Família sem espiritualidade é como árvore sem seiva

O que somos devemo-lo em grande parte à família onde nascemos, crescemos e formos educados. Nem tudo é bom e belo nas famílias.

O que somos devemo-lo em grande parte à família onde nascemos, crescemos e formos educados. Nem tudo é bom e belo nas famílias. Têm também fragilidades, enfrentam adversidades e nem sempre conseguem corresponde às expectativas dos seus membros. Como se pode viver bem no ambiente doméstico, ter esperança, coragem, perdão e ser capaz de manter a serenidade nas situações contrastantes e nas fases difíceis? 

Nesta quadra natalícia, pude escutar várias pessoas em sofrimento devido a problemas familiares: na relação conjugal, na relação com os filhos ou com os pais e por motivo de doenças. Todos sabemos e experimentamos que efetivamente não há só amor, ternura e alegrias na família. Ela é também lugar de problemas, sofrimento e mesmo de violência extrema. Precisamos de força e sabedoria espiritual para manter vigoroso o amor, enfrentar as fragilidades, deceções e conflitos e encontrar reconciliação, harmonia e paz.

A espiritualidade, no sentido cristão, é participação na vida de Deus que pelo seu Espírito enriquece, anima, ilumina, inspira e guia os crentes. Ela brota e alimenta-se da relação pessoal e comunitária com Deus, da receção da sua graça e dos seus dons e da meditação sobre a própria vida e em busca da inspiração e da sabedoria divinas. Torna-se então um suporte importante e insubstituível para a vida de cada pessoa e da própria família. Ela é como a seiva que a partir da raiz e até às extremidades da planta leva nutrientes e outros elementos vitais para que cresça, se mantenha viva e dê flores e frutos. Se a seiva, alimentada a partir da raiz e das folhas, deixa de fluir no interior da planta, esta esmorece e seca. Assim acontece com as pessoas e as suas relações: se lhes falta a força espiritual, a interioridade, a graça divina, elas ficam mais vulneráveis e frágeis nas vicissitudes da vida, enfraquecendo, perdendo ânimo e podendo até sucumbir.

A Palavra de Deus escutada na missa da festa da Sagrada Família, celebrada na quadra natalícia, apontava o caminho a seguir e apresentava o exemplo da Família de Nazaré. Esta deixou-se orientar pela Palavra de Deus escutada por José através de anjos e de sonhos. Ele acolhia e interpretava a mensagem, fazendo de imediato o que Deus lhe indicava. Assim conseguiu saber oportunamente o que devida fazer, protegeu o Menino e salvou a família das ameaças (cf Mt 2, 13-15.19-23). Por seu lado, São Paulo recomendava aos cristãos colossenses (3, 12-21) que se revestissem de virtudes humanas como a misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência, perdoassem uns aos outros nos seus motivos de queixa, se instruíssem e aconselhassem com a palavra de Cristo, usassem cânticos inspirados nas suas orações e cantassem de todo o coração a Deus a sua gratidão. Sobre a base da consciência de serem “eleitos de Deus, santos e prediletos” e da vivência da fé cristã, aconselha as esposas, os maridos, os filhos e os pais a viveram, nas suas relações e nos cuidados diários de uns pelos outros, um autêntico amor que vem de Deus, agindo ou falando sempre movidos pelo espírito cristão, fazendo e dizendo “tudo em nome do Senhor Jesus”. 

Isto é a espiritualidade cristã que muito pode ajudar e dar solidez às famílias em todas as suas situações de vida. Ela dá vigor, resistência, flexibilidade, motivação e sensibilidade ao amor que sustenta as várias relações familiares. Revela o sentido do sofrimento e como suportá-lo e superá-lo. Inspira criatividade, ousadia e paciência para alimentar e renovar a vida doméstica, especialmente nos momentos críticos. Sugere a humildade para reconhecer as próprias falhas, manifestar a arrependimento e pedir desculpa. Dá sabedoria para compreender as fragilidades e fraquezas dos outros e as próprias, misericórdia para as perdoar e esperança na reconciliação.

A espiritualidade é fonte de confiança, de esperança e de amor. Por isso, faz brotar a alegria nos nossos corações e com ela enche as nossas vidas de júbilo e de ânimo positivo.

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