Lectio divina para o 25º Domingo do Tempo, Ano C

O evangelho proposto para este domingo une-se à primeira leitura, do profeta Amós, no tema da forma adequada e justa de usarmos o dinheiro.

“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”

Lectio Divina para o XXV Domingo do Tempo Comum, 18 setembro 2022

Breve introdução

O evangelho proposto para este domingo une-se à primeira leitura, do profeta Amós, no tema da forma adequada e justa de usarmos o dinheiro. O profeta Amós viveu em tempos de grandes contrastes entre a vida faustosa de uns e a miséria de outros. A denúncia profética da injustiça e estratificação social fê-lo levantar a voz da forma como vamos ouvir neste domingo. No evangelho, escutaremos Jesus a voltar a este assunto através da parábola designada como “parábola do administrador desonesto”.

Invocação (do Salmo 111)

Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos.

Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado,
o justo deixará memória eterna.

O seu coração é inabalável e nada teme,
reparte com largueza pelos pobres;
a sua generosidade permanece para sempre
e pode levantar a sua fronte com dignidade.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas (Lc 16, 1-13)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador, que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo: ‘Que hei-de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho força, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei-de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’. Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes. Ora Eu digo-vos: Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedica a um e despreza o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro».

Palavra da salvação

2.2. Breve comentário

Jesus continua o seu caminho até Jerusalém e desta vez não se dirige aos fariseus, aos escribas ou às autoridades, mas aos próprios discípulos. Deste modo, dirige-se a nós, hoje, seus discípulos, alertando para a forma sábia de usar os bens materiais, concretamente o dinheiro.

Na parábola, Jesus vai buscar o exemplo de um administrador de uma propriedade que é acusado de gerir de maneira incompetente os bens do seu senhor e por isso é despedido. Confrontado com essa situação, decide juntar os devedores do patrão e perdoar-lhes parte da dívida. Para compreender a parábola é necessário saber que, num procedimento administrativo usual ao tempo, a forma de um administrador obter o seu ganho era aumentando a dívida dos devedores para obter a sua “comissão”; o que este administrador fez, foi diminuir a sua margem para assim agradar aos devedores e granjear a sua simpatia.

Portanto, não é por este gesto que ele é designado como desonesto, mas pela sua conduta anterior. Aliás, é elogiado pela sua astúcia. Este administrador desonesto, mas astuto, sabe que o dinheiro tem um valor relativo e não tem problemas em trocá-lo por outros valores mais significativos: a amizade, a gratidão. Jesus conclui a história convidando os discípulos a serem tão hábeis como este administrador, usando os bens deste mundo, não como um fim em si mesmos, mas para conseguir algo mais importante e mais duradouro, os valores do “Reino”.

Continuando o seu discurso, Jesus concretiza a mensagem da parábola alertando os discípulos para a necessidade de priorizar os bens espirituais, eternos e duradouros, sobre os bens materiais egoístas, mesquinhos e perecíveis.

3. Silêncio meditativo e diálogo (cfr dehonianos.org)

• Para ganhar mais dinheiro, há quem trabalhe doze ou quinze horas por dia e prescinda da família e dos amigos; por dinheiro, há quem sacrifique a sua dignidade e apareça a expor, diante de uma câmara de televisão, a sua intimidade e a sua privacidade; por dinheiro, há quem venda a sua consciência e renuncie a princípios em que acredita; por dinheiro, há quem seja injusto, explore os seus operários, se recuse a pagar o salário do mês porque o trabalhador é ilegal e não se pode queixar às autoridades… 

Que pensamos disto? Ser escravo dos bens é algo que só acontece aos outros? Talvez não cheguemos, nunca, a estes casos extremos; mas até onde seríamos capazes de ir por causa do dinheiro?

• Jesus avisa os discípulos de que a aposta obsessiva no “deus dinheiro” não é o caminho mais seguro para construir valores duradouros, geradores de vida plena e de felicidade. É preciso que saibamos aquilo em que devemos apostar… 

O que é, para nós, mais importante: os valores do “Reino” ou o dinheiro? Na nossa actividade profissional, o que é que nos move: o dinheiro, ou o serviço que prestamos e a ajuda que damos aos nossos irmãos? O que é que nos torna mais livres, mais humanos e mais felizes: a escravidão dos bens ou o amor e a partilha?

• Todo este discurso não significa que o dinheiro seja uma coisa desprezível e imoral, do qual devamos fugir a todo o custo. O dinheiro (é preciso ter os pés bem assentes na terra) é algo imprescindível para vivermos neste mundo e para termos uma vida com qualidade e dignidade… 

No entanto, Jesus recomenda que o dinheiro não se torne uma obsessão, uma escravidão, pois Ele não nos assegura (e muitas vezes até perturba) a conquista dos valores duradouros e da vida plena.

4. Oração e desafio final

“Deus Pai, único mestre digno de ser servido, nós Te damos graças pela confiança que depositas em nós; confias-nos o teu Reino, que é infinitamente mais precioso que todos os bens da terra. Nós Te pedimos: pelo teu Espírito, faz de nós filhos da luz, inspira-nos o bom uso dos bens da terra e a aptidão que convém ao teu Reino”.

Procuro fazer um compromisso de desprendimento ao longo desta semana em favor de algum bem ou crescimento espiritual.

Repositório LECTIO DIVINA
https://bit.ly/2W4uDI6
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