De madrugada, muito cedo, a 13 de janeiro do ano corrente, partiu para o seio de Deus Pai a irmã Maria de Jesus, religiosa Franciscana Hospitaleira da Imaculada Conceição (CONFHIC), também conhecida por irmã Florinda, nome recebido na Congregação. Contava 89 anos de idade.
Era natural de Santa Eufémia, paróquia da Diocese de Leiria-Fátima, a mais velha de seis irmãos. Passou a maior parte da sua vida de consagração a Deus na cidade de Moura, distrito de Beja (Baixo Alentejo), a servir este povo, no Hospital da mesma cidade. Aí trabalhou durante 61 anos, 41 dos quais como parteira, e os restantes a visitar doentes e idosos, levando-lhes conforto e apoio espiritual. Tal dedicação valeu-lhe o epíteto carinhoso de “parteira de Moura”.
Atendia a todos aqueles a quem a dor batia à porta com muita simplicidade, humildade, discrição e proximidade que a todos cativava. Era junto do Sacrário, na intimidade com Jesus, que a irmã Florinda se fortalecia para a tarefa de todos os dias. Durante alguns anos, também cuidou das alfaias de uma igreja da cidade.
No seu funeral, ocorrido em Santa Eufémia, sua terra natal, Moura fez-se representar muito significativamente através dos que marcaram presença e das mensagens enviadas, entre as quais a do pároco da cidade que, embora já não tivesse convivido com ela, foi um dos que, entre os milhares de crianças que viram a luz do dia, passou pelas suas mãos.
A irmã Florinda foi sempre uma grande presença entre o povo mourense, que bem e sempre soube patentear a sua admiração, carinho e gratidão. A sua memória perpetua-se numa das ruas de Moura, à qual o Município deu o seu nome, que foi também dado a uma das equipas de Pioneiros do Agrupamento de Escuteiros de Moura.
Também o jornal PRESENTE a lembrou e contou um pouco da sua riquíssima história de vida, na rubrica “A Gente da Igreja” da edição n.º 4268, de 4 de fevereiro de 2016.
Foi no Convento de Santa Clara em Leiria que aconteceu a sua despedida deste mundo, após dois anos e meio da sua saída da cidade de Moura. Mas continua presente junto de nós, ainda que de outro modo, porque vive em Deus, e Deus a todos nos envolve no seu amor.