
Tudo tem a marca do tempo
Contamos o tempo em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos. É nesta contagem do tempo que se vai desenrolando a nossa existência e a existência dos povos e nações, cuja história, de uns e de outros, ficará indelevelmente assinalada pela marca do tempo, o tempo que só é presente no instante, porque o passado permanece na memória e o futuro no porvir. É o presente que conta, é esse que importa viver. Contudo, o presente já é fruto do passado e o futuro depende, pelo menos em parte, do presente. Somos o que somos em consequência do tempo que já vivemos e do modo como o vivemos. E o que ainda haveremos de ser depende muito da nossa postura pessoal em relação ao tempo que ainda nos espera. A temporalidade faz parte intrínseca da existência histórica. Se tudo tem a marca do tempo, é fundamental saber lidar com o tempo. Para uns escasseia, para outros sobra!… Para uns foge vertiginosamente, para outros nunca mais passa!… Ora, a medida do tempo em dias, meses e anos, é igual para todos. Ainda que uns possam viver mais tempo e outros menos, a verdade é que o tempo é implacável, não para e, se não nos acautelarmos, ainda nos ultrapassa. Não é tanto a questão da longevidade do tempo que está em causa, mas é o modo como cada um encara o tempo. Uns aproveitam bem o tempo e vivem intensamente cada instante!… Outros desperdiçam e malbaratam o tempo, esbanjando o dom precioso que a todos é concedido!… Uns festejam com euforia a chegada de um novo ano, outros simplesmente se lamentam e desabafam porque acham que o tempo está a passar depressa demais!… Uns têm um prazer enorme em fazer anos, outros nem sequer pensam nisso nem admitem que nisso lhes falem!… Precisamos todos de aprender a arte de apreciar e valorizar cada momento do tempo que nos é dado. Sim, porque é disso que se trata. O tempo é um dom, uma dádiva do Senhor do tempo, um presente para ser acolhido e fruído com gratidão, leveza e beleza. Diante de nós um novo ano, um espaço temporal que iniciamos e esperamos poder concluir. Seja ele, o novo ano, espaço de fruirmos a existência, na fidelidade a nós próprios e aos valores em que acreditamos, na dedicação aos outros que connosco caminham no tempo, na busca permanente de realização pessoal e de felicidade, aqui e agora, neste tempo que nos é dado viver, até à plenitude da vida e da felicidade, fora do tempo, na comunhão gloriosa com o Deus eterno. Feliz Ano Novo! Feliz 2020!