Quando tudo corre mal, o espírito solidário dos portugueses acaba por ser a resposta mais rápida, consistente e eficaz para minorar a dor e a tragédia. Neste campo, os cristãos são chamados a dar exemplo e dão frequentes provas de que a caridade não é palavra vã do Evangelho em que acreditam.
No recente caso dos incêndios a norte do distrito de Leiria, o povo português mostrou, uma vez mais, essa capacidade solidária, em múltiplas iniciativas. Também a Igreja, através dos seus diversos serviços, instituições e comunidades, deu resposta ativa na ajuda aos que mais sofreram com a perda de familiares e de bens pessoais. A nível nacional, teve especial expressão o peditório nas celebrações do domingo 2 de julho.
As comunidades da Diocese de Leiria-Fátima, vizinha da Diocese de Coimbra, em cujo território se situam os concelhos mais afectados, acederam a esse convite e são várias as que têm anunciado o resultado dessas ofertas, entretanto entregues à Cáritas.
Mas nem só de dinheiro se faz doação, tendo sido muitas as pessoas que partiram para o terreno com a sua ação voluntária no apoio direto às vítimas, como foi o caso de escuteiros e membros de grupos de jovens e ação sócio-caritativa. Um deles foi o Grupo de Jovens “3 Pegadas”, das paróquias do Arrimal, da Mendiga e de Serro Ventoso, que viajou até Figueiró dos Vinhos no passado domingo 2 de julho, para ali entregar os bens que recolheu ao longo de uma semana (na foto abaixo). Na sua página de facebook, o grupo agradece às pessoas das suas comunidades “pela solidariedade demonstrada” e confessa que “para além da sensação de missão cumprida, viemos também com alguns amigos novos”.
Oferta de férias
De modo mais organizado e permanente, a Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima tem sido o rosto mais visível dessa “ponte” entre dioceses, como temos noticiado. Além de donativos e bens, tem levado a caridade como rosto da Igreja que faz de todos irmãos. A mais recente decisão foi a de oferecer algumas vagas da sua colónia de férias às crianças de Castanheira de Pera e da paróquia do Pedrógão Grande. “Temos uma vontade maior que o mundo de fazer sorrir e de tornar inesquecíveis os dias que as crianças ali passam”, refere a Cáritas na sua página de facebook. “Queremos que seja um tempo de brincadeira e de alegria, que possa minorar o sofrimento a que estiveram sujeitos naqueles dias trágicos e que irá perdurar por largos meses”, refere a instituição.
Recordamos que continua em curso a campanha “Apadrinhe umas férias felizes”, na qual as pessoas e empresas poderão ajudar a Cáritas Diocesana a tonar este sonho possível a um número maior de crianças (ver www.coloniacaritas.org/ferias-felizes).