D. António Marto quer padres “jovens” para os jovens

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Na Missa Crismal celebrada na manhã de Quinta-feira Santa na Catedral de Leiria, D. António Marto dirigiu-se aos presbíteros da sua Diocese tendo como pano de fundo o tema do biénio pastoral enquadrado na mais recente exortação apostólica do Papa Francisco. 

Na homilia da celebração, em que começou por dar “graças pelo dom do sacerdócio ministerial e pelos jubileus de ordenação de alguns presbíteros” e lembrar os que faleceram durante o ano, o Cardeal usou as palavras do Papa no documento final do sínodo dos bispos: “Cristo vive. Ele é a nossa esperança. Ele é a mais bela juventude deste mundo. Tudo o que Ele toca, torna-se jovem, faz-se novo, enche-se de vida… Ele vive e quer-te vivo. Ele está em ti; Ele está contigo e nunca se vai embora. Mesmo que tu te afastes, a teu lado está o Ressuscitado, que te chama e te espera para recomeçar… para te devolver a força e a esperança”. 

O mote estava dado: embora a nave da Sé estivesse composta com fiéis que quiseram participar no início das celebrações do tríduo pascal, os destinatários das suas eram os mais de cem padres presentes a quem se dirigiu, focando em três pontos essenciais.

No primeiro ponto, o Bispo fez um retrato sucinto do panorama da Igreja atual e do enquadramento dos jovens nela. “Perante a atual realidade dos jovens, particularmente na Igreja, vem-nos facilmente à consciência a sensação de distância em relação a eles, as dificuldades em descobrir oportunidades e iniciativas de aproximação e os magros resultados nos esforços pastorais na área juvenil”, começou por dizer, para depois apelar os sacerdotes presentes a irem ao encontro dos jovens. Aos padres, pede-se que sejam capazes de “olhar os jovens com o olhar benevolente de Deus e de ousar sair ao seu encontro para levar a boa nova às suas ânsias, inquietações e dificuldades”, pelo que são desafiados a escutar a estarem disponíveis e a deixarem-se transformar, pois “os jovens interpelam-nos e trazem-nos novidades”.

Daí que, no segundo ponto focado, D. António desafie a Igreja a “mostrar o seu rosto jovem, não através de uma operação de maquilhagem, mas deixando-se renovar por um amor redescoberto e acolhido sempre de novo”. Não se referia à idade biológica e, nesse sentido, considera uma Igreja jovem aquela que “recebe a força sempre nova da Palavra de Deus, da Eucaristia, da presença de Cristo e da força do seu Espírito em cada dia; é jovem quando consegue voltar continuamente à sua fonte”. O Prelado admite que a Igreja atual quer estar presente e próxima das pessoas. No entanto, “ainda tem muito a fazer para ser mais servidora, transparente e misericordiosa, para limpar e afastar de si toda a corrupção e escândalos que contrariam todo o espírito cristão”.

Finalmente, quis deixar bem claro que os jovens são — devem ser — protagonistas na Igreja. Ou, nas palavras do Papa, “os jovens são ‘o agora de Deus’, isto é, a alegria, a força e a esperança de ‘outro’ mundo possível, um mundo diferente; eles são o ‘hoje’ e têm que expressar-se positivamente ‘hoje’ com a sua criatividade, como protagonistas responsáveis, e não meros espectadores, para tornar possível um mundo melhor.” Aos padres presentes foi passada uma carta branca pelo seu Bispo que pode definir o exercício pastoral junto das comunidades onde atuam: “não tenhamos medo de iniciar processos de pastoral, de inovar métodos e formas, sem ver resultados imediatos”. No entender do Bispo da Diocese, “a presença dos jovens é um facto destinado a tornar-se um paradigma para muitas comunidades demasiado fechadas nos limites de uma pastoral de tradições e de manutenção”.

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