Faleceu o padre Jaime Marques

O sacerdote nasceu em Santa Catarina da Serra e fez parte do primeiro grupo de candidatos acolhidos pelo padre João De Marchi, em Fátima, em 1944.

O padre Jaime Marques, dos Missionários da Consolata, faleceu no Hospital de Santo André, em Leiria, no dia 6 de janeiro de 2024.
O sacerdote nasceu em Santa Catarina da Serra e fez parte do primeiro grupo de candidatos acolhidos pelo padre João De Marchi, em Fátima, em 1944.

Ordenado sacerdote em 1957, desempenhou o seu ministério em Portugal, Itália e Moçambique, onde fundou a Cáritas moçambicana.

No domingo, 7 de Janeiro, o seu corpo esteve em câmara ardente na capela do antigo seminário da Consolata. No dia seguinte, segunda-feira dia 8 de janeiro, foi celebrada a Missa de exéquias às 11h00, seguindo-se o cortejo fúnebre para o cemitério de Fátima.

A Congregação agradece a solidariedade da oração pelo descanso eterno do seu querido irmão.

Breves pinceladas sobre a sua vida

O padre Jaime nasceu em Santa Catarina da Serra, Leiria, no dia 25 de janeiro de 1931. Em 1944, ingressou no seminário do Instituto Missionários da Consolata, em Fátima. Fez a profissão temporária em 1952, na Certosa di Pesio, Itália, seguindo-se, em 1955, a profissão perpétua e, dois anos mais tarde, em 1957, foi ordenado diácono, em Roma. Foi também na capital italiana que se deu a sua ordenação sacerdotal, no dia 21 de dezembro de 1957.
É longa a sua vida apostólica missionária. Começou por assumir, em 1959, o cargo de vice-diretor do seminário, em Turim; entre 1961 e 1963 foi assistente, professor e depois diretor na Consolata em Fátima. Muitos outros cargos e missões lhe foram confiados nos anos seguintes, a saber, e de forma resumida: Superior regional da Consolata em Portugal (1963–1971); pároco na Matola – Moçambique (1971–1975), pároco na Machava, Moçambique (1976–1984); trabalho pastoral na Cáritas Nacional de Moçambique, em Maputo (1977–1988); Superior da comunidade, em Fátima (1988–1993); administrador regional, em Fátima (1992–1993; superior da Casa Geral, em Roma (1993-2002); Administrado regional, em Fátima (2002-2005); Pastoral, em Fátima (2005-2007); superior da comunidade da Consolata de Águas Santas (2007-2010); Superior da comunidade da Consolata, em Lisboa (2010-2015); superior de comunidade, em Fátima (2015-2019), seguindo um último período (2019–2024) de dedicação pastoral a partir dessa mesma comunidade onde residia.

O ANTES E O DEPOIS

Até há poucas semanas, o padre Jaime era um missionário ainda em plena atividade na comunidade dos Missionários da Consolata em Fátima. Fazia vida normal, celebrava, confessava… No início de novembro de 2023, foi internado no Hospital Santo André – Leiria, após um infarto, seguido de uma infeção respiratória. Devido às sequelas deixadas pela doença, após alta hospitalar, já não voltou à sua comunidade religiosa, tendo ingressado no Lar do Amor de Deus, em Fátima, onde já estava, aliás, o seu irmão P. Serafim, com a bonita idade de 98 anos. A sua situação era muito delicada e voltou a ser levado ao hospital no final de dezembro último, tendo falecido na manhã de sábado, 6 de janeiro.
Com a partida do padre Jaime Marques fecha-se o ciclo da primeira geração dos Missionários da Consolata em Portugal. O padre Jaime era o último missionário vivo da primeira leva de seminaristas (eram 11) que entraram no seminário em Fátima, em 1944. Tudo por iniciativa e obra do padre João de Marchi, missionário da Consolata italiano, que um ano antes tinha trazido este Instituto missionário ad gentes para Portugal. O padre Jaime fazia assim parte desta geração ‘nativa’ fundadora.

REAÇÕES

Ao saber do seu falecimento, começaram a chegar inúmeras mensagens de condolências. O padre Albino, seu colega na congregação, escreveu: “entre outras coisas, no padre Jaime eu admirava a serenidade, a sensibilidade no trato, o grande espírito de acolhimento e hospitalidade, a disciplina e a ordem, a enorme identificação com o Instituto, sua espiritualidade e carisma, a amizade e a comunicação (ele era um autêntico relações-públicas)”.
Já o padre Geoffrey, missionário queniano a trabalhar em Portugal, destaca as boas recordações que o padre Jaime lhe deixou desde que chegou em Portugal: “Foi o primeiro missionário que me acolheu na antiga casa regional em Lisboa onde fiquei com ele durante um ano. Era muito atento às minhas necessidades, sempre queria saber de mim e da minha integração. A sua vida girava à volta da espiritualidade da Consolata com muitos empenhos e amor ao instituto. Uma pessoa modesta, acolhedora e generosa. Gostava de saber de tudo sobre as situações que alguém se encontrava e, ao mesmo tempo as suas capacidades. Acima de tudo era um homem bom e de oração”.
A partir do Brasil, onde é formador no seminário teológico, o padre Mauricio Guevara, missionário da Consolata argentino que trabalhou alguns anos em Portugal, lamentou: “perdemos um grande ‘gentleman’ e um missionário de coração, um grande amigo com quem aprendi muito”.
De resto, são muitas as mensagens deixadas na nossa página do Facebook.

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