Em ambiente de autorreflexão, apresentação de livro foi homenagem à imprensa de Leiria

A apresentação do livro “Imprensa de Leiria na História”, da autoria do jornalista e investigador Joaquim Santos, foi o mote para encher a Igreja da Misericórdia – Centro de Diálogo Intercultural de Leiria, no passado dia 3 de março.

Entre cerca de uma centena de pessoas, podiam contar-se muitos dos jornalistas da região, transformando o evento num verdadeiro encontro da imprensa. Essa foi, aliás, umas das intenções do autor da obra, que quis com esta investigação “fazer uma homenagem aos jornais e jornalistas de Leiria, sobretudo aos quatro títulos regionais em atividade, pela sua persistência, coragem e contributo para a evolução social da região”.

A sessão cumpriu esse objetivo e foi, também, uma tertúlia de autorreflexão sobre a história, a realidade presente e as perspetivas de futuro dos jornais regionais. Joaquim Santos começou por lembrar o percurso do jornalismo feito em Leiria, desde O Leiriense, em 1854, e como tanto mudou em mais de século e meio. É esse percurso que apresenta no livro, avançando cronologicamente pela descrição de cada um dos títulos que foram surgindo até aos nossos dias, quase todos já desaparecidos. Também o investigador Micael Domingues deixou algumas pistas para a compreensão dessa história.

Coube ao jornalista Jacinto Silva Duro, que prefacia o livro, lançar o debate sobre os “desafios da migração digital”, tema que está no centro das preocupações da imprensa escrita atual. Francisco Santos, diretor do Região de Leiria, João Nazário, diretor do Jornal de Leiria, e Nuno Henriques, chefe de redação do Diário de Leiria, acabariam por focar também essa preocupação. Todos sublinharam a importância do jornalismo de proximidade para o desenvolvimento local e para a “saúde da democracia”, bem como a excelência do trabalho que é feito neste campo na região Centro. E todos revelaram a preocupação sobre como sustentar um futuro em que o papel perde leitores e anunciantes, enquanto o digital não é ainda uma resposta consolidada e tarda em encontrar um modelo de negócio que o financie. À volta disto, identificaram-se problemas como o corte em recursos humanos qualificados nas redações, a dificuldade em responder a gabinetes de informação cada vez mais profissionalizados, com a consequente maior permeabilidade às “notícias falsas” e à propaganda institucional, ou a falta de investimento público e privado neste “serviço à cultura e à democracia”.

Também o diretor do PRESENTE, padre Jorge Guarda, interveio no painel, sublinhando a “marca católica” nesta história e o desejo de que ela continue a dar o seu contributo como parceira na comunicação regional, em ordem a uma sociedade mais justa, plural e desenvolvida.

“O futuro é uma incógnita”, o “cenário é pouco luminoso” e parece que só “uma estratégia comum” poderá evitar a “extinção”, ouviu-se. “Não é pela subsidiação que se resolve o problema”, defendeu o presidente do Município de Leiria, Raul Castro. Mas “estamos longe do último capítulo desta história”, afirmou, encerrando a sessão com uma nota de confiança na imprensa leiriense e o compromisso de uma “parceria empenhada” para garantir esse futuro, “fundamental no processo de desenvolvimento local”.

LMF

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