Faleceu o padre João Beato na casa sacerdotal de Lisboa

João Beato nasceu na Batalha, a 9 de setembro de 1935, filho de Manuel Beato e de Maria Rosa de Bastos Leite. Tem três irmãs e um irmão. Em 1948, entrou para o Seminário de Leiria, onde fez os seus estudos.

Com 84 anos de idade, na casa sacerdotal de Lisboa, onde residia, faleceu hoje, dia 20 de junho de 2020, o padre João Beato, desta diocese de Leiria-Fátima, irmão do também sacerdote Joaquim Beato, pároco de Armação de Pera e de Porches, no Algarve. A celebração das exéquias, presidida pelo cardeal D. António Marto, terá lugar na igreja paroquial das Pedreiras (Porto de Mós), na próxima segunda-feira, dia 22, às 17 horas, indo depois a sepultar no cemitério local.

João Beato nasceu na Batalha, a 9 de setembro de 1935, filho de Manuel Beato e de Maria Rosa de Bastos Leite. Tem três irmãs e um irmão. Em 1948, entrou para o Seminário de Leiria, onde fez os seus estudos. Terminado o curso de teologia, foi ordenado sacerdote em 11/9/1960, na catedral de Leiria, por Dom João Pereira Venâncio. Nesse mesmo ano, recebeu a nomeação para prefeito e professor do Seminário Menor, em Fátima.
Em 1964, foi nomeado pároco da Vieira de Leiria. Um ano depois, deixa esta paróquia e vai para Lisboa, a fim de prestar serviço na Junta Nacional da Ação Católica, como assistente dos respetivos movimentos de juventude operária e de professores.
Entretanto, frequenta a Universidade de Lisboa, onde fez a licenciatura em filologia clássica e o doutoramento em literatura latina. Em seguida, desenvolveu atividade docente na Escola do Magistério e na Faculdade de Letras de Lisboa. Foi também assistente religioso da Obra do Ardina, uma instituição social de apoio a crianças e jovens em risco, e de outras instituições. Ao mesmo tempo, colaborou na ação pastoral na cidade de Lisboa. Em Leiria, durante algum tempo, foi diretor do Pólo local da Universidade Católica Portuguesa.
O Padre João Beato foi essencialmente um homem do saber e da cultura. Além do ensino e da ajuda competente à aprendizagem dos seus alunos, nos quais deixou boas marcas pela sua competência e amizade, fez traduções de obras de Santo Agostinho, escreveu livros e artigos e colaborou na organização de congressos e eventos culturais, nomeadamente na Diocese e no Santuário de Fátima. Era uma pessoa de trato simples, amigo da família e empenhado em fazer o bem e em criar familiaridade com aqueles com quem se relacionada e convivia.
Como padre, exerceu o ministério discreta e fielmente pelo testemunho e relações no meio universitário, orientando retiros e colaborando em várias ações pastorais. O seu livro “Imagens de vida” (2001) revela que o seu autor foi um observador atento das pessoas, registando vivências e aprendizagens, as “marcas indeléveis” que deixam em nós no encontro com elas e que, “não raro, nos fazem parar, refletir e meditar” no “mistério da vida e da existência”. Nesses textos, transparece na sua pessoa uma dimensão contemplativa, reconhecendo que “uma certa mística é muito importante na vida”. Daí que confessasse a necessidade de “parar para olhar a vida das plantas, dos animais, dos homens que nos cercam e nos rodeiam”, “parar para ver a beleza dos seres que diariamente povoam o nosso mundo e cujo canto ressoa impercetível ao nosso ouvido e se mostra invisível ao nosso olhar”. Esta paragem é para admirar, reaver, e prosseguir, “prosseguir a nossa caminhada com ânimo, com novo alento, rumo à pátria longínqua e distante de um amanhã sem ocaso”. Foi para essa Pátria que agora partiu.
A Diocese de Leiria-Fátima agradece a Deus a vida e o dom deste sábio sacerdote, apresenta sentidas condolências à sua família e amigos e implora a graça de novas vocações para o serviço pastoral e espiritual da Igreja e da humanidade.

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