Voluntária integra projeto «Ondjoyetu», da Diocese de Leiria-Fátima
A pandemia de Covid-19 trouxe novos desafios à voluntária portuguesa Maria da Conceição Julião, que chegou a Angola em dezembro de 2019 e agora encontrou uma nova missão, a costurar máscaras.
“Aqui as casas são pequeninas, são os quartos, vivem basicamente na rua, pelo que é complicado. Eu, agora, da janela, estou a ver um grupo de crianças, sentados, à sombra de uma árvore”, relata a integrante do projeto missionário ‘Ondjoyetu’, da Diocese de Leiria-Fátima.
Maria da Conceição Julião nasceu em Luanda e deixou o país aos 14 anos de idade, voltando 45 anos depois, para encontrar uma situação inesperada.
“Estou a viver a pandemia de forma tranquila, apesar de todos os alarmes”, refere à Agência ECCLESIA.
A missão que a levou ao Gungo – comuna com 2200 km2 e que conta com cerca de 25 mil habitantes, numa região montanhosa – passa por várias funções, da educação à culinária ou a costura, alteradas, em parte, pelo isolamento e distanciamento social.
“Tenho feito outras coisas, neste momento estou a fazer máscaras para nós e para distribuir”, explica.
A voluntária manifesta a sua admiração pela resiliência de um povo que já passou por várias epidemias, conflitos armados e pobreza.
“É um povo que está habituado a viver com a morte, a toda a hora. Criaram, forçosamente, condições para sobreviver”, aponta.
A entrevista disse acreditar que a pandemia não será “tão grave” como está previsto, apesar da necessidade de estar “alerta” e de tomar medidas precoces de prevenção.
‘Ondjoyetu’ é o Grupo Missionário da Diocese de Leiria-Fátima, num percurso iniciado em 1999 que tem sido promotor da aproximação entre esta comunidade católica e a do Sumbe (Angola).