Faleceu no dia 4 de julho, José Mota tavares, natural da Bajouca e a viver á muitos anos em Lisboa.
José Tavares, como era conhecido na Bajouca, Dr. Mota Tavares, como era conhecido no meio académico, ou o padre Tavares.
Frequentou o Seminário Diocesano de Leiria de 1948 a 1960, ano em que foi ordenado sacerdote.
Serviu a diocese de Leiria, como sacerdote, durante alguns anos em várias paróquias. Era uma pessoa muito alegre, dinâmica, comunicativa e de bom humor, tendo desenvolvido e fortificado o CNE – Corpo Nacional de Escutas, como seu Assistente.
Como capelão militar, durante a guerra colonial na Guiné e Angola, empenhou-se em acompanhar os jovens soldados deslocados para esta guerra questionada por muitos e também por ele.
Por motivos que só ele sabia abandonou o sacerdócio e dedicou-se à vida académica como professor universitário.
Era um apaixonado por história e histórias. Nunca esqueceu as suas raízes e durante muitos anos colaborou no jornal paroquial ELO, sob o nome de “Joaquim Carniceira”. Eram histórias que quase pereciam reais e algumas eram. As tradições da Igreja, a vida nas tendas dos oleiros e a vida no campo, tudo serviu para durante cerca de 10 anos cativar os leitores do ELO, que se identificavam com cada história escrita.
Tinha muito orgulho da terra onde cresceu e dizia muitos vezes aos seus alunos durante as suas aulas de história:
“Querem um exemplo de terra unida, democrática e organizada, olhem para a minha freguesia da Bajouca, a capital do barro” …!
O historiador
O fruto de todas estas pesquisas podemos encontrá-las no livro que coordenou com o título: “Bajouca, uma freguesia com história” editado em dezembro de 2016. É um livro que aborda a origem da Bajouca, seus primeiros habitantes e carregado de histórias marcantes que contaram com a colaboração de outras pessoas, mas que tiveram o toque final deste ilustre Bajouquense.
Nas primeiras páginas estão textos do P. Dr. Luciano Cristino, investigador e historiador e do P. Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima, filho da terra e que confirmam o que se disse antes, um homem apaixonado por história, por histórias e pela terra onde tem as raízes. A sua casa na Bajouca é o espelho do que gostava de preservar o que era antigo e com história.
Nos últimos anos dedicou-se ao estudo das horas, dos relógios das torres e muitos mais que fazia questão de colecionar. Escreveu vários livros sobre o assunto como: “As horas de Leiria” “relógios e relojoeiros” e outros.
Era dono duma cultura invulgar e como ele dizia devorava livros…A sua biblioteca conta com alguns milhares.
Muito haverá a escrever sobre este homem multifacetado que soube dar e dar-se independentemente do meio onde estava.
Que Deus o acolha e o recompense por todo o bem partilhado.
No dia da apresentação do livro do Dr. José Mota Tavares, “Bajouca uma freguesia com história”, aqui com o senhor presidente da Camara Municipal de Leiria Dr. Raul Castro, e o historiador e professor universitário Dr. Jorge Arroteia, natural da freguesia de Monte Redondo, seu grande amigo e que também colaborou no livro