Texto: José Baptista, P.
Vozes: Jorge Maia, Carla Pereira e Bernardo Ferreira
Pós-Produção: José Simões
Compadecer-se e cuidar das vítimas
Introdução
Jesus usa a parábola do bom samaritano para nos ensinar que o verdadeiro amor a Deus se manifesta na compaixão e proximidade para com os irmãos, particularmente os mais fragilizados. A participação na Eucaristia dominical une-nos a Jesus e torna-nos capazes de nos aproximarmos de quem encontramos ferido no dia a dia da nossa vida.
Palavra de Deus
Vais agora escutar uma passagem do Evangelho segundo São Lucas (Lc 10,25-37)
Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei de fazer para receber como herança a vida eterna?». Jesus disse-lhe: «Que está escrito na Lei? Como lês tu?». Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo». Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem. Faz isso e viverás». Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?». Jesus, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio-morto. Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: ‘Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar’. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?». O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: Então vai e faz o mesmo».
Meditação
A realidade do nosso amor ao próximo joga-se no campo das relações simplesmente inter-humanas. É aí que tem de penetrar o mandamento de Deus para transformar a nossa existência, É aí que é preciso manifestar o amor de Deus.
«Mestre, que hei de fazer para receber como herança a vida eterna?»
Esta é uma “falsa questão”. A vida eterna está já em ato na nossa vida. Mais que pensar na vida eterna (futura), é preciso pensar que ela é a sequência da nossa relação de intimidade com Deus.
Tenho consciência de que sou amado por Deus e de que o batismo me tornou já participante da vida em Deus, da eternidade?
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo.»
Amar a Deus não é uma junção de momentos de amor ao próximo ou de oração, mas um modo de ser, de estar e de viver a vida.
Tomo consciência de que o amor a Deus e ao próximo me envolve totalmente: coração, alma, forças e entendimento? Amo realmente a Deus e, por Ele, amo o próximo?
«Faz isso e viverás.»
A vida (eterna) acontece como fruto do fazer, não do dizer.
Com que ações vivo o amor a Deus e ao próximo? A oração leva-me à ação, ou julgo que, ao rezar, está tudo feito?
«Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?». O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: Então vai e faz o mesmo
Uma reviravolta: Jesus não pergunta quem é o teu próximo, mas quem é o próximo do homem sofredor. No primeiro caso, centro-me em mim; no segundo, viro-me para o outro. Somos chamados a ser o próximo de Jesus, presente naquele que sofre.
A participação na Eucaristia dominical enche o meu coração de amor, ilumina o meu olhar para os outros e leva-me a agir para cuidar dos mais frágeis?
Iluminado pela palavra do Evangelho, vou ser como o samaritano: reparar nas pessoas que encontro nos caminhos da vida, compadecer-me e tornar-me próximo delas.
Oração
Pai Nosso que estais nos Céus…
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