Quase cinco meses após o decreto de nomeação, o Conselho Pastoral da Diocese de Leiria-Fátima (CPD) reuniu-se pela primeira vez, nas instalações do Seminário de Leiria. No dia 11 de julho, 25 dos 31 membros deste órgão consultivo que ajuda o Bispo diocesano nas suas opções pastorais, juntaram-se durante a manhã para se apresentarem e dar sequência à agenda de trabalho prevista.
Como não podia deixar de ser e também por ser uma das razões que estiveram na origem do adiamento da primeira data prevista para esta assembleia, a pandemia de Covid-19 foi um dos temas trazidos para a discussão. Durante a primeira parte dos trabalhos e após a leitura dos estatutos e a constituição do Secretariado Permanente, foi pedido aos conselheiros que, partindo da vivência eclesial feita durante o período de isolamento total provocado pela pandemia, partilhassem, partilhassem os aspetos positivos a valorizar e os riscos a precaver para o futuro. Dados os constrangimentos do tempo, apenas uma parte do Conselho pôde fazer a sua apreciação. No entanto, os sentimentos foram comuns, sobretudo por se considerar que a situação apanhou a Igreja de surpresa que, ainda assim, soube responder ser exemplo ao que se exigia durante o período. Há a registar, no entanto, que a tarefa que a Igreja tem pela frente não se adivinha fácil e vai requerer dos fiéis muito empenho e criatividade, para além do necessário testemunho de vida cristã em todos os setores da sociedade.
José António Ferreira, a representar a vigararia de Leiria, foi um dos membros do CPD que viu com bons olhos “a resposta pronta e empenhada da Igreja portuguesa sem olhar aos seus interesses, ao seu culto e aos seus ritos, tão importantes para as comunidades cristãs, pondo acima de tudo o bem comum de toda a comunidade humana”. No entanto, alertou para a possibilidade e o consequente perigo adveniente do “comodismo do virtual”. E deixava uma interrogação: “regressarão as pessoas às eucaristias e as crianças, adolescentes e jovens às catequeses e ao escutismo?”.
A segunda parte da reunião foi dedicada à discussão do projeto de programa para o biénio pastoral de 2020-2022 sobre “Eucaristia, comunidade cristã e missão”. Neste bloco, os participantes tiveram todos a oportunidade fazerem as suas apreciações e darem os seus contributos. Depois de uma breve apresentação feita pelo cardeal D. António Marto, foram constituídos quatro pequenos grupos que, depois, puderam partilhar as suas conclusões com o restante plenário. Todos acharam oportuno o tema do biénio que vinha a propósito do que tinha sido discutido na primeira parte. Quanto ao projeto em si, consideraram estar bem delineado e deram algumas achegas para a sua melhoria, nomeadamente através da participação dos jovens com espaços e linguagem adequados. Também se insistiu na formação litúrgica virada para a Eucaristia, nomeadamente através da produção de subsídios escritos para adolescentes e jovens, e não só, com linguagem acessível, acompanhando os diversos passos da Missa. José António também acha que se deve “fazer uma catequese simples, mas ao vivo, pois é de vivência que se trata”.
No final da reunião, o Bispo agradeceu a presença de todos e salientou a importância da participação do CPD na construção da Igreja. Para o prelado, o papel de cada um dos conselheiros presentes também passa pela sua actuação na sociedade em que se integra, através do seu testemunho de cristãos.