A Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, em Leiria, foi o local escolhido por Joaquim Santos, para apresentar, no sábado 10 de maio, o seu mais recente livro “O Jornalismo Leiriense e a Grande Guerra (1914-1918)”. A mostra de um filme inédito de 1921 sobre a trasladação do soldado desconhecido para Mosteiro da Batalha foi um dos momentos altos.
Anabela Graça, vereadora da Educação, Juventude e Biblioteca Municipal, deu as boas vindas, em nome do presidente, tendo afirmado constituir “uma honra receber este trabalho de excelência, que entronca na pesquisa histórica no período da 1.ª Guerra Mundial”.
A autarca destacou a abordagem da realidade local na época, de um período que não estava trabalhado, mas de grande relevância para a “consolidação da nossa identidade”.
A apresentação da obra esteve a cargo do tenente-coronel Ley Garcia, presidente da Liga dos Combatentes de Leiria, que enquadrou o período do livro, numa fase de “consolidação da República em Portugal”.
Este militar explicou a entrada de Portugal na guerra, para defender os nossos interesses em África, bem como estar ao lado dos países aliados, como a França. Destacou ainda no livro a referência ao importante papel desempenhado pelo capelão militar José Ferreira Lacerda, figura central neste contexto em Leiria, não só porque acompanhou localmente e deu apoio moral aos soldados do Corpo Expedicionário Português nas trincheiras, mas pelo envio semanal das crónicas da guerra que o jornal O Mensageiro, de que era diretor, publicava, fazendo também a ponte com as famílias dos militares.
Joaquim Santos, autor do livro, explicou que Portugal foi “beligerante em 1917, mas já em 1914 estava envolvido na guerra”.
Para surpresa de todos, Joaquim Santos apresentou um filme inédito, da Cinemateca Portuguesa, sobre a trasladação dos corpos dos soldados desconhecidos, de Estrasburgo para Lisboa, com todas as honras de Estado, com delegações dos países aliados, e que foram sepultados no Mosteiro da Batalha, a 10 de abril de 1921.