Lectio divina para o II domingo do Advento, ano B

A vida magoa-nos e a atual pandemia aflige-nos, podendo fazer cair em desânimo, por causa da sua persistência. Quem nos pode consolar e encorajar?

A consolação de Deus

Breve introdução

A vida magoa-nos e a atual pandemia aflige-nos, podendo fazer cair em desânimo, por causa da sua persistência. Quem nos pode consolar e encorajar? A pedagogia espiritual do Advento conduz-nos à escuta de Deus e à vigilância para identificarmos a sua voz e os sinais da sua presença, que nos traz consolação e paz. Uma vez curados e reanimados por ele, tornamo-nos capazes de dar conforto e esperança aos outros: “O Deus do Advento vem para o meio desta pandemia, pega na nossa mão, muda o nosso coração e envia-nos a mudar a situação. Está aberta a oficina do Advento: enquanto uns se afadigam na vacina, outros nos hospitais, outros nos lares, nas farmácias, na padaria, empenhemo-nos todos em encher este mundo de Paz, de Esperança” (Mensagem da Conferência Episcopal Portuguesa para o Advento, n. 6)

Escutemos juntos a Palavra de Deus, buscando nela luz, sabedoria e esperança para a vida quotidiana. Assim nos preparamos para o encontro com o Senhor na celebração comunitária da Eucaristia, no próximo domingo.

1. Invocação

Pai de misericórdia, olhai por nós, aflitos e amedrontados.

Consola-nos com a tua Palavra e enche os nossos corações de paz e confiança. Ámen.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Vamos ouvir um texto do profeta Isaías. Em nome de Deus, o profeta dirige uma mensagem consoladora ao povo de Israel no final do exílio na Babilónia, quando o rei Ciro permitiu aos desterrados o regresso à sua pátria. O acontecimento é apresentado como uma manifestação de Deus, que intervém com poder e misericórdia em favor do seu povo, conduzindo-o como um bom pastor que cuida do seu rebanho.

2.2. Leitura do profeta Isaías (40, 1-5.9-11)

1Consolai, consolai o meu povo,
é o vosso Deus quem o diz.
2Falai ao coração de Jerusalém e gritai-lhe:
«Terminou a vossa servidão,
estão perdoados os vossos crimes,
pois já recebeu da mão do SENHOR o dobro do castigo por todos os seus pecados.»
3Uma voz grita: 
«Preparai no deserto o caminho do SENHOR,
aplanai na estepe uma estrada para o nosso Deus.
4Todo o vale seja levantado,
e todas as colinas e montanhas sejam abaixadas,
todos os cumes sejam aplanados,
e todos os terrenos escarpados sejam nivelados!»
5Então a glória do SENHOR manifestar-se-á,
e toda a gente a há-de ver ao mesmo tempo.
É o SENHOR quem o declara.
9Sobe a um alto monte, arauto de Sião.
Grita com voz forte, arauto de Jerusalém;
levanta a voz, sem receio, e diz às cidades de Judá: «Aí está o vosso Deus!
10Olhai, o Senhor DEUS vem com a força do seu braço dominador;
olhai, vem com o preço da sua vitória, e com a recompensa antecipada.
11É como um pastor que apascenta o rebanho,
reúne-o com o cajado na mão, leva os cordeiros ao colo,
e faz repousar as ovelhas que têm crias.»

 2.3. Breve comentário

A um povo humilhado e oprimido, o profeta anuncia que “o Senhor Deus vem”. Só ele sabe verdadeiramente consolar. Como é que o faz? Usa o seu poder para acabar com o estado de “servidão” deste povo e perdoa-lhe os seus pecados. E como pastor conduz o seu rebanho, adaptando-se ao caminhar de cada um: “leva os cordeiros ao colo e faz repousar as ovelhas que têm crias”. Deus faz dos homens mensageiros e instrumentos de consolação, partilhando o amor pelo seu povo e tornando-os capazes de lhe “falar ao coração”. A consolação implica os próprios homens, que devem escutar Deus e abrir-lhe os seus corações, num movimento de autêntica conversão, de mudança de vida.

Nos sofrimentos, desgostos, tribulações e perdas, só Deus nos pode consolar e dar a paz de que precisamos, pois, como proclama o salmo responsorial (Sl 85/84), “Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis, a sua salvação está perto dos que o temem e a sua glória habitará na nossa terra”. Assim, a consolação de Deus vem-nos pela oração, pela escuta da sua Palavra, pelos sacramentos da Igreja e pela compaixão, conforto e apoio fraterno na família e na comunidade cristã.

Ocasião propícia para escutar Deus na comunidade é na liturgia da Palavra, que constitui a primeira parte da Eucaristia. Ela, como afirma o bispo D. António Marto, “é concebida como um diálogo salvífico de Deus com o seu povo, em que Jesus Cristo partilha connosco a mensagem do Pai através da Palavra das Escrituras. Não se trata de um mero ensinamento: «Nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem ao encontro dos seus filhos para conversar com eles» (DV 21). Um diálogo de coração a coração: «Na abundância do seu amor, Deus fala aos homens como a amigos para os convidar à comunhão com Ele e nela os receber» (DV 2)”. Para que Deus nos diga o que no momento precisamos de ouvir,  é preciso escutar essa Palavra com abertura de coração, fé e atenção.

3. Silêncio meditativo e diálogo

 – Consolai, consolai o meu povo, é o vosso Deus quem o diz. Quem melhor do que Deus pode curar as feridas dos nossos corações e dar-nos paz! Nas tribulações, dúvidas e amarguras, buscamos ajuda em Deus? Como o fazemos?

Falai ao coração de Jerusalém e gritai-lhe: «Terminou a vossa servidão…». O profeta é portador de uma mensagem de libertação. Sentimos que Cristo nos liberta e nos torna seus instrumentos para levar a outros consolo, paz e liberdade?

Uma voz grita: «Preparai no deserto o caminho do SENHOR, aplanai na estepe uma estrada para o nosso Deus. A Palavra de Deus indica-nos o momento e o caminho pelo qual ele vem ao nosso encontro e põe-nos em ação. Acolho com confiança a Palavra de Deus e ponho-a em prática de modo a dar frutos na minha vida?

Grita com voz forte, arauto de Jerusalém; levanta a voz, sem receio, e diz às cidades de Judá: «Aí está o vosso Deus!» O mensageiro anuncia e identifica onde Deus se pode encontrar nos acontecimentos da vida. Sabemos reconhecer a presença e a ação de Deus na nossa vida, na Igreja e no mundo? Que sinais no-lo permitem identificar?
Olhai, o Senhor DEUS vem… Anunciando a proximidade de Deus, o profeta alimenta no povo o desejo e a expectativa de O encontrar. É nesta mesma atitude espiritual de desejo e esperança que vivo o Advento?

É como um pastor que apascenta o rebanho, reúne-o … leva os cordeiros ao colo,
e faz repousar as ovelhas que têm crias.
A imagem do pastor faz pensar num Deus próximo, atraente, carinhoso, respeitador de cada um na sua diversidade e caminhada, como foi Jesus. Que imagem tenho e dou de Deus nas minhas atitudes e palavras?

– Em cada Eucaristia, na liturgia da Palavra, Deus fala-nos como amigos… Como escuto a Palavra de Deus na missa? Preparo-me durante a semana, para que essa Palavra me encha o coração de amor e sabedoria?

4. Oração final e gesto familiar

– Em silêncio, perguntando: Senhor, que queres dizer-me com esta palavra?, cada um procure escutar e descobrir dentro de si o que Jesus lhe ilumina, inspira ou sugere…

– Depois, com palavras ou algum gesto, pode partilhar com os outros o que sentiu e o compromisso que assume. Em família, podem combinar a que missa vão no domingo.

– Terminam, levantando as mãos e rezando juntos o Pai Nosso ou o refrão e uma estrofe do salmo responsorial.

(Se a família ou grupo quiserem, podem enriquecer o encontro com um cântico)

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