Lectio divina para o 4º Domingo do Advento, Ano A

Este quarto domingo do Tempo de Advento orienta-nos de maneira direta para o nascimento de Jesus, para o qual nos estamos a preparar.

Chamados a acolher o Deus connosco

Lectio Divina para o Domingo IV do Tempo de Advento (Ano A) – 18/12/2022

Breve introdução

Este quarto domingo do Tempo de Advento orienta-nos de maneira direta para o nascimento de Jesus, para o qual nos estamos a preparar. O Evangelho coloca-nos em contacto com o drama que assolou a família de Nazaré, drama que se desenrola entre a graça de ter sido escolhida pelo olhar terno de Deus para ser canal por meio do qual o Filho de Deus se fazia homem e vinha ao mundo, e a consciência clara da sua pequenez. Não será esta família figura das nossas vidas, que se movem entre a alegre consciência da presença de Deus em nós e as dificuldades de quem quer viver no mundo como testemunha do Deus connosco?

1. Invocação

Senhor Jesus, Filho de Deus enviado pelo Pai
para ser o Deus connosco,
desperta nos nossos corações o desejo de acolher a tua vinda,
e faz de nós tuas testemunhas no meio deste mundo
tantas vezes mergulhado na noite do pecado.
Ámen.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Vamos ouvir um excerto do Evangelho segundo S. Mateus

Enquanto o Evangelho segundo São Lucas nos oferece o testemunho da Alegre notícia do Deus que vem a este mundo por meio do Seu Filho feito homem a partir do olhar de Nossa Senhora, o Evangelho de São Mateus oferece-nos uma visão complementar, a de São José. José e Maria eram noivos, mas há algo que abala o seu caminho de preparação para o matrimónio: Maria encontra-se grávida. Acolhendo a Anunciação do Anjo e dando o seu sim, recebe no seu seio o Filho de Deus. Jesus, o Deus connosco, encontra no seio de Maria o primeiro lugar que o acolhe a este mundo. Ao receber esta notícia da parte de Maria, José fica confuso e pensa deixá-la em segredo. José tinha medo do desfecho daquela história. Mas eis que Deus age e anuncia a José que aquele menino que Maria gera no seu seio é o Filho de Deus, o Deus connosco. E que a sua família tinha sido escolhida para acolher esta dádiva de Deus ao mundo. José, que era um homem justo, acolhe este anúncio, e recebe Maria como sua esposa, tornando-se também ele protagonista desta história de amor entre Deus e os homens.

2.2. Leitura do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus (Mt 1, 18-24)

O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz: «A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’». Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.

2.3. Breve comentário

A ação de Deus na nossa vida é, grande parte das vezes, desconcertante. Porque nos desafia a sair dos nossos esquemas mentais, dos nossos pequenos projetos, da nossa vida tantas vezes corrida, que não é saboreada. Quando Deus entra, tudo muda, porque a vinda de Deus à nossa vida traz sempre a novidade que só o infinito amor de Deus por nós pode trazer. 

Ao olharmos a vida de José e de Maria, que se preparavam para o matrimónio, não nos será difícil pensar que os seus projetos, os seus sonhos comuns, aquilo a que se dispunham viver como família não incluía acolher a vinda de Deus à nossa carne, não incluía de tal modo fazer parte do projeto de Deus para a vida do mundo que seriam o seio familiar onde Jesus nasceria, cresceria, aprenderia, em certo sentido, a ser homem. 

Mas Deus vem. Diz a Maria: ‘Não temas, porque achaste graça diante de Deus, e o que vai nascer será chamado Filho do Altíssimo’. Diz a José ‘Não temas receber Maria, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo’. Vem, desafia o seu modo de viver a vida e convida-os à confiança: o que Deus tem reservado para eles, para cada homem e mulher, é sempre maior do que aquilo que possamos pedir ou imaginar.

3. Silêncio meditativo e diálogo

Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor.

Acolher a vinda de Deus à nossa vida é receber a certeza de que os nossos projetos, os nossos desejos, a nossa maneira de olhar a vida, será profundamente alterada, porque imensamente enriquecida pelo amor transformante de Deus. 

Como estou a viver este tempo de Advento? Estou atento às vindas de Deus à minha vida? E sou capaz de o acolher, com tudo o que isso traz de desafio à transformação do meu olhar e da minha vida?

Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta.

Deus não esquece as suas promessas. Acreditamos num Deus atento à vida dos homens, um Deus que jamais deixa de se mostrar presente e de dar carne concreta à suas promessas. 

Sou capaz de olhar a minha vida como bênção de Deus? Como um lugar onde Deus cumpre as suas promessas?

Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.

Deus oferece-se à nossa vida. Mas não se impõe: espera a nossa resposta. Porque o amor não se impõe, mas espera pacientemente o sim da nossa liberdade. 

Como me coloco diante dos apelos que Deus me faz? Ofereço livremente a minha vida para ser um lugar onde Deus pode agir, por meio do qual Deus pode vir a este mundo?

4. Oração final e gesto

Ao prepararmo-nos para a celebração da Eucaristia dominical, tomamos consciência dos desafios concretos que Deus nos coloca neste momento das nossas vidas. Cada um identifica um ou dois desafios. Sobretudo aqueles diante dos quais nos é mais difícil oferecer a vida a Deus. Depois, rezamos a oração de Santo Inácio de Loyola, como ato de disponibilidade para acolher a vontade de Deus:

Tomai, Senhor, e recebei:
toda a minha liberdade, a minha memória
e o meu entendimento.
Toda a minha vontade e tudo o que eu possuo.
Vós mo destes, a vós o restituo.
Tudo é vosso, disponde.
Pela vossa vontade, dai-me apenas, Senhor, o vosso amor e graça,
que isso me baste.

Na Eucaristia deste domingo entregamos a Deus os desafios que identificámos. Porque cada um de nós é parte ativa da celebração eucarística, sobretudo na oferta que fazemos da nossa vida ao Senhor, com todas as suas bênçãos e desafios. E dispondo-nos para receber Jesus na Eucaristia, dispomo-nos à mudança que a sua vinda traz à nossa vida. 

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