Instituto Secular das Cooperadoras da Família

Uma das atividades regulares do padre Joaquim Alves Brás era a visita aos hospitais. Uma das suas qualidades, a atenção e o carinho aos que encontrava pelas ruas da cidade da Guarda. Foi nesses ambientes que encontrou muitos filhos sem família, alguns de empregadas domésticas sem qualquer amparo ou proteção. A pensar neles, fundou a Obra de Santa Zita em 1931 e, dois anos depois, um instituto de consagração secular a que chamou Cooperadoras da Família.

 

 

“Mãos no trabalho, coração em Deus” 
pelo bem espiritual e material das famílias

Como todos os institutos seculares, são suas características a consagração a Deus, a entrega total, o empenho apostólico constante na evangelização no meio do mundo e a identificação em comunidade de consagrados, onde se partilham experiências de vida e oração, onde se cresce na formação e na espiritualidade. “A dimensão eclesial da profissão dos conselhos evangélicos dá à consagração secular o seu profundo significado, uma vez que são um hino à liberdade interior para o melhor serviço do Reino de Deus, no meio do mundo”, explica Lucinda Teixeira, coordenadora do Instituto em Fátima.

Neste caso, o carisma específico é o cuidado pela santificação da família e dos sacerdotes, a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, expressão mais perfeita da Família Trinitária de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. O fundador deixou-lhes esse espírito e o lema “mãos no trabalho, coração em Deus”. Hoje, continuam a levar por diante a mesma missão. Vivendo a sós, em família, ou em grupos de vida fraterna, cumprem-na nas suas profissões e na colaboração na pastoral das paróquias e dioceses onde se encontram. “Em cada dia, procuramos estar abertas às surpresas de Deus, integrando o seu projeto no nosso projeto, fazendo dele mais uma oportunidade de oferta e oração a Deus pelo que em cada momento nos reserva”, completa a coordenadora.

 

Ao serviço da família

2015-01-22 OSE 2Mas o próprio Instituto tem as suas instituições, como é o caso na diocese de Leiria-Fátima, onde chegou em 1974. Em Fátima, tem uma casa de formação, onde acolhe retiros, encontros e grupos de peregrinos, e o Lar Betânia, onde residem 15 Cooperadoras. Ao todo, são 31 na Diocese, estando apenas 8 no ativo, residindo as restantes nas suas próprias casas.

Os Centros de Cooperação Familiar, também fundados por monsenhor Joaquim Brás, são uma das expressões mais visíveis do seu trabalho de promoção das famílias como comunidades de vida e amor. “Consideramos que as famílias são fonte de vida humana e principal agente de transformação do mundo, pelo que nos propomos trabalhar pela sua renovação cristã e santificação”, diz Lucinda.

É nessa linha que o Instituto, “aberto a todas as necessidades da Igreja e do mundo, propõe às Cooperadoras um especial empenho em promover o bem espiritual e material das famílias, descobrir e animar nelas as vocações de consagração, estimular o apostolado no próprio meio, colaborar com o clero, em especial na pastoral familiar, reparar e expiar os danos morais e espirituais causados pelos desequilíbrios da humanidade”.

Nesta diocese, para além da inserção ativa na paróquia de Fátima e da pastoral familiar com os seus funcionários e utentes, estão presentes no Serviços de Animação vocacional e no Departamento de Pastoral Familiar, bem como no acompanhamento do grupo juvenil “Focos de Esperança”, ligado ao Instituto.

  

O fundador

2015-01-22 sopra1Joaquim Alves Brás nasceu a 20 de março de 1899, em Casegas, concelho Covilhã. De saúde precária desde o nascimento e afetado pela coxalgia logo na infância, nada o impediu de lutar pelo seu sonho de se dedicar a Deus no sacerdócio, alimentado no ambiente familiar de fé e profunda vida cristã. Entrou no Seminário aos 18 anos e foi ordenado em 1925, tendo recebido o título de Monsenhor em 1958, pelo Papa Pio XII.

Ao longo da vida, foi pároco e formador de seminaristas, mas foi no acompanhamento aos doentes e às famílias em dificuldade que dedicou um entusiasmo e zelo apostólico que mais contrastavam com a sua debilidade física. Foi nesse sentido que fundou, além das Cooperadoras da Família, a Obra de Santa Zita, associação de apoio à família, os Centros de Cooperação Familiar e o Jornal da Família (1960), e ainda o Movimento por um Lar Cristão (1962).

Não foi a doença a vencê-lo, mas um acidente de viação, aos 66 anos. O seu processo de beatificação e canonização decorre desde 1990, mas em 2008 o Papa Bento XVI publicou já o decreto de reconhecimento da heroicidade das virtudes do Venerável Servo de Deus Joaquim Alves Brás.

 

 Testemunho vocacional

 “Toda, só e sempre do Senhor”

2015-01-22 sopra2“Sou natural do concelho da Póvoa de Lanhoso, paróquia de Santo Estêvão de Geraz do Minho, onde nasci há 64 anos, terceira de cinco irmãos, numa família pobre de bens materiais e muito rica em valores cristãos. Foi no seio da minha família, particularmente com a minha Mãe, que aprendi a rezar, a amar, a respeitar. Fui crescendo na prática da vida cristã e percebendo que a vida me foi dada por Deus para ser entregue.

Foi em contexto da celebração da Reconciliação que surgiu o primeiro toque vocacional. Estava a trabalhar em Braga como empregada doméstica, quando conheci a Obra de Santa Zita e o seu lema ”Mãos no trabalho, coração em Deus”. Um lema que me ajudou e ajuda a ser toda de Deus e dos irmãos, particularmente das famílias, a que por vocação e missão me sinto Chamada. Como já conhecia algumas Cooperadoras da Família, cativava-me a sua alegria, a capacidade de acolhimento, o amor e a comunhão com a Igreja. Foi a sua forma de ser e de fazer apostolado que me levou a associar-me, para trabalhar a bem das famílias e das minhas colegas de trabalho.

Depois de um tempo de escuta e de procura, entre os 17 e os 19 anos, fiz opção pela consagração neste instituto secular, em 1970, comprometendo-me a ser “toda, só e sempre do Senhor”. Atraía-me o seu carisma e missão de “santificação da família”, tendo como modelo e fonte de espiritualidade a Sagrada Família de Nazaré. Nela podia contemplar o Amor Trinitário: Deus é Amor, Deus é família. A vocação foi crescendo e solidificando-se no dia a dia, na abertura a Deus através dos acontecimentos bons e menos bons e na oração. Até que, em 1974, em festa radiante e cheia de alegria interior e exterior, fiz a minha entrega pela profissão dos conselhos evangélicos e me tornei Cooperadora da Família.

Os primeiros 10 anos foram de formação intensa sobre o Instituto, conciliada com a profissão de cozinheira e o estudo académico, desde o secundário até a licenciatura de Ciências Religiosas. Passei por várias cidades, exerci cargos de animação da formação, orientação da pastoral religiosa na Obra de Santa Zita, cursos de formação doméstica e familiar e fui coordenadora local na Figueira da Foz durante 3 anos.

Estou em Fátima há 14 anos, primeiro como coordenadora e animadora da formação, depois coordenadora local e, nos últimos dois anos e meio, como na coordenação dos dois grupos de Cooperadoras: Casa de Retiros e Lar Betânia. Apesar de toda a atividade nos equipamentos do Instituto, procuramos orientar-nos para podermos colaborar nas atividades da comunidade paroquial e da Diocese, porque este era o sentir do nosso fundador e o carisma específico dos institutos seculares.”

Lucinda de Lurdes Teixeira, Coordenadora da comunidade de Fátima 

Números…

…no mundo

Casas: 7

Membros: 34

..em Portugal

Casas: 21

Membros: 243

…na Diocese

Casas: 2

Membros: 31 (8 no ativo) 

Mais nova: 27 anos

Mais idosa: 95 anos

Média de idades: 65 anos

Formação para catequistas sobre ambientes seguros
25 de Janeiro
, às 09:30
Domingo da Palavra de Deus
26 de Janeiro
Retiro 24, para jovens
1 de Fevereiro
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