Encontro do Metanoia em Leiria sobre crer numa sociedade secularizada

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O Deus no qual os cristãos acreditam apela ao compromisso transformador da realidade. Esta é uma das ideias de síntese saídas do Encontro de Reflexão Teológica, promovido pelo Metanoia – Movimento Católico de Profissionais, que decorreu entre 30 de Julho e 2 de Agosto na Casa de Retiros de S. José, do Seminário Diocesano de Leiria.

Com a participação de quase uma centena de pessoas, o encontro, sobre “Crer em Deus numa sociedade secularizada”, foi dinamizado por frei José Nunes, frade dominicano, ex-provincial dos dominicanos portugueses e professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica. Entre os participantes, incluíam-se algumas crianças e jovens, que viveram uma dinâmica própria e autónoma, mas com momentos – incluindo tempos de oração, celebração e lazer, como um passeio ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota – que se cruzavam com a dos adultos.

A síntese remetia para a ideia do desconhecido insondável que é Deus, que só permite “balbuciar” o seu nome e perscrutar o seu mistério. O Deus de Jesus Cristo, plural e “feito de muitas procuras”, não quer o sofrimento, mas também não quer que os crentes fujam ao sofrimento.

O Deus cristão – criador, salvador, libertador, da alegria – desafia ao amor e a não ter medo de amar. E quer que a pessoa se entenda como administradora e não dominadora da terra. Recordando a recente encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’ – Sobre o Cuidado da Casa Comum, o animador e os participantes sublinhavam que “a principal questão ecológica é o ser humano”.

Nas actuais sociedades ocidentais, o cristianismo foi como que ex-culturado, referia frei José Nunes, citando vários teólogos contemporâneos. Mas é nessa mesma sociedade que os cristãos são chamados a viver. Ou seja, a sociedade secularizada é precisamente aquela que é chamada a receber o testemunho do Deus cristão.

O encontro contou ainda com momentos em que foram apresentadas iniciativas que podem ser vistas como “pequenos milagres”, sobre iniciativas de renovação de paróquias, sobre o diálogo com não-crentes que habitam a mesma sociedade e ainda sobre o papel da arte naquele testemunho cristão.

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