Lectio divina para o IV Domingo do Tempo Comum

Hoje, IV Domingo do Tempo Comum, e nos próximos domingos, vamos continuar a acompanhar esse trajeto. Jesus, aos poucos, vai conseguindo tocar o coração de muitos mais.

Maravilhados com as palavras de Jesus

Lectio divina para o Domingo IV do Tempo Comum, 31 de janeiro de 2021

Breve introdução

Nos últimos domingos, vimos como a atração com que a presença de Jesus cativava as pessoas foi sentida e acolhida em primeiro lugar pelos primeiros discípulos (André, João, Pedro, Tiago). Aos poucos, percebemos que as palavras maravilhosas de Jesus são acolhidas cada vez por mais gente. Hoje, IV Domingo do Tempo Comum, e nos próximos domingos, vamos continuar a acompanhar esse trajeto. Jesus, aos poucos, vai conseguindo tocar o coração de muitos mais. As palavras de Jesus que ouvimos em cada eucaristia dominical e noutras ocasiões serão capazes de produzir o mesmo entusiasmo que geraram em Cafarnaum? Ele quer tocar o meu e o teu coração, quer tocar, envolver e implicar a minha e a tua vida.

1. Invocação

Coloco-me diante de ti, Senhor.
Acolhe a minha presença.
Desejo que me deixes maravilhado com a tua Palavra.
Ensina-me com a tua autoridade.
Cura-me dos meus maus espíritos.
Inunda o meu coração do único Espírito
capaz de me levar pelos teus caminhos,
capaz de me curar…
inunda, Senhor, o meu coração
com a presença do teu Espírito Santo.
Ámen.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Vamos escutar uma passagem do Evangelho segundo São Marcos 

Aos poucos, o Evangelho de Marcos vai mostrando Jesus a um número cada vez maior de homens e mulheres necessitados da sua Palavra inspiradora e da sua cura libertadora. Começou pelos discípulos, junto ao Mar da Galileia. Agora, Jesus sobe a Cafarnaum. Na sinagoga, deixa perplexas as autoridades e, sobretudo, deixa o povo com uma sensação de que Deus está presente com um poder libertador.

2. 2. Leitura do Evangelho segundo São Marcos (Mc 1, 21-28)

Jesus chegou a Cafarnaum e quando, no sábado seguinte,
entrou na sinagoga e começou a ensinar,
todos se maravilhavam com a sua doutrina,
porque os ensinava com autoridade e não como os escribas.
Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro,
que começou a gritar: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno?
Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus».
Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem».
O espírito impuro, agitando-o violentamente,
soltou um forte grito e saiu dele.
Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros:
«Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade,
que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!».
E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

2.3. Breve comentário

Jesus, ao entrar com os seus discípulos na sinagoga de Cafarnaum, onde eram transmitidos os ensinamentos das escrituras de Deus, vem ensinar e ordenar tudo de uma forma nova. A maneira como Jesus ensinava era de tal forma poderosa que não era possível classificar nem comparar sequer com o ensinamento dos escribas [especialistas no estudo da Sagrada Escritura].

“Porque os ensinava com autoridade”, não era a que resultava de uma eloquência, de um discurso bem estruturado. As pessoas de Cafarnaum sentiam que a autoridade de Jesus não era como a dos escribas. Os escribas eram repetidores de uma velha tradição. O que recitavam era vazio, não aquecia a alma de quem os escutava.

Quando Jesus começou a falar, as pessoas estremeceram com uma estranha certeza de que a Palavra de Deus é presente, real e eficaz. As palavras de Jesus acariciam os seus corações, porque ele não é apenas repetidor e intérprete da Palavra, ele é a própria Palavra. Ele não é só a ‘boca de Deus’ como os profetas e os sacerdotes, Ele é também as mãos e o coração de Deus, é a total presença de Deus. 

Jesus confirma a eficácia da sua presença com um exorcismo. As pessoas de Cafarnaum estavam habituadas a estas práticas, muito em voga naquele tempo. Eram rituais longos e estranhos, cheios de fórmulas mágicas e esotéricas. Jesus diz apenas uma palavra criadora: “Cala-te e sai desse homem”, e a presença do mal naquele homem sucumbe à autoridade da Palavra de Deus que Jesus comunica.

Abriu-se em seguida um debate, o primeiro de muitos que o Evangelho de Marcos testemunha: “Que vem a ser isto…?”, perguntavam. Cafarnaum nunca tinha ouvido ensinamentos tão inovadores, tão surpreendentes e que lhes fizessem tão bem à alma como os que tinham presenciado.

O Evangelho expressa a estupefação e a admiração do povo, que se pergunta sobre “O que vem a ser isto?, mas não precisa de dizer nem escutar a resposta. Não precisou que ninguém lhe dissesse o significado da autoridade de Jesus. Sentia-se de tal forma envolvido pela presença misteriosa e poderosa de Deus que não precisava de mais respostas: era o Senhor. A admiração das pessoas de Cafarnaum é um dinamismo próprio da experiência de fé: fico maravilhado com a presença poderosa de Deus, sem poder nem precisar de o explicar. É a mesma experiência que posso viver ao escutar a Palavra de Deus e na Eucaristia, na sua celebração ou na adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento…

3. Silêncio meditativo e diálogo

Todos se maravilhavam com a sua doutrina 

Não eram apenas as palavras de Jesus que maravilhavam os seus ouvintes, mas todo o poder que a sua presença transmitia. O povo deixou-se maravilhar pelo que viu e ouviu.

Pensa naqueles momentos da tua vida em que sentiste uma alegria inexplicável. Já tiveste oportunidade para agradecer ao Senhor por essa e tantas maravilhas que ele te fez viver? 

Lembra e deixa-te maravilhar pelo poder das coisas poderosas que Deus vai fazendo em ti.

Jesus começou a ensinar

Facilmente tornamos a nossa vida cristã num ritualismo inerte em que repetimos os chavões do costume. 

Deixo que Jesus traga novidade à minha vida? Deixo que o seu Evangelho e a sua presença poderosa em mim me transforme numa pessoa melhor?

Cala-te e sai desse homem 

O espírito impuro, destruído por Jesus, representa tudo o que me afasta de uma vida livre, sem medos, onde o poder de Deus supera o poder do mal. Aquele homem, libertado do espírito impuro, soltou um forte grito.

Às vezes não temos coragem de dar um grito libertador porque a conversão implica deixar para trás comportamentos impuros e maus, que são difíceis de abandonar. Que males me condicionam ou aprisionam? Deixa que Deus te “sacuda violentamente” e te torne uma pessoa mais pura.

O que é isto?

Em Cafarnaum todos sentiam, no íntimo da alma, quem era Jesus e o que significava a sua autoridade, mas ninguém tinha forma de o dizer por palavras. A fé é esta certeza inexplicável de uma presença de Deus misteriosamente poderosa que não sabemos explicar.

Olha para ti e identifica um sentimento que, sempre que o sentes, confirmas que Deus está presente na tua vida de uma forma misteriosa, inexplicável, mas que consola e liberta… um sentimento de Deus.

Na Missa, quando se proclama a Palavra de Deus e se celebra a liturgia eucarística, manifesta-se a presença e a força de Jesus ressuscitado. Acredito e reconheço que Jesus me fala ao coração, me enche da sua vida e amor e me envia como testemunha e instrumento de libertação do mal? 

4. Oração final e gesto familiar

–  A família dialoga sobre os momentos mais marcantes da vida familiar e finalmente agradece a Deus pela sua presença constante e poderosa, mesmo que muitas vezes inexplicável.

Juntos, de mãos dadas, rezam a oração do Pai Nosso.

Repositório LECTIO DIVINA
https://bit.ly/2W4uDI6

Criação de Unidades Pastorais e equipas presbiterais
5 de Março
Jubileu das Vocações
17 de Maio
, às 09:00
Partilhar

Leia esta e outras notícias na...

Receba as notícias no seu email
em tempo real

Pode escolher quais as notícias que quer receber: destaques, da sua paróquia

plugins premium WordPress