Texto: Marcelo Moraes, P.
Vozes: Susana Duarte e Joaquim Duarte
Pós-Produção: José Simões
«ENSINA-NOS A ORAR»
Lectio Divina – DOMINGO XVII TEMPO COMUM (Ano C), 24/7/2022
Breve introdução
Na oração coleta do 17º Domingo do Tempo Comum é invocada sobre nós a misericórdia do Senhor, para que possamos aderir, desde já, ou seja, neste mundo, aos bens eternos. Deus é o Sumo e o nosso maior Bem. Ele quis participar da vida do ser humano; e é justamente com misericórdia que Ele vem ao nosso encontro. Por isso, o Evangelho de São Lucas apresenta-nos a oração do Pai nosso; e o melhor meio de encontro e de relação com Deus é, de facto, o da oração. No Pai nosso o foco está sobre o perdão que devemos dar aos outros, porque Deus nos amou e nos perdoou primeiro; e assim devemos fazer, porque filho de peixe, sabe nadar.
Palavra de Deus (Lc 11,1-13)
Vamos escutar uma passagem do Evangelho de São Lucas
«Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos». Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’». Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados e não posso levantar-me para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa. Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
Meditação
«… estava Jesus em oração em certo lugar».
Jesus é exemplo do homem orante, do homem que confia em Deus, do crente que se aproxima de Deus em oração. Do fiel que procura ocasiões durante o dia para estar com Deus a sós, em silêncio, mesmo que externamente haja ruido, barulho. Ensina-nos, Senhor, em primeiro lugar, a sabermos procurar ocasiões para orar, mesmo que não tenhamos tempo para parar. Que a oração seja para nós como respirar e comer: indispensável.
– Tenho procurado no meu dia-a-adia «lugares», ocasiões para rezar? A oração é indispensável para mim como respirar e comer?
«Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos»
Ensina-nos, Senhor, que a oração é indispensável. Ensina-nos, sobretudo, a rezar bem, a rezar com a vida. Obrigado, porque a oração do Pai nosso ensina-nos que somos filhos, que Deus é o nosso Pai. A oração, já o sabemos, nada mais é que o meio pelo qual nos relacionamos conTigo, que és o nosso Pai.
– Tenho procurado crescer na oração? Tenho rezado com maturidade, ou seja, a minha oração evolui ou é sempre a mesma coisa? Tenho aprendido com Jesus a rezar?
«‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino’…».
Em primeiro lugar na oração está Deus. Ele é o mais importante. Ele é Pai. O seu nome deve ser santificado. O Seu reino deve vir ao nosso encontro. Obrigado, Senhor, por seres quem és, um Deus que é Pai, digno de todos os louvores, um Rei poderoso cujo reino é de amor.
– Na minha oração, Deus e o louvor a Ele ocupam a parte mais importante, ou penso primeiro em mim e nas minhas necessidades?
«… ‘dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’».
Obrigado, Senhor, pelos dons de cada dia, por aquilo que Te peço hoje, porque hoje me é necessário. Obrigado pelo Teu perdão que me leva a perdoar também. Obrigado, meu Deus, porque estás comigo em todos os momentos, principalmente quando me sinto mais frágil e caio em tentação. Ainda que eu caia, Senhor, sei que estás sempre comigo.
– Peço a Deus pelas necessidades de cada dia, ou estou sempre preocupado com as necessidades de amanhã, do futuro? Perdoo? Sei que o perdão que devo aos outros é a minha decisão de poder amar o meu semelhante que errou? E ainda que eu não volte a ser seu amigo, poderei garantir a minha mão estendida quando ele precisar de mim? Tenho estado sempre em união com Deus para evitar cair em tentação? E quando caio em tentação, recorro ao sacramento do Perdão ou Confissão e sinto que Deus me levanta para eu recomeçar?
«Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á».
Obrigado, Senhor, porque, quando Te louvamos e estamos em união contigo e com os irmãos, podemos pedir-Te com confiança os dons que tens para nos oferecer.
Quando peço, nas minhas orações, faço-o com confiança, porque sei que, se for qualquer coisa boa para a minha felicidade, Deus permitirá e só me dará o que é bom para mim?
«… quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
Obrigado, Senhor, pelo Espírito Santo. «Vem, Espírito Santo».
Sei que o Espírito Santo é Deus presente em mim? Sei que invocar o Espírito Santo em todas as circunstâncias da vida, dizendo «Vem, Espírito Santo», é uma oração poderosa e eficaz? Sei que é justamente o Espírito Santo de Deus que me santifica, porque promove a minha comunhão filial com Deus?
Oração
Senhor Jesus, Tu és a manifestação concreta da misericórdia de Deus.
Tu és o Amor de Deus que se fez imagem, que se fez pessoa, que se fez tocar.
Tu, Jesus, és Deus que veio ao encontro dos homens.
Ajuda-nos, Senhor, a acolher, a sentir e a viver o Teu amor,
de modo que o possamos transmiti-lo aos outros no perdão,
nos atos concretos de amor, através do que somos e do que temos.
Ámen.
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