“Fixemo-nos agora em Leiria, na Leiria desse dia 5 de agosto; facilmente visualizamos a chegada do comboio à cidade do Lis, pelas 14h14, nesse comboio que trazia o bispo já acompanhado de pessoas ilustres de Leiria que o foram receber a Alfarelos. O Mensageiro, o jornal diocesano, fixa assim a cena: ‘é impossível descrever o entusiamo que se apoderou dos milhares de pessoas que aguardavam a chegada do comboio; os vivas são ininterruptos, a música dos Marrazes faz ouvir o hino do prelado, os foguetes estalejam, de todos os lugares donde se possa ver o novo bispo se comprime a multidão e da estação virá D. José para a igreja do espírito Santos e desta, passando pelas ruas festivamente engalanadas, para a catedral'”. Foi assim que Marco Daniel Duarte, historiador e diretor do Departamento do Património Cultural da diocese de Leiria-Fátima, deu início à memória que evocava o centenário da entrada do primeiro bispo da Diocese após a sua restauração.
O ato ocorreu na sexta-feira, dia 2 de outubro, na catedral de Leiria onde, a ladear o altar figurava um retrato pintado do prelado e o báculo que o próprio usou durante o episcopado. O evento contou com a presença de cerca de oito dezenas de pessoas, mas possibilitou a assistência de muito mais, já que estava a ser em transmitido em direto por via digital.
Após a alocução de Marco Daniel Duarte, Manuela Mendonça, presidente da Academia Portuguesa da História, apresentou “um conjunto de trabalhos elaborados por distintos investigadores e oferecidos a esta Diocese quando, no inesquecível colóquio aqui realizado, evocámos o primeiro centenário da restauração da diocese de Leiria”. Trata-se de uma obra que, nas palavras de D. António Marto que prefaciam o livro, é um “exercício coletivo da memória (…) em ordem à construção da história desta parcela da Igreja”.
A propósito do serão evocativo, o bispo da Diocese, cardeal D. António Marto, afirmou que “a memória é uma dimensão da nossas fé”. Socoore-se das palavras de Papa Francisco na Exortação Apostólica ‘A Alegra do Evangelho’, quando diz que “o crente é fundamentalmente uma pessoa que faz memória” e que, por isso, “não poderia a geração que cem anos depois, habita o território da diocese de Leiria-Fátima, perder a memória dos acontecimentos que voltaram a pôr Leiria no mapa eclesiástico português”.
O evento terminou com algumas peças musicais executadas no órgão de tubos da sé, por João Santos.
Quem estiver interessado em adquiri um dos 500 exemplares impressos do “Processo Histórico da Diocese de Leiria-Fátima – Congresso Evocativo do Centenário da Restauração”, pode fazê-lo na livraria da Gráfica de Leiria pelo valor de 20 euros.