Jesus: o Amor Primeiro
Breve introdução
A liturgia do XXIII domingo do tempo comum apresenta-nos o Reino de Deus, o seguimento de Jesus e as suas exigências. Para seguir Jesus é necessária uma adesão de todo o coração. Nos tempos que vivemos é de grande importância termos consciência desta exigência, pois só por amor a Cristo, colocando-o em primeiro lugar nas nossas preferências, como princípio e fim da nossa vida, seremos capazes de ultrapassar tantos obstáculos que se vão colocando no caminho de discipulado de Jesus, até alcançarmos o Reino de Deus.
1. Invocação
Senhor nosso Deus e nosso Pai,
dá-nos a graça necessária em cada dia
para seguirmos Jesus,
para o colocarmos em primeiro lugar na nossa vida,
para reconhecermos que com Ele chegaremos
à plenitude do teu Reino.
Ámen.
2. Escuta da Palavra de Deus
2.1. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São Lucas (Lc 14, 25-33)
Naquele tempo,
seguia Jesus uma grande multidão.
Jesus voltou-Se e disse-lhes:
“Se alguém vem ter comigo,
e não Me preferir ao pai, à mãe,
à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs
e até à própria vida, não pode ser meu discípulo.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir,
não pode ser meu discípulo.
Quem de vós, desejando construir uma torre,
não se senta primeiro a calcular a despesa,
para ver se tem com que terminá-la?
Não suceda que, depois de assentar os alicerces,
se mostre incapaz de a concluir,
e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo:
‘Esse homem começou a edificar,
mas não foi capaz de concluir’.
E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei
e não se senta primeiro a considerar
se é capaz de se opor, com dez mil soldados,
àquele que vem contra ele com vinte mil?
Aliás, enquanto o outro ainda está longe,
manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz,
Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens,
não pode ser meu discípulo”.
Palavra da salvação
2.2. Breve comentário
A grande multidão que seguia Jesus e escutava os seus ensinamentos, é hoje todos aqueles que se reúnem em cada Eucaristia e na liturgia da Palavra escutam os mesmos ensinamentos.
A palavra proclamada e escutada por nós em cada Eucaristia, é ela mesma, caminho que nos prepara para o encontro com Cristo, para um maior seguimento de Cristo, que ganha expressão visível na liturgia eucarística. Comungar Cristo é decidir-se por Ele em primeiro lugar.
Neste domingo, a palavra de Deus apresenta o direito de preferência que Jesus exige para Si, para todos aqueles que querem ser seus discípulos: “Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo”.
Jesus é o verdadeiro mestre que não engana. Diante do entusiasmo da grande multidão que O seguia, Jesus não promete uma boa remuneração, uma vida descansada ou umas férias num destino de sonho, para conseguir que todos sejam seus discípulos. Pelo contrário, Jesus atrai a multidão pela verdade que transmite, pela verdade que Ele é, pela exigência que coloca no seu seguimento. Sim, não é para qualquer um ser discípulo de Jesus. É só para quem quer ser livre n’Ele, para quem O tem como primeiro Amor, para a partir Dele amar todos os outros.
Cristo pede-nos o direito de preferência, pede-nos que seja o Amor primeiro das nossas vidas, pede-nos que tomemos a cruz para sermos seus discípulos. Será esta a forma de viver livremente? Jesus não nos quer fazer seus escravos, pelo contrário, quer-nos livres na decisão de O seguir. Ser discípulo de Jesus significa aceitar e abraçar, todos os dias, um caminho de libertação que exige uma grande opção de liberdade, que nunca nos permite cair em nenhuma forma de escravidão, quer seja das pessoas, dos bens, dos ideais e dos ídolos. Livres no amor a Jesus Cristo. Diante de tudo isto, ser discípulo significa acolher e carregar a cruz da própria vida. Cruz esta que se nos afigura muitas vezes como um ponto de interrogação, como nos sugere a 1ª leitura do livro da sabedoria: “Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Quem pode sondar as intenções do Senhor?”
Fica claro que optar por seguir Jesus não é um caminho de facilidade, por isso não é um caminho que todos aceitem fazer. Aos olhos de Jesus é decisivo que nos perguntemos se estamos realmente dispostos a apostar a nossa vida na Sua palavra.
3. Silêncio meditativo e diálogo
“Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes…”
Quando vou à Eucaristia e escuto a palavra de Deus tenho consciência que faço parte desta multidão e que Jesus me fala? Escuto o que Ele me pede como forma concreta de O seguir?
“Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo”.
Na minha vida coloco Jesus Cristo em primeiro lugar? Tenho Jesus e o seu amor como mais importante na minha vida? Amo os outros a partir do amor de Jesus?
“Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”.
Sem cruz não há salvação. Sei qual é a minha cruz hoje? Reconheço que a cruz que hoje me é dada carregar é para minha santificação e para um seguimento mais perfeito de e com Jesus?
“Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem como que terminá-la?
Reconheço que Jesus me dá liberdade de decisão para O seguir? Reconheço que eu próprio e os meus bens são os primeiros obstáculos a ultrapassar para ser livre? Estou disposto a seguir livremente Jesus?
4. Desafio e Oração final
Terminar com a oração do Pai Nosso
Durante a semana reservo um tempo para rezar qual a minha cruz e o que não me deixa ainda ser plenamente livre.
Senhor Jesus,
hoje, quero agradecer-Te a minha cruz
que ela seja fruto da tua cruz.
Que eu aceite todos os dias a cruz que me dás
colocando-Te sempre em primeiro lugar,
Tu que és Deus com o Pai, na Unidade do Espírito Santo.
Amén.
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