Fraternidade Franciscana da Divina Providência

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A Fraternidade Franciscana da Divina Providência surgiu na diocese de Leiria, a 15 de Setembro de 1942, fundada pela irmã Ana de Jesus Faria de Amorim, com o objetivo de ser instrumento da Providência e da Misericórdia de Deus ao serviço dos mais necessitados.

Levar a misericórdia de Deus
aos “de maior necessidade”

De facto, a fundadora, nascida em Soutelo, Braga, em 1896, e religiosa das Franciscanas Missionárias de Maria desde 1923, sentia-se “interpelada pelo clamor dos mais pobres” e desejava ardentemente dedicar-se ao serviço dos que referia como “os de maior necessidade”. Foi por isso que pediu a dispensa de votos e, aos 45 anos de idade, “recomeçou um novo caminho sem nada na bagagem, a não ser uma fé e uma confiança inabalável na Divina Providência”.

O Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, concedeu a aprovação oral para a abertura da primeira casa da nova congregação, na Moita Redonda, em Fátima. E logo o Bispo de Beja convidou as irmãs para a sua diocese, onde estabeleceram duas casas. Já em 1958, surgia a nova casa da Congregação em Fátima, o Abrigo da Divina Providência, atual sede, bem como uma outra em Coimbra.

2015-01-07 FDP fundadoraA irmã Ana Amorim faleceu em 1976, após 34 anos de dedicação à sua obra, mas a congregação não mais parou. Em Setembro de 1983, foi benzida e inaugurada a Casa do Bom Samaritano, também em Fátima, e no Natal de 1998 chegaria a aprovação como Instituto Religioso de Direito Diocesano, pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, quando era já seu orientador o Frei Adelino Pereira, considerado “confundador” da congregação.

Em abril de 2002, a sua ação estendeu-se a Timor Leste, onde tem duas comunidades dedicadas à educação cristã de crianças e jovens, ao serviço dos mais pobres e à evangelização direta.

 

Confiança no “Deus-Amor”

“Olhai para os lírios do Campo, olhai as aves do Céu” (Mt 6, 25-34) é uma das frases que a irmã  Maria da Luz, atual Superiora Geral e Superiora da Comunidade de Fátima, aponta como inspiração para o carisma da Congregação. Trata-se de uma “confiança e entrega nas mãos amorosas da Divina Providência”, obedecendo ao mandato evangélico de “buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua Justiça”, na certeza de que Ele “sacia de bens os famintos”.

E é aos “famintos” que dedicam a sua principal ação, aos “de maior necessidade”, como dizia a fundadora, pelo exercício das obras de misericórdia, “à imitação de Jesus, o Divino Samaritano”. Pugnando pela “salvação integral de todo o ser humano”, procuram “ser no mundo uma presença consoladora d’Aquele que prometeu estar sempre connosco até ao fim dos tempos”, afirma a superiora.

É, portanto, uma congregação religiosa de vida ativa, mas as irmãs consideram-se “contemplativas na ação”, pois a fonte da sua atividade é “Deus-Amor contemplado especialmente na Eucaristia”. E também Maria, exemplo de “oblação para todos, especialmente os mais pobres”.

 

 

Frei Adelino Pereira, confundador

2015-01-07 FDP adelino“Num momento de grandes dificuldades”, a Congregação teve como assistente o padre franciscano Adelino Pereira. Como relata a irmã superiora, “acompanhou as irmãs como verdadeiro pastor e guia, dinamizando-as à luz do carisma da fundadora”. Por esse motivo, “foi  com justiça declarado oficial e solenemente confundador da Congregação pelo Capítulo Geral de 2007”, dois anos após a sua morte.

 

 

 

 

As duas casas em Fátima

 

Casa da Divina Providência

2015-01-07 FDP Com divinaÉ a sede da Congregação e casa de formação das candidatas em fase de postulantado e noviciado, bem como para a formação permanente das irmãs. É, por isso, também casa de acolhimento, onde se valorizam os tempos de oração, pessoal e comunitária, encontros de formação, estudo, meditação e aprofundamento da caminhada vocacional.

 

Casa do Bom Samaritano

2015-01-07 FDP Com samaritanoOrientada por uma comunidade com seis irmãs, é o suporte da instituição Centro Social da Divina Providência, onde funciona um lar residencial para 88 meninas portadoras de deficiência mental e uma creche com 38 crianças.

  

Testemunho vocacional

“Entrega de amor ao Amor que me escolheu e me consagrou”

2015-01-07 FDP maria luzChamo-me Maria da Luz Freire Henriques, nasci na pérola do Atlântico (paróquia das Preces, Machico, Madeira) em 1957. Foram meus pais Salvina de Vasconcelos Freire e José Henriques. Fui criada num ambiente familiar de mais 9 irmãos, numa família simples e humilde onde, desde o berço, bebíamos os valores humano-cristãos, que foram alicerçando a minha vida.

Como descobri o chamamento de Deus na minha vida?

Posso dizer que as primeiras lembranças que conservo do despertar vocacional ocorreram pelos 8 anos. Escrevia uma carta para uma prima que estava no Convento, em Moçambique, nas irmãs de S. Vicente de Paulo, e dizia-lhe: “reze a Jesus para que, quando eu for grande, ir com a prima para o convento”. O tempo passou e alimentei sonhos de formar uma família… pelos 16 anos, ingressei no grupo de Jovens JCM (Jovens Cristãos da Madeira), onde fiz uma caminhada de aprofundamento da fé. E comecei a sentir uma inquietação existencial, que eu não entendia, nem compreendia o que se passava comigo… como cristã sentia que devia rezar pelas vocações consagradas, e rezava para que Jesus chamasse muitos jovens a segui-l’O. Mas nunca rezei por mim… Eu ser freira!? Não, não podia ser… Eu não tinha qualidades para ser irmã… Até que me coloquei numa atitude de disponibilidade frente a Jesus e Lhe disse: “Senhor, será mesmo que tu me chamas? Será que esta inquietação, este vazio profundo que sinto é vocação?”. E senti que a palavra de Jesus “Vem e Segue-Me” ecoava no mais profundo do meu ser, comovia-me até às lágrimas e era dirigida a mim. E aí eu não pude resistir mais, experimentei uma alegria e uma felicidade indescritível, por um lado, a consciência de ser chamada e escolhida e, por outro, a minha indignidade e fragilidade.

Ingressei na Congregação das Irmãs Franciscanas da Divina Providência, em Fátima, aos 21 anos. Ao longo da caminhada de formação, a minha vocação foi-se solidificando e, a 4 de outubro de 1981, fiz a primeira Profissão Religiosa. Sempre senti que a minha vocação era um ato providencial de Deus.

Vivo a minha consagração como uma entrega de amor ao Amor que me escolheu e me consagrou e, como consequência, vivo-a na dimensão da oferta, da partilha de tudo o que sou e faço. Sou um presente de Deus à minha família, à minha Congregação, e por ela à Igreja e ao mundo inteiro.

Assim, o chamamento de Deus vai acontecendo em cada dia da minha vida. Todas as funções que entretanto fui desempenhando resumem-se numa palavra: serviço. Procurei amar e servir a Deus e aos irmãos a quem fui enviada, a partir das comunidades onde estive. Foi nesta perspetiva que senti e vivi, com paixão, a vocação missionária, quando em 2002 a Congregação Fraternidade Franciscana da Divina Providência se expandiu às terras do Sol Nascente, Timor-Leste, com a primeira fundação missionária Ad Gentes, onde estive até 2013.

Em setembro desse ano, foi-me confiada uma nova missão, em Portugal, que vou realizando em colaboração com as minhas irmãs, numa atitude de escuta e disponibilidade para realizar sempre e só o plano da Divina Providência na minha vida.

Deixo um apelo ao mundo mais jovem: Deus ama-te com amor eterno, deixa-te envolver por esse amor e encontrarás o maior tesouro da tua vida!

Irmã Maria da Luz Freire Henriques,
Superiora Geral da Congregação

Números…

No mundo

Comunidades: 5

Membros: 19

Em Portugal

Comunidades: 3

Membros: 13

Na Diocese

Comunidades: 2

Membros: 10 irmãs (7 de votos Perpétuos e 3 de votos temporários)

Mais nova: 26 anos

Mais velha: 76 anos

Média etária: 51 anos

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