem recebem a missão de continuar a obra começada por ele. Jesus continua presente nos seus discípulos e manifesta-se na sua atividade missionária. Em cada família, nos grupos e na assembleia cristã reunida para a Eucaristia, Jesus torna-se presente, fala, anima e envia em missão.

1. Invocação

Senhor Jesus, vivo e ressuscitado,
sempre presente no meio dos que te desejam seguir,
concede-nos um coração disponível para acolher a tua Palavra
e uma vida pronta a oferecer ao mundo a tua presença libertadora.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Vamos escutar uma passagem do Evangelho segundo São Marcos

Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o rosto do Pai, entra definitivamente na comunhão com Ele. Mas delega nos discípulos a missão de continuar a obra começada, prometendo protegê-los e cooperar com eles pelo poder de Deus. 

2. 2. Leitura do Evangelho segundo São Marcos (Mc 16,15-20)

Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes:
«Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado será salvo;
mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem:
expulsarão os demónios em meu nome;
falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal;
e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».
E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu
e sentou-Se à direita de Deus.
Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles,
confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

Palavra da salvação

(momento de silêncio para interiorizar a Palavra)

2.3. Breve comentário

Jesus aparece pela última vez, antes de regressar ao Pai, e as primeiras palavras que dirige aos discípulos, sem rodeios, são uma ordem: “Ide… pregai…”. Desta forma, Jesus afirma claramente aquilo que impõe como missão aos discípulos, depois de todas as coisas maravilhosas que viveram e aprenderam com ele: essa experiência não pode ficar encerrada. Pela presença  e poder de Jesus nos seus discípulos, ela continua neles e através deles. É sua missão testemunhar e oferecer a todos essa experiência de salvação, para que ninguém seja condenado, mas todos se salvem.

Jesus garante que coisas maravilhosas acontecerão em quem acreditar nele e for testemunha da sua presença.  É interessante perceber que as manifestações do poder de Deus não são exclusivas dos 11 apóstolos, Jesus diz que as provas do poder do Reino de Deus “acompanharão todos os que acreditarem”. Qualquer baptizado carrega em si uma presença espiritual de Deus que lhe confere o poder extraordinário de ser sinal de Deus, capaz de fazer com que o Seu amor se torne operante. Há como que uma ‘democratização do poder operativo de Deus por intermédio de todos os crentes’.

Depois destas palavras de entusiasmo, que são uma verdadeira passagem de testemunho, o evangelista descreve que Jesus “foi elevado ao Céu e SENTOU-SE à direita de Deus”, ao passo que os discípulos “PARTIRAM a pregar por toda a parte…”. Ou seja, a missão terrena de Jesus está cumprida e Jesus regressa para o seu lugar, onde permanece sentado junto do Pai, participando intimamente da sua vida e do seu poder, que comunica permanente mente à sua Igreja. Inicia-se agora o tempo desta. É a Igreja que deve tomar uma atitude dinâmica e assumir a responsabilidade de tornar presente o amor de Deus pelos homens. Jesus senta-se junto do Pai, mas assiste e coopera com o povo de Deus, para que realizem maravilhas em seu nome.

É pela união com Jesus, alimentada na escuta da Palavra, na oração e na Eucaristia, que cada cristão, família e comunidade de discípulos recebe a sabedoria e a força para viver frutuosamente a missão no mundo, dando testemunho e comunicando a graça do Evangelho. Esta missão é lembrada no final da Eucaristia, quando o sacerdote despede os fiéis, dizendo-lhes: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”. Eles respondem com alegria: “Graças a Deus”. 

3. Silêncio meditativo e diálogo

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.”

Esta ordem dada por Jesus é uma passagem de testemunho, não como uma obrigação imposta, mas como uma necessidade sentida por quem descobre e sente que Jesus está ressuscitado, sempre presente e o deseja partilhar com os outros. 

Procura medir a forma como acolhes e sentes este mandamento de Jesus. o “ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”, sente-lo como missão e desejo de partilhar um bem precioso que brota do coração? Acolhes como missão a viver na vida quotidiana ou simplesmente como tranquilizante as palavras do final da Eucaristia: “ide em paz e o Senhor vos acompanhe?

“Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem”

Desde o teu Baptismo, habita em ti um poder imenso do qual dificilmente consegues acolher todas as coisas maravilhosas que ele te permite testemunhar e partilhar. Agradece ao Senhor pelo dom seu amor que habita em ti. És habitado pelo poder do Senhor ressuscitado.

“Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles”

As palavras de despedida no final da Missa são um envio para testemunhar Cristo na vida, através da fé e das boas obras, mais do que com palavras. Como, quando e de que forma comunicas o Evangelho? Falas de Jesus, afirmas a tua vida de fé diante dos outros? Nos tempos que correm, é difícil, sim, mas o Senhor coopera contigo e o teu anúncio pode ser oportunidade de salvação para muitos.

4. Oração final e gesto familiar

– Ao longo desta semana vou acolher o mandato de Jesus que me diz que sou eu, agora, o protagonista do anúncio da boa nova de Jesus. Jesus está “à direita do Pai”, confia-me esse cuidado e promete estar presente e ativo em mim. Vou estar atento às oportunidades para testemunhar e falar de Jesus aos outros.

– Pai Nosso

Repositório LECTIO DIVINA
https://bit.ly/2W4uDI6

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