A Comissão da Fábrica da Igreja da paróquia da Nossa Senhora dos Remédios, do Reguengo do Fetal, tem em curso obras de restauro e conservação da imagem da Senhora do Fetal. Esta imagem é muito antiga não sendo possível determinar, com rigor, em que ano foi mandada executar.
A imagem de Nossa Senhora do Fetal é de pedra branca, com pintura policromada, está sentada com o Menino sobre o joelho esquerdo, tendo a altura de 38 centímetros.
O padre Jacinto dos Reis no livro Invocações de Nossa Senhora, refere que “O culto de Senhora do Fetal vem de tempos imemoriais, existe referencia que “El-Rei D. Duarte (1433-1438) confirmou um privilégio que a confraria já tinha há muitos anos. A documentação existente indica que por volta do ano de 1680 a imagem foi a encarnar de novo (pintura do ícone), trabalho realizado por um religioso Arrábido. Este trabalho, foi mandado executar por Dom Frei José de Lencastre, Bispo de Leiria, de 1681 a 1694.”
Ao longo dos anos a pintura foi-se degradando, encontrando-se atualmente muito deteriorada, apresentando algumas lacunas na pintura, verificando-se falta de expressão no rosto da Senhora e do Menino. Foram contactados alguns especialistas no sentido de se perceber qual a hipótese de se proceder aos trabalhos de conservação e restauro da imagem e qual seria a melhor técnica e metodologia mais adequada para a realização deste trabalho.
Depois do parecer da comissão técnica de Acompanhamento liderada por Marco Daniel, do Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima, foram solicitados orçamentos a três empresas da especialidade. Com a autorização do bispo de Leiria-Fátima, os trabalhos foram adjudicados e, em outubro de 2021, a imagem foi enviada para o ateliê.
No decorrer dos trabalhos foi sugerido que a imagem fosse objeto de um estudo científico da escultura em pedra policromada ”Nossa Senhora de Fetal”. Este estudo terá como principal objetivo aprofundar, um pouco mais, o conhecimento desta obra (nunca antes realizado) através de métodos de exame e análise, que também nos irão auxiliar no tratamento da peça e na valorização perante a comunidade científica. O estudo científico é realizado por Vanessa Henriques Antunes, investigadora da Universidade de Letras de Lisboa. Este projeto contempla a análise estratigráfica, e será utilizada a espectroscopia de Raman. No final será escrito um artigo científico internacional que compilará o estudo e a intervenção desta escultura. Para o efeito foram recolhidas micro amostras da tinta que foram enviadas para laboratório e estão a ser estudadas.
Espera-se que os trabalhos estejam concluídos em março de 2022 e que a imagem possa durar mais uns séculos sem que sejam necessárias outras intervenções.