Lectio divina para o 5º Domingo de Páscoa, Ano C

Estamos a viver os 50 dias do Tempo Pascal, em que celebramos, de modo, especial, a ressurreição de Jesus.
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Contaram tudo o que Deus fizera

Lectio Divina para o Domingo V Domingo da Pascoa (Ano C), 15/05/2022

Breve introdução

Estamos a viver os 50 dias do Tempo Pascal, em que celebramos, de modo, especial, a ressurreição de Jesus. Durante este tempo, a liturgia convida-nos a centrar o nosso olhar na dinâmica dos primeiros cristãos, daqueles que, tendo testemunhado a força da ressurreição do Senhor, vão vivendo a experiência de ser Igreja, enviada a testemunhar a Boa Nova. Por isso, ao longo de todo este tempo, a liturgia dá um grande relevo ao livro dos Atos dos Apóstolos.

Este livro bíblico leva-nos numa ‘viagem’ pelas vicissitudes da vivência e anúncio do Evangelho nos primórdios das primeiras comunidades cristãs. No contexto em que estamos a reaprender a ser uma verdadeira Igreja sinodal, caracterizada pela comunhão, participação e missão, o livro dos Atos dos Apóstolos pode ser um verdadeiro guia espiritual e pastoral para cada um de nós e para toda a Igreja.

Na nossa meditação de hoje, vamos escutar a Palavra de Deus que nos relata uma das primeiras etapas da missão evangelizadora de São Paulo. Numa narração marcada pela simplicidade, descobrimos um caminho que também nós hoje somos chamados a trilhar, sempre com a graça de Deus, que é quem verdadeiramente opera na ação da Sua Igreja.

1. Invocação

Senhor Jesus Cristo, que nos chamastes a seguir-Vos, dai-nos a graça de saborear a comunhão íntima convosco e a experiência da partilha fraterna com os irmãos, para que o fogo do Vosso amor nos torne testemunhas incansáveis e credíveis da Boa Nova. Com a força do Vosso Espírito Santo, fazei que colaboremos na renovação da humanidade, para que todos possam viver o Vosso Reino de vida e amor. Ámen.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Vamos escutar uma passagem dos Atos dos Apóstolos  

Nos seus capítulos iniciais, o livro do Atos dos Apóstolos apresenta a vida da primeira comunidade em Jerusalém. A partir do 13º capítulo, este livro vai centrar-se exclusivamente na missão de São Paulo até à sua chegada a Roma e ao apostolado que levará a cabo na capital do império. O texto que meditaremos insere-se na primeira viagem apostólica de Paulo, na qual é acompanhado por Barnabé. 

2. 2. Leitura dos Atos dos Apóstolos (Actos 14, 21b-27)

Naqueles dias, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. Iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus». Estabeleceram anciãos em cada Igreja, depois de terem feito orações acompanhadas de jejum, e encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham acreditado. Atravessaram então a Pisídia e chegaram à Panfília; depois, anunciaram a palavra em Perga e desceram até Atalia. De lá embarcaram para Antioquia, de onde tinham partido, confiados na graça de Deus, para a obra que acabavam de realizar. À chegada, convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé. 

Palavra do Senhor. 

(momento de silêncio para interiorizar a Palavra)

2.3. Breve comentário

A partir do capítulo 13, o livro dos Atos dos Apóstolos centra-se na missão de São Paulo. Foi em Antioquia, onde havia uma comunidade de cristãos, que Paulo exerceu o seu primeiro apostolado. Em ambiente de oração e jejum, a comunidade de Antioquia recebeu a inspiração do Espírito Santo para que enviasse Paulo e Barnabé em missão. O seu primeiro destino foi a ilha de Chipre, onde começaram a anunciar Jesus Cristo, tendo partido depois para o sul da atual Turquia, onde foram evangelizando em várias cidades, até chegarem à cidade de Derbe. Depois de também aí terem anunciado o Evangelho, iniciaram o caminho de regresso a Antioquia, de onde tinham partido, passando pelas cidades onde tinham evangelizado e onde se tinham constituído comunidades cristãs. O texto que meditamos narra-nos precisamente esse regresso e a ação que levaram a cabo com essas comunidades nesta segunda visita. Se é certo que o primeiro anúncio tinha sido decisivo para aqueles que abraçaram a fé, não é menos importante o que Paulo e Barnabé realizam no regresso. Aproveitam esta passagem para fortalecer as comunidades e para as organizar, de modo que pudessem continuar a vivência da fé já iniciada. As palavras que dirigem a estas comunidades estão marcadas pelo encorajamento, sem esconder as dificuldades inerentes ao caminho da fé. Sobretudo, transmitem a estas comunidades a importância de confiar na ação de Deus, sendo eles próprios conscientes que também a sua missão é fruto da graça de Deus, e que foi o próprio Deus o protagonista dessa missão, da qual eles se consideram colaboradores.

3. Silêncio meditativo e diálogo

Neste texto sobressai a simplicidade e alegria dos que tinham abraçado a fé há pouco.

* Sobretudo neste tempo pascal, sinto-me agradecido por ter recebido a fé? Sou consciente de que ser discípulo de Jesus é um privilégio pelo que devo agradecer com humildade?

Paulo e Barnabé vão em missão com a consciência de serem enviados por Deus e de serem seus colaboradores em favor dos outros.

* A celebração da Páscoa renovou a minha consciência de ser discípulo-missionário? Estou disponível para sair da minha comodidade para partilhar com outros?  

As palavras de Paulo e Barnabé são palavras de incentivo e procuram animar e fortalecer os crentes com quem se voltavam a encontrar.

* Procuro que as minhas palavras e atitudes sejam sempre construtivas e que deem ânimo e fortaleza aos outros? Procuro a partilha da fé com aqueles que comigo caminham, sabendo que necessitamos de nos apoiar e encorajar mutuamente? As nossas celebrações da eucaristia e outros momentos pastorais são espaços de renovação comunitária e de envio?

Paulo e Barnabé realizam a sua missão, convencidos de que o verdadeiro protagonista da mesma é o próprio Deus, que opera maravilhas.

* Reconheço as maravilhas que Deus faz em mim e nos outros? Quando faço algo pelos outros, fico com os méritos para mim ou reconheço que é graça de Deus? Quando algo não corre bem, sou capaz de continuar a acreditar que Deus, a Seu tempo, continuará a obra?

4. Propósito e Oração final

– Ao longo desta semana, vou tentar dar graças pela fé recebida e renovada na Páscoa e procurarei estar atento às situações às quais o Senhor me está a enviar. Ao final de cada dia, individualmente ou em família, tentarei agradecer por Deus contar com a minha humilde colaboração.

– Pai Nosso

Repositório LECTIO DIVINA
https://bit.ly/2W4uDI6

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