Emoções fortes no Convívio Fraterno 1268 em Fátima

Nos passados dias 13 a 16 de fevereiro, decorreu em Fátima mais um Convívio Fraterno na diocese de Leiria-Fátima.

A expectativa era muita: uns por ansiarem ser, apesar das suas limitações, instrumentos de Deus na vida de amigos e desconhecidos que em breve entrariam por aquelas portas; outros que, desafiados a libertar amarras da sua vida rotineira e a rumar ao incerto, chegavam entusiasmados e de coração aberto “para ver o que seria aquilo”.

No pontapé de saída tivemos um pouco de tudo – guitarras, sapatilhas, relógios, camisolas, pedrinhas, lâmpadas, livros, dezenas, terços e muitas outras coisas foram veículo para que cada um falasse um pouco de si, de quem era e de onde vinha.

Os novos convivas, num total de 18, foram depois enquadrados sobre a dinâmica deste fim de semana prolongado onde iam ser desafiados a encontrar-se primeiro com eles, depois com Deus e por fim com os outros – desafio este lançado pela equipa coordenadora.

Os três dias seguintes foram longos, cansativos e repletos de sentimentos interpelativos, sorrisos quentes e de lágrimas com sabor de leveza e de abraços de um Deus Pai e Mãe que nos acolhe.

Três dias cheios de perguntas – muitas delas sem resposta imediata. Três dias cheios de “nos metermos na vida dos outros” porque “a nossa vida não nos chega”, num exercício de nos encontrarmos e de nos questionarmos e abanarmos pelos outros, pela sua vida, pelas suas perguntas! Este foi o encontro com o «Eu», um eu que tantas vezes silenciamos!

Três dias cheios de partilha, de testemunhos de vida, de darmos o que nos é mais precioso e pessoal, os nossos medos, as nossas feridas. Três dias cheios de humor, de sorrisos partilhados, de lágrimas e de abraços cheios de cor! Três dias de abandono do «eu» e das minhas seguranças, para nos encontrarmos com cada uma das cerca de 40 pessoas (equipa e participantes) que viveu naquela casa durante aqueles dias. Este foi o encontro com «Os Outros», que tantos suspiros de saudades nos tem arrancado nos últimos dias.

E como foi o encontro com Deus? Fomos à Missa no domingo e na segunda-feira (no encerramento) e todos comungaram e ficaram felizes porque cumpriram o dever de dar ao Pai do Céu a sua hora semanal, conforme é tradição? Estes candidatos a santos, como foram a duas missas, foram muito além do habitual e deram duas horas a Deus na mesma semana! Radical! Terá sido isto?

Não. Não foi. Não é isto um Convívio Fraterno. Não é um exclusivo de santos, de beatos, nem de meninos do coro. Os convívios fraternos recebem e desafiam todos quantos acolhem Deus ou a hipótese de Deus no sentido que atribuem à sua vida. Todos sem exceção independentemente da sua história ou origem.

Então como acontece o encontro com Deus nestes dias? Acontece por intermédio e em simultâneo com o encontro com o «eu» e com os «os outros». Mas vai além disso, muito além.

Para muitos, o convívio é a primeira experiência de coração aberto com Deus – o retirar a secretária que nos separa daquele chefe que está do outro lado, autoritário e distante, e que sempre fomos ensinados a respeitar.

Para muitos, o convívio é a primeira experiência de oração consciente em Igreja, desta Igreja que é de todo o mundo e é lançada ao mundo em missão evangelizadora.

Deus, o amor de Deus comunga-se na partilha, na oração, no perdão, no cair e no levantar, no questionar o que sempre se aceitou, mas nem sempre se amou e agora compreendemos de coração. Deus envolve-nos e ri-se connosco, quando gargalhamos e quando choramos copiosamente de felicidade e não sabemos bem porque é que isso está acontecer. Sim, Ele ri-se connosco e abraça-nos ao mesmo tempo, permitindo-nos saber que sim, que Ele faz sentido e que o seu projeto para nós e para a sua Igreja são o nexo da nossa existência, a rocha onde devemos construir a nossa casa!

Por fim, no adeus: no encerramento, já no seminário de Leiria, acolhidos pelo nosso Bispo, D. António Marto, e pelos nossos maravilhosos e incomparáveis familiares e amigos que ali nos esperavam, os novos convivas e equipa partilharam, a quente e de coração a transbordar (até aos olhos), o que foi vivido – mais uma vez, num belo exercício nos darmos aos outros com sentido, por Ele e para Ele.

Foi o fim do terceiro dia. Deus e nós vimos que isto foi bom.

Depois, depois veio o quarto dia. O que é o quarto dia? Bom: inscrevam-se, façam convites, apareçam num encerramento, arrisquem!

João Lopes Duarte

Testemunho

Este convívio foi uma paragem para refletir e me (re) encontrar. “Quem sou?”, “Porque e para que existo?” foram algumas das questões levantadas e às quais se procurou dar resposta. Nessa procura acabei por, inevitavelmente, encontrá-L’o. Nos sorrisos, nas gargalhadas, nas brincadeiras, na partilha das reflexões conjuntas, nos testemunhos, nos mimos da equipa organizadora, nas músicas e nas orações… foi impossível negar a presença d’Ele! Vivi o (re)encontro e a reconciliação em 3 dias incríveis de partilha e fraternidade, que me fazem encarar o 4.º dia com o coração cheio, com um outro olhar e, sem dúvida, de forma mais audaciosa. – Joana Manso

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