Tânia Ferreira, da paróquia da Boa Vista, partiu para Cracóvia dias antes do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Foi como voluntária e, nos dias que antecederam o encontro, preparou-se para os receber os jovens de todo o mundo.
Ao jornal PRESENTE, contou, na primeira pessoa, a experiência de ser voluntária num país estrangeiro e da tarefa que lhe foi incumbida: dar água aos que tinham sede. O que a moveu? Deus… “Não pode haver outra força!”
“Este voluntariado valeu!”
Parti para as Jornadas Mundiais da Juventude dia 18 de Julho (uma semana antes) com um nervoso miudinho, não porque o voo se tenha atrasado muito, mas porque o plano de voluntariado ainda não me tinha sido atribuído. Sabia que ia para a Logística, mas o que seria isso em concreto? E o que esperar?
Agora sei que não podia esperar mais!
Chegar a Cracóvia à noite não foi das melhores sensações. Os voluntários do aeroporto mal falavam inglês e o local de dormida ainda estava longe. A tarefa seguinte seria aprender a trabalhar com Zlotys e tentar de alguma forma perceber onde apanhar o transporte e qual apanhar.
Depois do primeiro desafio superado, o local de dormida dos voluntários perto do Santuário João Paulo II foi outro verdadeiro imprevisto. Ainda estava em obras, a camarata era gigante e amontoada (como em nenhuma outra JMJ em que eu tinha participado). Seria mesmo aquele espaço atribuídos aos voluntários?
Seguiram-se dias de formação inicial e formação específica, com horários atribuídos à última da hora e muito tempo livre. Deu para conhecer a cidade, visitar Auschwitz, a terra de S. João Paulo II, Wadowice e ainda a um ou outro local que não poderíamos perder a oportunidade. Mas o sentimento é que não tinha “trabalhado” no verdadeiro sentido para palavra.
A missa para os voluntários foi muito intensa e trouxe à memória que o que nos move é o mesmo Deus e a mesma força. Não pode haver outra!
Só com o início dos eventos centrais é que foram atribuídas as tarefas. A minha era a distribuição de água nos três dias dos eventos em Blonia. Não podia ter sido melhor. A recompensa pela espera foi valiosa e o sentimento era que aquele pequeno trabalho era o que aquelas pessoas mais precisavam – água.
Todas estas pequenas aventuras aproximaram pessoas e afinal o pior de tudo (o espaço onde estávamos a dormir) tornou-se no melhor local para ver o Papa, e bem perto (que recompensa fantástica).
A Vigília foi o momento que mais tive oportunidade de viver intensamente. O sentimento foi de dever cumprido e embora achasse que a preparação foi um pouco desorganizada (talvez por estar do outro lado), o mais importante é que tudo tinha sido feito.
Tenho, sem duvida nenhuma, a certeza que embora um pouco diferente, foi uma JMJ muito rica. Regressei com vontade de “não vegetar no sofá” e até ter “botas calçadas”…talvez para ir até ao Panamá.
Tânia Ferreira