No final da formação do clero da Diocese de Leiria-Fátima, no dia 27 de janeiro, D. António Marto apelou à escuta e aprendizagem uns com os outros, como é requerido pelo processo sinodal em curso. Defendeu que hoje é fundamental para a Igreja o caminhar juntos e pôr-se à escuta do mundo para compreender os desafios que nos coloca para a missão. Insistiu na colaboração e no exercício do discernimento juntos, para identificar os caminhos novos e a linguagem apropriada para uma ação pastoral que leve o Evangelho aos homens e mulheres deste tempo.

A formação, com participação de cerca de 55 padres, em dois turnos, foi realizada por videoconferência. O padre Sérgio Leal, do Porto, abordou o tema “O ministério pastoral numa Igreja sinodal”, desenvolvendo-o em deis subtemas: o tempo oportuno da sinodalidade, as suas raízes bíblicas e elementos fundacionais, a perspetiva do Papa Francisco, o estilo de ser da Igreja como povo em caminho, as implicações para o exercício do ministério e as estruturas, processos e lugares que permitem concretizar a dinâmica sinodal da Igreja. O objetivo é tornar-se mais presença na vida das pessoas, oferecendo-lhes o dom do Evangelho.
Nas tardes dos três dias da atividade formativa, o padre João Peixoto, do Porto, apresentou a nova tradução do missal romano, que entrará em vigor na próxima quinta-feira santa; o mesmo sacerdote, juntamente com a jornalista Isabel Freire e a professora Lurdes Figueiral, falaram da homilia, nas perspetivas de ato de comunicação, partilha da palavra de Deus para a vida das pessoas, em contexto litúrgico, e a expectativa de quem a ouve. Uma outra tarde foi dedicada à participação dos padres na consulta sinodal ao povo de Deus, reunindo-se em grupos, rezando, escutando-se mutuamente e discernindo algumas temáticas da vida e missão da Igreja. Na última tarde, o P. Joaquim Santos, do Porto, falou da animação litúrgica. Esta requer uma boa preparação para que todos os fiéis sejam verdadeiramente participantes na ação celebrativa presidida pelo ministro ordenado para prestar culto a Deus e alimentar a fé e a espiritualidade de cada um. Por fim, Marco Daniel Duarte, diretor do Departamento Diocesano do Património Cultural, desenvolveu o tema da “Eucaristia, arquitetura e conservação dos lugares sagrados”. Ajudou a compreender o significado dos edifícios, as imagens e objetos para o culto. Indicou modos pedagógicos de os conhecer e valorizar na catequese e outras atividades formativas e alertou para os riscos de degradação e os cuidados a ter para manter e recuperar o património cultural da Igreja.
Os padres tiveram ainda oportunidade de dialogar com os conferencistas, apresentando questões e contributos para a reflexão comum.
Na abertura da formação, o cardeal D. António Marto já tinha estabelecido a ligação entre a sinodalidade e a Eucaristia, que é o tema pastoral da Diocese ao longo de três anos. A Eucaristia é fonte de comunhão espiritual, e a sinodalidade é a forma concreta de a viver e construir na comunidade cristã. E caracterizou a Igreja sinodal como Igreja à escuta, em diálogo, criativa e empenhada no cuidado dos pobres, em ordem a construir fraternidade e amizade social entre as pessoas, no mundo.