Lectio divina para o 21º Domingo do Tempo, Ano C

Neste XXI Domingo do tempo comum, continuamos a acompanhar Jesus na sua caminhada para Jerusalém.

Palavras de Vida Eterna

Lectio Divina para o Domingo XXI do Tempo Comum (Ano C), 21/08/2022

Breve introdução

Neste XXI Domingo do tempo comum, continuamos a acompanhar Jesus na sua caminhada para Jerusalém. No domingo passado Jesus surpreendeu-nos dizendo: “Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.” Hoje, surpreende-nos dizendo: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir.” Tudo parte desta pergunta que é feita a Jesus: “Senhor, são poucos os que se salvam?” Jesus parece não estar preocupado em responder directamente à pergunta. Diz: “Esforçai-vos…” A salvação é possível para todos mas cada um é chamado a fazer a sua parte. Nem fatalismo de quem exaspera da salvação nem optimismo ingénuo de quem se presume salvo sem esforço ou merecimento, na linguagem dos pecados contra o Espírito Santo.

1. Invocação

Ao iniciar este momento de oração, confiamo-nos completamente ao Senhor e ao Seu Espírito que trabalha em nós.

Ó Senhor Deus, dá-me
tudo o que pode conduzir-me a Ti.
Ó Senhor Deus, afasta de mim
tudo o que pode afastar-me de Ti.
Ó Senhor Deus, faz com que eu já não seja para mim,
mas que eu seja totalmente para Ti.

Edith Stein (S. Teresa Benedita da Cruz)

2. Escuta da Palavra de Deus

2.1.Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São Lucas (Lc 13, 22-30)

Naquele tempo,
Jesus dirigia-Se para Jerusalém
e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava.
Alguém Lhe perguntou:
«Senhor, são poucos os que se salvam?».
Ele respondeu:
«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita,
porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir.
Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta,
vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo:
‘Abre-nos, senhor’;
mas ele responder-vos-á:
‘Não sei donde sois’.
Então começareis a dizer:
‘Comemos e bebemos contigo,
e tu ensinaste nas nossas praças’.
Mas ele responderá:
‘Repito que não sei donde sois.
Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’.
Aí haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes no reino de Deus
Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas,
e vós a serdes postos fora.
Hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul,
e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus.
Há últimos que serão dos primeiros
e primeiros que serão dos últimos».

Palavra da salvação.

2.2. Breve comentário

Jesus está a caminho de Jerusalém e aproveita esta pergunta que lhe é colocada: «Senhor, são poucos os que se salvam?», para falar da salvação. Para o discípulo de Jesus Cristo a curiosidade em saber se são muitos que se salvam pode servir como distracção do que é essencial. A pergunta mais importante não é se são muitos ou poucos os que se salvam, mas o que devo fazer para alcançar a vida eterna. Mesmo com uma pergunta mal formulada, Jesus dá a resposta certa e necessária para quem o questiona. Ele diz qual o caminho a percorrer para chegar à vida em Deus, à Salvação. E utiliza a imagem da porta estreita para falar das dificuldades que enfrentamos para ser seus discípulos. Se a salvação é um dom de Deus, é também uma tarefa para cada ser humano. Jesus não esconde o que espera quem quer ser seu discípulo.

Podemos andar muito pelos espaços da Igreja e nunca chegar a um verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo. Para isso necessitamos de tempos e espaços de intimidade com o Senhor. Precisamos de, ao longo do dia e em tempos especiais, desligar do que nos ocupa a mente e o coração para nos centrarmos no Senhor. Não esqueçamos que “onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração”, como nos dizia Jesus ainda há 15 dias. 

Ser salvo é centrar o coração no Senhor. Deixar de ter um tesouro perecível para acumular um tesouro “onde o ladrão não chega nem a traça rói”.

A salvação não é um privilégio de predestinados: “Hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus.

3. Silêncio meditativo e diálogo

«Jesus dirigia-Se para Jerusalém

e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava.» 

Em todos os momentos Jesus vive a urgência do anúncio do Evangelho. Está focado na sua caminhada para Jerusalém, mas não perde cada oportunidade para ensinar.

– Sinto a urgência do apostolado, de dar a conhecer Jesus Cristo e a Sua mensagem?

– Como posso ser mais apóstolo?

«Senhor, são poucos os que se salvam?» 

Esta pergunta é colocada por um anónimo. Pela resposta de Jesus, parece uma pergunta desfocada. 

– Que perguntas faço eu a Jesus?

– Em que medida as minhas perguntas me ajudam a caminhar?

«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita…» 

Jesus dá a volta à pergunta. Diz o que interessa e não responde à mera curiosidade se são muitos ou poucos os que se salvam. Convida-nos a manter o foco na caminhada iniciada no nosso baptismo.

– Que pontos de esforço o Senhor me tem apresentado?

– Em que preciso colocar mais atenção na minha vida espiritual?

“‘Não sei donde sois”

Resposta estranha dada a quem comeu e bebeu com o Senhor, a quem conviveu com Ele nas praças. Provavelmente a quem o escutou e o recebeu em tantas Eucaristias.

– Como conheço e sou conhecido pelo Senhor?

– Procuro, na minha oração, na participação eucarística, crescer em intimidade com o Senhor?

«Hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul,

e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus.»

Jesus diz que a salvação é para todos. É universal e de todos os povos virão pessoas participar da mesa do Reino. Não há privilegiados. Se todos são convidados, todos se devem esforçar.O facto de ser baptizado e possivelmente ter nascido numa família deve ser para mim grande fonte de alegria, mas não me dá qualquer privilégio diante de Deus.

– Tenho consciência que é quando vivo a palavra de Deus que me torno discípulo de Jesus Cristo?

– Para mim ser baptizado é uma tarefa a realizar em cada dia da minha vida?

4. Gesto e oração final

– Como propósito, durante a semana tirar 30 minutos para voltar a ler o texto e as notas que possa ter tirado durante esta lectio divina.

– Termino com a oração seguinte:

Senhor, eis-nos à espera.
No fundo das nossas correrias,
no coração destes dias agitados,
entre mil pequenas tarefas
e mil pequenos pensamentos,
pode até parecer,
no meio de tanto ruido,
que Te dispensamos.
Pode acontecer
que não tenhamos há muito tempo
a ousadia dos gestos verdadeiros
que te nomeiem,
dos gestos de amor
que tornem nítida a tua presença,
que a traduzam de modo coerente.
Pode acontecer
que tenhamos substituído a esperança
por um pragmatismo,
e preenchido o teu lugar
com o nosso contrabando de expedientes.
Pode até acontecer
que tenhamos esquecido o teu nome.
Mas, mesmo sem saber,
eis-nos à espera.
No fundo de si,
toda a criatura sabe
que só um Deus a pode salvar.
Por isso, Senhor,
interpreta as nossas mãos vazias
como um grito,
e o nosso silêncio
como uma súplica que repete:
«Vem, Jesus!»

José Tolentino Mendonça, Rezar de Olhos Abertos, Quetzal, p. 73

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