A comunicação social esteve reunida com o cardeais D. José Tolentino e António Marto, e o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, na habitual conferência de imprensa que marca o início de cada peregrinação aniversária à Cova da Iria. O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, começou por sublinhar o comportamento que os cristão têm tido de há mais um ano até ao presente, respeitando todas as normas emitidas pelas autoridades de saúde para o controlo da pandemia. É neste contexto que, mais uma vez, o recinto do santuário acolhe os peregrinos, para quem os organizadores prepararam tudo por forma a garantir o distanciamento. O prelado lembra que a pandemia não passou e que a Igreja continuará a ser responsável em todas as decisões a tomar neste particular.
Na sua intervenção, D. António Marto lembrou todas as situações de fragilidade que surgiram durante o último ano e citou o próprio Papa Francisco que, frequentemente, lembra “o escândalo das desigualdades” que a crise sanitária colocou à vista de todos. “Neste momento histórico o amor fraterno deve fazer a diferença nas nossas vidas e nas nossas comunidades”, exortou o prelado, acrescentando que a verdadeira Igreja nunca esteve de portas fechadas, mas antes abriu-se em cada comunidade familiar e doméstica.
Outro ponto abordado, foi a Jornada Mundial da Juventude. A esse propósito, o bispo de Leiria-Fátima referiu a audiência que teve recentemente com o Papa Francisco, na qual o pontífice confirmou a sua vinda ao Santuário de Fátima. De acordo com palavras do próprio Papa, “não faria sentido nenhum eu ir a Portugal e não ir a Fátima”, o que explica a profunda ligação ao santuário mariano. Por esta razão, o Santuário de Fátima sente a obrigação de se comprometer com a organização do maior encontro mundial de jovens que vai ocorrer em Lisboa em, 2023.
O cardeal D. José Tolentino, que este ano preside à peregrinação de 13 de maio, também manifestou a sua ligação com Fátima como português e como católico. Por isso, “quis sentir aquilo que sentem todos os peregrinos”, fazendo também ele o seu caminho a pé até ao local. Para o actual bibliotecário do Vaticano, “Fátima faz uma síntese do que é a religiosidade tradicional e é, para muitos, o lugar do primeiro contacto com a fé”.
Também recuperou o tema do momento, e disse que “é impossível não ter presente a pandemia e os seus desafios”. Para este cardeal, esta ocasião é uma “possibilidade para pensar os instrumentos de reconstrução do mundo” que permita “salvaguardar a esperança”. A Europa está a atravessar um crise da qual só pode sair se considerar a importância da dimensão espiritual, e apostar numa reconstrução que a integre. Concretamente, “a pandemia pode chegar e ir embora sem modificar o nosso coração”, mas isso apenas agravará as situações de injustiça em que muitas pessoas se encontram. Para isso contribui a existência dos santuários. “Uma das boas notícias é que os santuários voltam a ser um lugar de procura espiritual.