Concerto comemorativo do Centenário da Restauração da Diocese

Na Catedral completamente lotada, no passado dia 20 de janeiro, a Banda Sinfónica da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria apresentou o concerto “Visitando Carlos Silva”, que celebrou o Centenário da Restauração da Diocese de Leiria.

A opção por este programa prendeu-se com a intenção de fazer uma “memória concreta” desta Igreja diocesana, explicou o Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, no início do espetáculo. Referindo como objetivo das comemorações assinalar “a gratidão pelo passado, a paixão pelo presente e a confiança no futuro”, o Bispo começou por citar a saudação festiva publicada na primeira página do jornal “O Mensageiro”, na edição de 28 de fevereiro de 1918, semana em que a notícia chegou a Leiria: “CATÓLICOS! Foi restaurado o Bispado de Leiria! Saudando-vos por essa restauração, bradamos: Viva S. Santidade Bento XV! Viva a Diocese de Leiria!”.

Depois, o Pastor frisou que “a memória se faz de pessoas e rostos concretos que contruíram a identidade da Diocese, também no espaço social, humano e cultural” e que “sem essas pessoas, não haveria Igreja diocesana”. Na certeza de que “a cultura, a arte e, concretamente, a música, fazem parte dessa identidade”, D. António Marto apontou o cónego Carlos Silva (1928- 2009) como “fruto singelo desta Diocese” e como “património da Igreja em Portugal e de todos os que celebram Fátima no mundo”. Por isso, “é devida a memória agradecida ao padre compositor Carlos Silva e à sua obra”, representando, no contexto do Centenário da Restauração, “todos os que nos precederam na fé”.

 

Obra mistura sagrado e profano

Ainda antes do espetáculo, o maestro Alberto Roque partilhou um pouco da história da composição desta obra, em que o próprio padre Carlos Silva, no processo de secção das músicas que seriam usadas como fonte, “fez questão de referir que também tinha composto umas marchas na sua juventude”. Assim, a obra “Visitando Carlos Silva” tem por base alguns cânticos litúrgicos do autor, retirados do livro “Orar Cantando”, mas inclui duas peças dessa “faceta menos conhecida deste compositor”, nomeadamente, “O Sonho dourado” e “O avião”.

Ainda segundo o maestro compositor, esta obra “com alguma ousadia procura dar a conhecer uma música que ‘vive’ além do seu texto e que por vezes não é suficientemente ‘apreciada’”. O cântico “Cantarei ao Senhor” é o ponto de partida e o tema que a unifica, pela “mensagem que encerra” e pelo “sentido” que Alberto Roque lhe atribui como resumo da vida e da “fabulosa música deste compositor de música litúrgica”.

 

2018-01-20 concerto

Concerto memorável

Assim que soaram os primeiros acordes, rapidamente se iluminaram os sorrisos e se mexeram silenciosamente alguns lábios, em sinal de reconhecimento daquelas melodias que são tantas vezes repetidas nas celebrações de tantas comunidades.

Esteve ali Carlos Silva, de facto, magistralmente interpretado pelos cerca de 40 músicos que constituem a Banda Sinfónica da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria e sentido pelas cerca de 700 pessoas que enchiam a Sé. Entre elas, o Bispo diocesano, D. António Marto, o Bispo emérito de Leiria-Fátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, os bispo eméritos D. Augusto César e D. António Vitalino e várias entidades civis e militares que se associaram a este momento comemorativo.

Em alguns momentos do concerto, também a assembleia foi convidada a participar, entoando os refrães de cânticos bem conhecidos, como “Senhora, um dia descestes”, “Cantarei ao Senhor” e “Abri de par em par”. 

Em duas partes temáticas, mas apresentado em contínuo, o concerto foi longamente aplaudido no final e muitos dos presentes comentaram que foi um momento “memorável” e muito interessente desta comemoração centenária.

Com certeza, o mesmo terão sentido os muitos telespetadores que seguiram a transmissão do concerto pela TV Canção Nova e pela Angelus TV.

 

Banda junta filarmónicas de Leiria
2018-01-20 concerto2

“A escolha de uma Banda Sinfónica/Orquestra de Sopros para esta homenagem musical pretendeu realçar uma relação existente entre estas formações e a Igreja Católica, permitindo também conferir a esta obra uma maior riqueza instrumental, a qual, assim o pretendeu o autor, possa fazer devida justiça à música do compositor Carlos Silva”.

A indicação constava do folheto do concerto, onde se apresentava esta banda constituída por músicos das 11 filarmónicas do Concelho de Leiria, uns “amadores que obtêm a sua experiência musical através das bandas onde tocam”, outros “alunos de conservatórios, escolas de música e universidades”. O objetivo da sua constituição foi “proporcionar a troca de experiências musicais, o trabalho ao mais elevado nível de exigência musical e, ao mesmo tempo, enriquecer musicalmente tanto as bandas filarmónicas envolvidas como a atividade musical na cidade de Leiria”.

O mesmo texto sublinha a “importância das bandas filarmónicas na cultura popular portuguesa”, levando “a música e o ensino da mesma a um vasto leque populacional” e sendo o berço de “grande parte dos músicos profissionais portugueses, principalmente instrumentistas de sopros”.

Se estes agrupamentos surgem, normalmente, “associados a romarias religiosas, festas populares ou música de rua”, têm conquistado o seu lugar “em espaços de natureza mais erudita”, como foi este caso e a própria razão da constituição da Banda Sinfónica da Associação das Filarmónicas do Concelho de Leiria. 

 

Ver: Reportagem fotográfica do concerto

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