(Tema 3 do retiro popular: 3º domingo da quaresma)
DIVERSOS DONS, MAS UM SÓ ESPÍRITO
Acolhimento e saudação entre os participantes
1. Invocação do Espírito Santo / Oração inicial
– Invoco a presença de Deus –
1.1. Cântico
(à escolha, ver anexo)
1.2. Prece
V/Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
R/ e acendei neles o fogo do Vosso amor.
V/ Enviai, Senhor, o Vosso Espírito, e tudo será criado,
R/ e renovareis a face da terra.
V/ Oremos:
Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.
R/ Amem.
2. Leitura da Palavra
– Escuto e compreendo a Palavra que me é oferecida –
2.1. Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (12, 1-11)
A respeito dos dons do Espírito, irmãos,
não quero que fiqueis na ignorância.
Sabeis que, quando éreis pagãos,
vos deixáveis arrastar, irresistivelmente, para os ídolos mudos.
Por isso, quero que saibais que ninguém,
falando sob a ação do Espírito Santo, pode dizer:
«Jesus seja anátema»,
e ninguém pode dizer: «Jesus é Senhor», senão pelo Espírito Santo.
Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo;
há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo;
há diversos modos de agir,
mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
A cada um é dada a manifestação do Espírito, para proveito comum.
A um é dada, pela ação do Espírito, uma palavra de sabedoria;
a outro, uma palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito;
a outro, a fé, no mesmo Espírito;
a outro, o dom das curas, no único Espírito;
a outro, o poder de fazer milagres;
a outro, a profecia;
a outro, o discernimento dos espíritos;
a outro, a variedade de línguas;
a outro, por fim, a interpretação das línguas.
Tudo isto, porém, o realiza o único e o mesmo Espírito,
distribuindo a cada um, conforme lhe apraz.
Palavra do Senhor.
2.2. Leitura pessoal
– Volto a ler, em silêncio: o que diz o texto? –
2.3. Notas para a compreensão do texto
Das duas cartas que Paulo escreve aos cristãos de Corinto, a primeira mostra uma comunidade fervorosa e entusiasta, mas que também experimenta dificuldades, que procura ultrapassar e integrar, ou seja, é uma comunidade como qualquer outra, mesmo como uma comunidade cristã do século XXI.
Na realidade, Corinto era uma grande cidade com uma população proveniente das mais variadas culturas e com práticas religiosas muito diversas. A nova religião trazida por Paulo e a comunidade que fundou tiveram que se confrontar com estes desafios, e a própria forma de viver da comunidade é reflexo destas vicissitudes.
Uma das grandes lutas de Paulo era fazer com que a comunidade não perdesse a sua identidade, mas, ao mesmo tempo, que a Boa Nova de Jesus fosse relevante para aquelas pessoas com um estilo de vida, uma visão do mundo e de Deus muito peculiares. No fundo, Paulo, nesta carta, procura manter a unidade da comunidade, fiel ao Evangelho de Cristo, condenando veementemente comportamentos contraditórios, mas, ao mesmo tempo, mostra-se compreensivo quando o essencial da fé não estava em perigo.
É neste contexto que surge o excerto que estamos a meditar. Os cristãos de Corinto, habituados à diversidade dos cultos pagãos, questionam Paulo sobre os carismas, ou seja, sobre a forma diversa como cada um vivia e expressava a sua fé dentro da comunidade, como manifestações do Espírito de Deus. Era tal naquela comunidade a diversidade de carismas e de expressões de fé que ameaçava a unidade da Igreja.
3. Meditação pessoal
– Medito interiormente a Palavra acolhida: o que me diz o Senhor? –
«Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo»
Na Igreja são variados os dons, carismas ou graças concedidas a cada um, mas a origem desses dons é sempre o Espírito Santo. Não é legítimo um cristão apresentar à Igreja os seus dons como algo pessoal, sem a humildade de reconhecer, precisamente, o dom como dádiva, oferta, partilha do amor de Deus. Na Eucaristia celebramos o dom maior do amor de Deus que, pela Igreja, é partilhado com todos, precisamente, como dom.
Faz um simples exercício de discernimento: identifica algum dom particular recebido (dom é diferente de qualidade e de capacidade, dom é a graça recebida para que essas qualidades se manifestem); toma consciência dele como dádiva proveniente do Espírito Santo. Faz um exercício de humildade e reconhece-o como dádiva de Deus.
«há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo»
Há diversidade de dons recebidos do mesmo Espírito. Há também diversidade de serviços, de formas de seguir a Cristo com a vida. Servir a Cristo é servir a Igreja nas suas variadas realizações: na família, com os próprios dons no convívio com os amigos, na colaboração com as instituições da sociedade, no local de trabalho, na liturgia, na catequese, nalgum movimento ou grupo da comunidade cristã… Todos estes serviços, modos de realização dos dons recebidos, são apelos do Senhor para que nos configuremos mais com a Sua vida: fazer do dom da vida um serviço de partilha aos irmãos. Participar na Eucaristia é sentir esse impulso, a partir do exemplo de Cristo.
Como sentes que aquele dom recebido é posto ao serviço, não do teu prestígio ou promoção, mas dos outros, como Cristo? Pensa em exemplos concretos da tua vida… sente que Jesus, pelo seu exemplo, te provoca e desafia a servir.
«há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.»
Podemos viver e agir de formas muito diversas. Recebemos, do mesmo Espírito, dons muito distintos. Sentimos o desafio a servir, como Cristo, de formas muito particulares… mas é sempre o “mesmo Deus que realiza tudo em todos”. Caminhar como Igreja, que vive na unidade e na comunhão, significa abrir-nos aos desafios do Espírito, na diversidade dos seus dons, mas com a certeza espiritual de que é Ele quem tudo suporta e é na fidelidade à Sua vontade que a Igreja, com a nossa vida e colaboração, segue no rumo certo.
Faz um acto de consagração ao Senhor e de reconhecimento da sua grandeza e omnipotência. Diz-lhe, neste momento de meditação, que reconheces que é Ele que realiza tudo em ti. Pede-lhe que saibas sempre dar bom testemunho de uma Igreja unida.
4. Partilha da Palavra
– Partilho com os outros o dom recebido: que posso oferecer-lhes? –
Comunico uma palavra ou frase que me interpelou. Posso também partilhar algo do que rezei na minha intimidade. Esta minha participação deve ser voluntária e breve.
5. Oração
– A partir do que escutei e vivi neste tempo, falo com o Senhor –
Faço uma oração espontânea a partir do texto lido ou da meditação feita.
Posso também recitar este salmo em forma responsorial, com o refrão cantado ou recitado. Este salmo aclama a realeza e a grandeza do Senhor. O sujeito adequado e preparado pelo Espírito Santo para o proclamar é uma comunidade harmoniosa, diversa nos dons, carismas e serviços, mas unida na fidelidade ao Pai, no testemunho do Filho e na gratidão ao Espírito Santo.
Refrão:
Anunciai em todos os povos
as maravilhas do Senhor.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a terra inteira;
dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
governa os povos com equidade.
6. Compromisso
– A que me convida, hoje, o Senhor? –
Faço um momento de silêncio e formulo um compromisso pessoal.
Posso também propor um gesto ou iniciativa comunitária.
Cântico final (à escolha, ver anexo)
7. Em casa
– Levo para a vida a mensagem que acolhi –
No seguimento do encontro de grupo, procurarei dedicar algum tempo (15-20 minutos), num ou mais dias da semana, para retomar a meditação e contemplação da Palavra de Deus e nela encontrar a luz e a força de Deus para a minha vida no dia-a-dia.