Na sequência do falecimento do chefe Manuel Moniz Pereira Santos, o agrupamento 776 da Cruz da Areia e a Junta Regional de Leiria-Fátima decidiram decretar luto por sete dias.
Entre inúmeras ocupações e testemunhos que nos deixa, o Chefe Moniz era dirigente do Agrupamento de 776 Cruz da Areia, sendo acarinhado e respeitado pelo seu exemplo de tolerância, compreensão e uma vontade inesgotável de deixar o mundo melhor.
O luto para além de ser uma expressão visível da sua memória, é também oportunidade de reflexão e incorporação nas nossas vidas do melhor que Deus nos deu através do Chefe Moniz.
Na celebração da palavra, durante o Velório na Casa Mortuária de Leiria, o agrupamento da Cruz da Areia relembrou-o desta forma:
“Falar sobre o chefe Moniz é fácil!
Está naquela categoria de pessoas que, mesmo sem nos darmos conta, influencia a nossa vida. E influencia daquela maneira – aliás a melhor maneira – que se espera de um chefe escuta: pelo exemplo.
Sem ser interventivo, dizia a sua opinião, sempre razoável e ponderada. Não precisava de espalhafato, nem de gritar, nem de impor a sua vontade ou os seus pontos de vista. Simplesmente ia fazendo aquilo que era para ser feito, aquilo que se comprometia a fazer e, muitas vezes, mais ainda do que isso. E fazia-o sempre com aquele gosto, brio, método e organização que faziam parte da sua maneira de fazer as coisas.
Para falar deste tema, Baden Powell aconselhar-nos-ia o “ask the boy”. Foi o que fizemos e pedimos a alguns dos seus exploradores, que hoje são dirigentes (um deles até é assistente regional adjunto), que nos falassem do seu chefe da IIª secção. Falaram-nos de disponibilidade, de paciência, muita paciência; dos primeiros nós e amarrações, da palavra sábia que os fazia acreditar e a não desistir e naturalmente da ajuda imprescindível nos primeiros cozinhados. Hoje, estes exploradores já adultos, também relembram os vários raides em que se perderam e do momento especial e feliz, quando aparecia aquele Renault 5 cinzento, com o chefe Moniz lá dentro.
Também nos influenciou pela sua constante tranquilidade, a calma que emanava dele, o seu sorriso afável e amigo. Tinha sempre tempo para parar e dar uma palavra amiga.
O contributo dado ao nosso agrupamento, à nossa paróquia ou região escutista, foi constante; seguindo a divisa de estar Sempre Alerta Para Servir. Durante várias décadas “deu-se sem medida, combateu sem cuidar das feridas… Até que tudo isto a maldita doença lhe foi tirando. Mas isso não é o mais importante. O mais importante é tudo aquilo que ele fez pelos seus, pelos amigos, pelo Escutismo. Importam os bons exemplos que nos deu, aquilo que deixou feito e tudo aquilo que ensinou a quem com ele lidou.
Uma palavra muito especial para a nossa chefe Lucinda, companheira de pista do Moniz, que, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, esteve lá. SEMPRE!
E também uma palavra para a Rita e o para o Ricardo: Obrigado pelo que nos “emprestaram” do vosso pai. Muito obrigado!!
Chefe Moniz: boa caça e até sempre!”