A celebração exequial realizada hoje de manhã na sé de Leiria pelo cónego Américo Ferreira, foi presidida pelo bispo D. José Ornelas. Durante a homilia, o prelado partilhou com os presentes as lembranças que guarda do sacerdote que faleceu nesta terça-feira. Embora não o conhecesse muito bem, lembrou que “foi muito bom estar com ele por duas vezes, em Fátima, na Casa do Clero” e que, por isso, vai “recordá-lo sempre como um homem, um padre, feliz e em paz, que semeava tranquilidade e amizade à sua volta e motivava outros no caminho da vida, tanto nas paróquias onde serviu e anunciou o Evangelho, como no Seminário e em tantas iniciativas religiosas, formativas e culturais que promoveu e apoiou”.
Conta o prelado que ficou “lado a lado à mesa, no dia 30 de dezembro passado e foi um gosto ouvi-lo falar, com alegria e simplicidade, do que Deus tinha feito nele e também através dele, do seu entusiasmo pela ciência, a arte e a beleza, que partilhava comigo através do e-mail”. E lembrou ainda o pormenor de ele ter distribuído a cada um saquinho com bombons “em sinal de amizade e de festa”.
Para o bispo da diocese de Leiria-Fátima, o padre Américo foi um exemplo de quem “escutou bem o chamamento do Senhor e as suas palavras, semeadas aos ouvidos do coração, que geram paz, alegria e confiança, que florescem em esperança, apesar das limitações da idade e dos problemas de saúde”.
“Tendo experimentado a evolução dos tempos, tanto na sociedade como na Igreja, foi bom tê-lo visto utilizar com alegria os meios de comunicação modernos, para chegar onde as pernas não podiam levá-lo, sem saudosismos do passado, nem amargura das limitações, mas com a esperança de quem se sabe nas mãos de Deus e exprime o carinho, a alegria e a esperança da vida nas mãos do Pai do Céu”, desenvolveu D. José Ornelas durante a homilia da Missa de corpo presente, onde também estiveram os familiares mais próximos do sacerdote falecido.
Outro episódio marcante para o bispo diocesano foram os versos que o padre Américo escreveu e partilhou com ele por ocasião do Dia da Mãe, e que testemunha a sensibilidade do sacerdote e o cuidado na forma como escrevia: “A ti, Mãe, que vives a meu lado, um abraço amigo de parabéns e um gesto largo de gratidão. A ti, Mãe, que estás nas mãos de Deus, a presença mais terna da minha saudade e o perfume mais rico da minha oração”.