Lectio divina para o 24º Domingo do Tempo, Ano C

O evangelho proposto para este domingo na leitura longa, compreende a totalidade do capítulo 15 do evangelho de Lucas, com as três parábolas da misericórdia de Deus.

Jesus, o rosto misericordioso do Pai

Lectio divina para o XXIV Domingo do tempo comum – C | 11.09.2022

Breve introdução

O evangelho proposto para este domingo na leitura longa, compreende a totalidade do capítulo 15 do evangelho de Lucas, com as três parábolas da misericórdia de Deus: ovelha perdida, dracma perdida e filho pródigo. Nas três parábolas realça-se a alegria e satisfação pela recuperação do que estava perdido, através da salvação de Deus, tema preferido de Lucas. Aqui vamos escutar e meditar somente nas duas primeiras. Elas ajudam-nos a tomar consciência e a valorizar o início da celebração da Missa, em que nos reconhecemos pecadores, pedimos ao Senhor que tenha piedade de nós e nos limpe de todo o pecado. E o sacerdote invoca esse perdão sobre todos.

Invocação

Senhor Jesus,
nas tuas obras e nas parábolas da misericórdia
deixaste-nos uma imagem do coração compassivo do Pai.
Faz-nos, Senhor, participar do teu amor,
que não marginaliza ninguém,
mas que se faz encontrar por todos os necessitados.
Ajuda-nos a servir os irmãos,
com um sorriso alegre,
partilhando as suas angústias e esperanças,
para percorrer com eles
o caminho que nos leva a Ti. Ámen.

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas (Lc 15, 1-10)

Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem.Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.»Jesus propôs-lhes, então, esta parábola:«Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar?Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombrose, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.’Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.»

«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar?E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.’Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.»

Palavra da salvação

2.2. Breve comentário

Ao Evangelho que foi proclamado, podemos chamar a Boa Notícia do Amor e da Misericórdia de Deus, sobretudo para os pobres e pecadores.

Podemos dividir em dois grupos as pessoas que se aproximavam de Jesus:

– Os publicanos e os pecadores, ávidos de O escutar; 
– Os fariseus e os escribas, sempre com a crítica e a má vontade na boca e no coração…

Jesus prefere os pecadores porque foi para os salvar que Ele veio a este mundo, mas o Seu trabalho é sempre dificultado pelos fariseus que passam a vida a acusá-Lo. 

Com as parábolas que o Evangelho hoje nos apresenta, Jesus esclarece qual é a posição de Deus a este respeito, mostrando até onde vai o Seu Amor:

– Uma moeda que é perdida e, depois, encontrada; 
– Uma ovelha que se perde e é procurada pelo pastor que a encontra;
– Um filho que abandona o pai e volta para ele que o recebe de braços abertos

As duas primeiras parábolas têm a mesma estrutura: 

– Algo que se PERDE – aspecto negativo; e depois é ENCONTRADO – aspecto positivo;

No momento do Encontro acontece a ALEGRIA e a FESTA, o que significa que, para Deus, é mais importante o aspecto positivo do que o negativo.

As duas Parábolas:

a) A ovelha perdida:

1. A festa que acontece é em honra da ovelha que prevaricou;

2. Esta festa, que escandaliza os que se consideravam “justos”, revela o rosto de um Deus de Misericórdia que os fariseus não conheciam… o que leva Jesus a afirmar:

“Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento”

Será isto um convite a cometer pecados? Claro que não! Trata-se, sim, de um convite a reconhecermo-nos pecadores. Diante de Deus, ninguém é justo ao ponto de não precisar de arrepender-se…Os fariseus e escribas pensavam que eram salvos pelos seus próprios esforços no cumprimento estrito da Lei, mas o Amor e o Perdão que Deus concede são gratuitos, isto é, são fruto da Bondade de Deus e não dos nossos méritos.

b) O que foi dito sobre a parábola da ovelha aplica-se também à da moeda perdida e encontrada. Mas há aqui um elemento novo: A preocupação da mulher que “acende a lâmpada, varre a casa, procura cuidadosamente a moeda”, é a imagem de um Deus que não quer perder nenhuma das suas criaturas.

c) Estas duas parábolas sublinham que a iniciativa da conversão não parte do homem, mas sim de Deus; é Ele que vai à procura do que se perde.

A quem eram dirigidas estas parábolas?

O Evangelista não deixa dúvidas: “Os publicanos e os pecadores aproximavam-se de Jesus para O ouvirem, mas os fariseus e os escribas murmuravam…Este homem acolhe os pecadores e come com eles”.

As parábolas são dirigidas aos escribas e aos fariseus que se consideravam justos e melhores do que os outros, a tal ponto que nem se aproximavam deles para não ficarem manchados.

Pode parecer estranho, mas aqui Jesus convida à conversão, não os pecadores, mas sim os que se consideravam justos.

A Palavra de Deus, que escutámos, revela um Deus que usa de Misericórdia para connosco e nos concede o Perdão.

Cristo deixou-nos um sinal visível deste Perdão de Deus no gesto e nas palavras da absolvição, no Sacramento da Reconciliação ou Confissão.

Manifestemos a Deus a nossa gratidão por esta Fonte de Graça que nos é oferecida, e procuremos beber dela sempre que precisarmos.

3. Silêncio meditativo e diálogo

Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva. Deus, Pai de todos, não marginaliza ninguém, mas alegra-se por recuperar e salvar o homem perdido na solidão do seu pecado, restaurando a sua dignidade própria. Jesus Cristo é imagem e espelho do rosto misericordioso de Deus.

Deus oferece-nos o seu perdão. Em cada Eucaristia, reconhecemos que somos pecadores e pedimos a Deus que tenha piedade de nós. Estou disposto a acolher a misericórdia de Deus na minha vida?

Jesus Cristo morreu por todos, o seu sangue foi derramado por todos. Na Eucaristia faço memorial dessa entrega de Jesus por todos. Procuro amar a todos sem barreiras de religião, estatuto social, cor, religião, etc.?

A celebração da Penitência é mesmo um momento festivo de se sentir amado, perdoado incondicionalmente pelo Pai ou é uma experiência de medo?

4. Oração e desafio final

Rezo o Pai-nosso meditando em especial “perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos”. Posso também rezar o Salmo 51.

Procuro fazer pequenos gestos de reconciliação ou ser mediador/a de reconciliação.

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