Quatro meses depois de terem sido eleitos, os Órgãos da Região de Leiria-Fátima do Corpo Nacional de Escutas (CNE) tomaram posse no dia 3 de julho. A cerimónia, que teve como palco a Quinta do Escuteiro, na Batalha, deveria ter sido, de acordo com os estatutos, trinta dias após a homologação dos resultados. As circunstâncias provocadas pela pandemia de covid-19 acabaram por alterar os planos que, mesmo assim, tiveram de se sujeitar às regras exigidas pelo distanciamento social.
Para a tomada de posse dos membros da Junta Regional e do Conselho Fiscal e Jurisdicional foram convidadas as entidades estritamente necessárias e o local escolhido foi o adequado para reduzir ao máximo a possibilidade de contágio. Todos os presentes, munidos com a necessária máscara, dispersaram-se ao ar livre, à volta da capela cujo altar foi dedicado há cerca de um ano.
O anfitrião da cerimónia foi o presidente da Mesa do Conselho Regional, Albertino Rainho que, nessa qualidade, deu as boas vindas aos presentes, que contavam com alguns elementos representantes dos órgãos nacionais, nomeadamente, Ivo Faria, chefe nacional dos escuteiros. No discurso inicial do presidente da mesa, este salientou o facto de de viver “um momento de alegria para todos nós que vivemos o escutismo como fazendo parte da nossa vida, das nossas preocupações, das nossas alegrias e dos nossos sonhos”. “Nestes tempos conturbados e desafiantes que vivemos, o escutismo é cada vez mais posto à prova na sua capacidade de descobrir sempre novos caminhos, novas formas de fazer, novas formas de testemunhar as nossas crenças e a nossa fé”, desenvolveu Albertino Rainho, contextualizando na actual situação de pandemia que obriga a novas regras para as atividades escutistas.
A tomada de posse foi uma celebração eminentemente religiosa a que foi convidado a presidir o cardeal D. António Marto. Na sua homilia, serviu de mote a passagem lida no evangelho, que relata o primeiro milagre da vida pública de Jesus – as bodas de Caná – para se referir aos valores que aí são transmitidos. Tal como aquela festa, também a vida das pessoas e das instituições “é perturbada pelas contrariedades, pelas provações, porventura inesperadas, como acontece agora com a pandemia e as suas consequências, ou então pelo nosso descuido ou desleixo em cultivar estes valores”. Nestes momentos “Jesus também está presente, torna-se presente, e não é sozinho; está presente com os discípulos que são a sua Igreja, e com a sua mãe”. Maria, por ser assumida pelo escutismo católico como a “Mãe do Escuta” é, no entender do bispo de Leiria-Fátima, uma figura de referência para os escuteiros no convite que lhes faz através da frase central do episódio: “Nossa Senhor, Mãe do escuta, diz agora aos escutas de hoje, ‘fazei o que Ele vos disser’, entregai-lhe a vossa pessoa, os vossos dons, os vossos carismas, e ide servir o amor que ele põe em vós”.
“Se há alguma coisa que aprendemos com esta pandemia foi que ninguém se salva sozinho e, por conseguinte, temos de ser solidários”, lembrou o bispo D. António Marto, acrescentado que, para além de solidariedade, o mundo precisa de esperança, por estar prisioneiro do medo.
“Que Nossa Senhora, Mãe do escuta, ajude aqueles que vão tomar posse a realizar esta missão de ajudar a crescer humana e espiritualmente as crianças, adolescentes e jovens a viver esta solidariedade e esta esperança”, concluiu o prelado.
Depois da homilia e de algumas preces, seguiu-se a tomada de posse dos novos elementos, introduzida pela leitura da ata da eleição e da bênção das insígnias e dos próprios eleitos.
Vítor Faria, o chefe regional eleito e que assume as funções pelo segundo mandato, agradeceu a todos os elementos que cessaram funções no passado dia 1 de março e que, desde então, continuaram a trabalhar para manter a organização ativa e a prepará-la para a nova equipa. “Esta equipa que hoje toma posse, aceitou o desafio de fazer em conjunto o caminho da missão para que Deus nos chamou”, partilhou. À sua frente têm um grande desafio para o qual esperam a colaboração de todos os presentes e que se estende a todos os escuteiros e familiares, pelo que “hoje começa uma nova pista cheia de desafios e obstáculos”. Para Vítor Faria, há três objectivos que nortearão o trabalho da sua equipa: “primeiro, conhecer quem sonha, descobrir os desejos da Região; segundo, caminhar na presença, a olhar o horizonte, definindo estratégias para o futuro; terceiro, semear o futuro para construir Região”.
Composição dos órgãos diretivos
Junta Regional de Leiria-Fátima:
Chefe Regional: Vítor Manuel Sousa Faria
Chefe Regional Adjunto: Ana Isabel Gomes Lopes
Secretária Regional da Gestão: Carla Sofia Valinho Ribeiro
Secretário Regional Pedagógico: Filipe André Henriques Salgueiro
Secretária Regional de Adultos: Sofia Alexandra Gualdino Martins Filipe
Secretário Regional da Comunicação: Tiago João Pereira Todo Bom
Secretário Regional do Património e Recursos: Rodrigo Miguel Antunes Caiano Crespo
Secretário Regional do Planeamento e Desenvolvimento: Pedro Luís Bernardo de Sousa
Conselho Fiscal e Jurisdicional Regional de Leiria-Fátima:
Presidente: Carla Cristina Dionísio Carreira
Vice-Presidente: José Afonso de Oliveira Moreira
Secretária: Elsa Sofia Agostinho Nogueira da Silva Afonso
Áudio da Homilia: https://youtu.be/qwxw-MKBoSg
Galeria de fotos: https://is.gd/dNLa6M