Lectio divina para o 24º Domingo do Tempo Comum

E vós, quem dizeis que eu sou? É a pergunta que Jesus dirigiu aos seus discípulos e nos dirige a nós hoje.

MESSIAS, SIM! MAS DE QUE TIPO?

Lectio divina para o Domingo XXIV do Tempo Comum, 12.09.2021

Breve introdução

E vós, quem dizeis que eu sou? É a pergunta que Jesus dirigiu aos seus discípulos e nos dirige a nós hoje. A resposta deve ser dada a partir do coração, para perceber o lugar que Cristo ocupa na minha/nossa existência. Que significado tem Cristo na minha vida? Que atenção dou às suas propostas, que importância assumem os seus valores nas minhas opções e no esforço que faço para o seguir? Quem é Cristo para mim? Apenas um homem excepcional, um “mestre” de moral, um homem bom que marcou a história humana ou o Messias Servo que dá a sua vida para nos salvar e me propõe um projecto de salvação e vida plena?

  • Invocação

Senhor Jesus, tu perguntaste aos teus discípulos
“E vós, quem dizeis que Eu sou.”
Pedro, em nome deles, respondeu que Tu és o Messias,
mas não tinha entendido que Tu és o Messias-Servo.
Ajuda-nos a compreender que ser teu discípulo
é viver em atitude de doação e entrega aos irmãos;
é amar sem medida,
é seguir contigo o caminho da Cruz,
para poder participar da tua glória
Ámen.

  • Escuta da Palavra de Deus
  • Vamos escutar uma passagem do Evangelho segundo S. Marcos

O evangelho deste domingo é um momento culminante no processo da revelação do mistério de Cristo, segundo o evangelista Marcos. No texto distinguem-se três partes, das quais as duas primeiras são destinadas aos discípulos, e a terceira, tanto a eles como às multidões. Eis as três secções: 1ª, confissão da fé em Cristo por parte de Pedro, e o silêncio messiânico por parte de Jesus; 2ª, anúncio por Cristo da sua paixão, morte e ressurreição; 3ª, convite ao seguimento de Jesus e condições para O seguir.

  • Leitura do evangelho segundo S. Marcos (Mc 8, 27-35)

Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos
para as povoações de Cesareia de Filipe.
No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?»
Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas».
Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias».
Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém.
Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito,
de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas;
de ser morto e ressuscitar três dias depois.
E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas.
Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O.
Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos,
repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás,
porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens».
E, chamando a multidão com os seus discípulos, disse-lhes:
«Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á;
mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á».

Palavra da Salvação

(Momento de silêncio para interiorizar a Palavra)

  • Breve comentário

Havia entre os judeus, e também nos apóstolos, a grande interrogação sobre quem era Jesus. Para responder a esta interrogação, Jesus faz directamente aos apóstolos a pergunta: “E vós quem dizeis que Eu sou?” É Pedro quem responde: “Tu és o Messias!” Parece tudo correcto, pergunta e resposta, mas é aqui que surgem os equívocos. Para Pedro e para os judeus em geral, o messias que esperavam seria um político, um libertador que havia de trazer ao povo um bem-estar económico e social e libertar os judeus do domínio dos romanos. Por isso, Jesus ordenou-lhes então severamente, que não falassem d’Ele a ninguém. É o chamado segredo messiânico. Era necessário esclarecer qual era a verdadeira missão do Messias, que estava a ser entendida de forma errada. De uma maneira clara e directa Jesus começou a ensinar-lhes que “o Filho do homem tinha de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes, pelos escribas; tinha de ser morto e ressuscitar três dias depois.”

Não era nada disto que eles esperavam e Pedro manifesta a sua discordância: “Pedro tomou-o à parte e começou a contestá-lo”. Pedro manifesta os pensamentos humanos e não os planos de Deus e quer levar Jesus a fazer o mesmo…daí a reacção violenta de Jesus: “Vai-te Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens”.

Em seguida, Jesus aponta o caminho para quem o quiser seguir: “se alguém quiser seguir-me, renuncie a si mesmo, pegue na sua cruz e siga-me”. O discípulo não é mais do que o mestre. Foi este o caminho seguido por Jesus; é este o caminho obrigatório para quem aderir a Ele e quiser ser seu discípulo.

Ao aceitar e propor a cruz como caminho, Jesus não o faz pelo prazer de sofrer. Ele quer apenas lembrar que ela faz parte da nossa condição humana neste mundo e, portanto, não se pode fugir dela; é preciso assumi-la. Descobrir o sentido e a riqueza da cruz é compreender o mistério de Cristo e o mistério da nossa vida. Para chegar à Ressurreição, Jesus teve de passar pela Cruz. Portanto, o caminho da cruz não é um disparate ou um beco sem saída; pelo contrário, é caminho de glorificação.

  • Silêncio meditativo e diálogo

Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.Na verdade, quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la.

O caminho da Cruz não foi aceite pelos seus contemporâneos e, ainda hoje, continua a ser rejeitada. 

Que significa para mim, hoje, ser discípulo de Jesus?

Jesus ensinou-nos o caminho que, pela abnegação, leva à vida. Com o seu exemplo, mostrou-nos a rota árdua e gozosa do seguimento, sendo o primeiro na opção total pelo reino de Deus e adiantando-se a entregar a vida para ganhá-la definitivamente. Caminhando com Ele, Cristo quer-nos livres para amar os outros.

Que significa concretamente para mim perder a vida para ganhá-la por causa de Jesus e do Evangelho?

“Isto é o meu Corpo…Isto é o meu Sangue entregue por vós.”

Como procuro na minha vida pôr em prática a atitude de oblação a Deus e aos irmãos?

  • Propósito e oração final

– Ao longo desta semana, procuro agradecer a graça de ser discípulo de Jesus e refletir seriamente sobre as exigências de O seguir.

– Coloco-me numa atitude de serviço, seguindo o Mestre Jesus, que para dar o exemplo, lavou os pés aos discípulos, para que eles façam o mesmo. Vou estar atento aos doentes, aos idosos, aos que vivem a solidão… Vou procurar ser como o Cireneu e ajudar a que a Cruz seja mais leve para as pessoas que se cruzam comigo no caminho.

Pai-nosso

Cântico: Se alguém quiser seguir-me (C. Silva)

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