Vozes: Lúcio Roda e Carla Pereira
Texto: P. Rui Ruivo
Comunidade de amor
Lectio Divina para o Domingo XXVII do Tempo Comum (Ano B)
Introdução
Neste XXVII Domingo do Tempo Comum, celebramos o dia da nossa Igreja Diocesana de Leiria-Fátima. Como povo de Deus somos chamados à comunhão. A nossa diocese é expressão visível dessa comunhão, constituída como Corpo de Cristo.
Palavra de Deus (Mc 10, 2-16)
Vamos escutar uma passagem do Evangelho segundo São Marcos
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus, que, para O porem à prova, perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?». Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?». Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».
Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele». E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
Meditação
Homem e mulher são chamados a corresponder e a continuar a obra da criação. São implicados a viverem como “uma só carne”, uma só realidade de amor-comunhão, quer seja na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, todos os dias das suas vidas. E isto é a fidelidade, esse amor que vence no tempo, até chegar ao amor já sem tempo, chamado eternidade. Vivendo esta fidelidade, da boca se ouvirá um hino de louvor que brota do coração: “Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne.”
Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
A exigência do amor de Cristo leva-nos muitas vezes a criar resistência à aceitação desse amor.
O meu coração também é duro e fecha-se a esse amor? Ou tenho um coração disponível capaz de acolher a Sua proposta e de fazer a Sua vontade?
Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
A união entre marido e mulher, não anulando as diferenças e caraterísticas de cada um, constitui-os em unidade. Na Eucaristia a comunidade torna-se expressão dessa unidade que celebra a “um só coração e uma só alma”.
Reconheço que na Eucaristia a minha vida entra em verdadeira comunhão com os meus irmãos? Reconheço que sou carne de mesmo corpo que é Cristo?
Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele.
Acolher o Reino de Deus implica colocarmo-nos como criança que confia na mãe e no pai e por isso se lança aos seus braços.
Atiro-me com confiança para os braços de Deus? Tenho fé suficiente para fazer a sua vontade?
Oração
“Senhor Jesus,
abre o nosso coração para a relação com os nossos irmãos.
Que nas diferenças saibamos caminhar juntos,
que nas semelhanças louvemos o Teu amor uno,
alimentados por Ti sejamos capazes de fazer comunidade,
e de caminhar em Igreja até ao Reino de Deus Pai.”
Esquemas alternativos em texto: https://lectio.leiria-fatima.pt